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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Segunda-feira da 22ª semana do Tempo Comum

N. Sra Consoladora dos Aflitos
Evangelho (Lc 4,16-30): Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor». Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Todos testemunhavam a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Ele, porém, dizia: «Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, na tua terra!». E acrescentou: «Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio». Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

«Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir»

Rev. D. David AMADO i Fernández (Barcelona, Espanha)

Hoje, «se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir» (Lc 4,21). Com essas palavras, Jesus comenta, na sinagoga de Nazaré, um texto do profeta Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção» (Lc 4,18). Estas palavras têm um sentido que ultrapassa o momento histórico concreto em que foram pronunciadas. O Espírito Santo habita em plenitude em Jesus Cristo, e é Ele quem o envia aos crentes.

Mas, além disso, todas as palavras do Evangelho possuem uma atualidade eterna. São eternas porque foram pronunciadas pelo Eterno e, são atuais porque Deus faz com que se cumpram em todos os tempos. Quando escutamos a Palavra de Deus, temos que recebê-la não como um discurso humano, mas sim como uma Palavra que tem, sobre nós, poder de transformação. Deus não fala aos nossos ouvidos, mas ao nosso coração. Tudo o que diz está profundamente cheio de sentido e de amor. A Palavra de Deus é uma fonte inextinguível de vida: «É mais o que perdemos do que o que captamos, tal como ocorre com os sedentos que bebem de uma fonte» (Santo Efrém). Suas palavras saem do coração de Deus. E, desse coração, do seio da Trindade, veio Jesus-a Palavra do Pai — aos homens.

Por isso, cada dia, quando escutamos o Evangelho, temos que poder dizer como Maria: «Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38); e Deus nos responderá: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Mas para que a Palavra seja eficaz em nós devemos nos desprender de todo o preconceito. Os contemporâneos de Jesus não o compreenderam, porque o viam somente com olhos humanos: «Não é este o filho de José?» (Lc 4,22). Enxergavam a humanidade de Cristo, mas não se deram conta de sua divindade. Sempre que escutamos a Palavra de Deus, mais a frente do estilo literário, da beleza das expressões ou da singularidade da situação, temos que saber que é Deus quem nos fala.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* Hoje, segunda-feira da 22ª semana comum, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico. O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.

* Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus.
Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galileia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou a Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galileia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!

* Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lv 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf. Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realizá-lo cada sete vezes sete anos (Lv 25,8-12), isto é, cada cinquenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.

* Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida.
Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.

* Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça.
Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.

* É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf. Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.

Para um confronto pessoal
1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?

XXII Domingo Tempo Comum, Semana

Textos: Jr 20, 7-9; Rm 12, 1-2; Mt 16, 21-27

Evangelho (Mt 16,21-27): A partir de então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar. Então Pedro o chamou de lado e começou a censurá-lo: «Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!» Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!». Então Jesus disse aos discípulos: «Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta».

«Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me»

Rev. D. Joaquim MESEGUER García (Sant Quirze del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, contemplamos Pedro — figura emblemática e grande testemunho e mestre da fé — também como homem de carne e osso, com virtudes e debilidades, como cada um de nós. Devemos agradecer aos evangelistas o fato de nos terem apresentado a personalidade dos primeiros seguidores de Jesus com realismo. Pedro, que faz uma excelente confissão de fé — como vemos no Evangelho do XXI Domingo — e merece um grande elogio por parte de Jesus e a promessa da autoridade máxima dentro da Igreja (cf. Mt 16,16-19), recebe também do Mestre uma severa reprimenda, porque no caminho da fé ainda tem muito que aprender: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!» (Mt 16,23).

Ouvir a reprimenda de Jesus a Pedro é um bom motivo para fazer um exame de consciência sobre a nossa forma de ser cristão. Somos de verdade fiéis aos ensinamentos de Jesus Cristo, até ao ponto de pensarmos realmente como Deus, ou preferimos moldar-nos à forma de pensar e aos critérios deste mundo? Ao longo da história, os filhos da Igreja caímos na tentação de pensar segundo o mundo, de nos apoiarmos nas riquezas materiais, de procurarmos com afinco o poder político e o prestigio social; e por vezes movem-nos mais os interesses mundanos que o espírito do Evangelho. Perante estes fatos, volta a se apresentar-nos a pergunta: «De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida?» (Mt 16,26).

Depois de ter posto as coisas bem claras, Jesus ensinou-nos o que quer dizer pensar como Deus: amar, com tudo o que isso comporta de renuncia pelo bem do próximo. Por isso o seguir a Cristo passa pela cruz. É um segui-lo entranhável, porque «com a presença de um amigo e capitão tão bom como Cristo Jesus, que se pôs na vanguarda dos sofrimentos, tudo se pode sofrer: ajuda-nos e anima; não falha nunca, é um verdadeiro amigo» (Santa Teresa de Ávila). E…, quando a cruz é signo de amor sincero, converte-se em luminosa e signo de salvação.

“Ou pensamos como Deus, ou pensamos como o mundo”

Pe. Antonio Rivero L.C.

São Gregório Magno, Papa
Quando Jesus anuncia por primeira vez que vai a Jerusalém para padecer e que será entregue à morte ali, e ressuscitará ao terceiro dia, se encontra com a reação, de boa fé, mas exagerada, de Pedro que quer impedir esse fracasso a Cristo. A resposta de Jesus hoje não é certamente de louvor, como no domingo passado, mas uma das mais duras palavras que saíram da boca de Jesus: “Afasta-te de mim, Satanás”. Cristo o convida- nos convida- a pensar como Deus e não como os homens.

Em primeiro lugar, os homens, pensamos de ordinário em clave de êxito, e não de fracasso. E, quando o êxito não vem, nos invade a depressão, o desânimo e a tristeza. Perguntemos se não é assim, ao profeta Jeremias na primeira leitura. Profeta do tempo final do desterro e figura de Jesus no seu caminho de paixão, e de todo cristão que quiser ser consequente com a sua fé. Era jovem e o ministério que lhe foi conferido não era nada fácil: anunciar desgraças, se nos mudavam de conduta e inclusive de planos políticos de alianças. Ninguém deu bola. Perseguiram-no e o ridicularizaram. Não encontrou apoio nem na sua família nem na sociedade. Jeremias sofreu angustia, crise pessoal e pensou em abandonar a sua missão profética. Que fácil acomodar-se às palavras dos governantes e do povo para ganhar o êxito e o aplauso! Os profetas verdadeiros, os cristãos verdadeiros, não costumam ser populares e frequentemente terminam mal por denunciar injustiças. Nesses momentos, olhemos Cristo no Getsemani.

Em segundo lugar, os homens, pensamos de ordinário em clave de poder e ambição, e não de humildade e desprendimento. Não entra na cabeça de Pedro a ideia da humilhação, do despojo, do último lugar. Não tinha entendido que toda autoridade deve ser exercida como serviço, e não como domínio. Faltava tanto para amadurecer. Pensamos como homens e não como Deus. E quando Pedro entendeu, enfrentou todo tipo de perseguições, até a morte final em Roma, em tempos de Nero, como testemunha de Cristo. Os projetos humanos vão por outros caminhos, de vantagens materiais e manipulações para poder prosperar e ser mais que os outros e dominar quantos mais, melhor. Mas os projetos de Deus são outros.

Finalmente, os homens, pensamos de ordinário em clave de comodidade, e não de cruz. Nem Pedro nem nós gostamos da cruz, já seja ela física-doenças-, moral-abandono, calúnia, incompreensão - ou espiritual - noites escuras da alma que nada e nem sente; somente existe um túnel escuro. Quem gosta da cruz? Jesus já nos avisou. Não nos prometeu que o seu seguimento seria fácil e cômodo. “Carrega a cruz e segue-me”. Preferimos um cristianismo “ao cardápio”, aceitando algumas coisas do evangelho e omitindo outros. Queremos Tabor, não Calvário. Queremos consolo e euforia, não renuncia nem sacrifício. A cruz que temos, talvez, como enfeite nas paredes ou pendurada no pescoço. Mas que essa cruz penetre nas nossas carnes e nos nossos corações, de jeito nenhum. São Paulo nos dá a clave na segunda leitura de hoje aos romanos para quando nos visitar a cruz de Cristo: oferecer-nos a Deus como oferenda viva, santa e agradável a Deus. Somente assim pensaremos como Deus.

Para refletir: Pensamos como Deus em matéria de negócios, de moral sexual, de política, de relações humanas? Diz o papa Francisco: “O mundanismo espiritual que se esconde detrás de aparências de religiosidade e inclusive de amor à Igreja, é buscar, em lugar da glória do Senhor, a glória humana e o bem estar pessoal… Se invadisse a Igreja (este mundanismo) seria infinitamente mais desastroso do que qualquer outro mundanismo simplesmente moral” (Evangelii gaudium, n. 93).

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

2 de setembro

São Brocardo
Segundo Prior Geral de Nossa Ordem


São Brocardo nasceu em Jerusalém, de pais franceses que se aplicaram em dar-lhe uma educação cristã. Muito cedo sentiu ele o vazio e o nada deste mundo, pelo que decidiu retirar-se para o Monte Carmelo, onde o seu fervor cresceu mais ainda, sob a influência das lições de São Bertholo e dos exemplos de tantos e tão admiráveis religiosos. Lá se devotou de tal sorte no serviço de Deus e da SS. Virgem Maria, que atingiu alto grau de santidade. E assim, após a morte de São Bertoldo, foi, por unanimidade, eleito sem sucessor no governo da Ordem, em 1195. Foi ele quem, se dirigiu ao Patriarca de Jerusalém, a fim de obter aquelas regras cheias de sabedoria que, em 1207, Santo Alberto escreveu para o caro filho Brocardo “e outros eremitas que, sob sua obediência, viviam no Monte Carmelo, junto à Fonte de Elias. ” Morreu aos 2 de setembro de 1230, segundo uns e 1231, segundo outros. Foi enterrado no Monte Carmelo, onde ainda se mostra o seu túmulo. Antes de expirar, recomendou aos seus discípulos, que jamais abandonassem as pegadas da augustíssima Virgem Maria e do Patriarca Santo Elias.

INVITATÓRIO
Ant. Aclamemos o Senhor, na festa de São Brocardo

LAUDES
Hino
Condutor esclarecido
das ovelhas do Senhor,
vivias só para elas,
à imagem do bom Pastor.

Nos momentos de perigo,
tu nunca as deixaste sós;
quando chamavas por elas,
conheciam tua voz.

A pastagens verdejantes
levavas os teus cordeiros,
por caminhos de doutrina
seguros e verdadeiros.

Na condução das ovelhas
tu ias sempre adiante,
contra todos os perigos
sentinela vigilante.

Seus celeiros o Senhor
entregou-te como amigo,
e a todos soubeste dar
sua medida de trigo.

Que para sempre teu nome
bendito e exaltado seja,
luzeiro do firmamento
e glória da Santa Igreja.

Salmodia do dia corrente.

Leitura Breve - Hebr. 13, 7-9a
Lembrai-vos dos vossos chefes, que vos anunciaram a palavra de Deus. Considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé. Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis transviar por doutrinas incertas e estranhas.

Responsório Breve
v. A lei de Deus está no seu coração.
R. A lei de Deus está no seu coração.
v. Os seus passos não vacilam.
R. A lei de Deus está no seu coração.
v. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. A lei de Deus está no seu coração

Cântico Evangélico
Ant. Este será abençoado pelo Senhor e recompensado por Deus, seu Salvador, porque esta é a geração dos que procuram o Senhor

Preces
Glorifiquemos, irmãos, a Cristo, nosso Deus e Senhor, e, pedindo-lhe que nos ensine a servi-lo em santidade e justiça na sua presença todos os dias da nossa vida, aclamemo-lo dizendo:

R. Senhor, só vós sois santo.

Senhor Jesus, que quisestes ser igual a nós, em tudo menos no pecado,
— tende piedade de nós. R.

Senhor Jesus, que nos chamastes à perfeição da caridade,
— santificai­nos sempre mais. R.

Senhor Jesus, que nos mandastes ser sal da terra e luz do mundo,
— iluminai a nossa vida. R.

Senhor Jesus, que viestes ao mundo para servir e não para ser servido,
— ensinai-nos a servir-vos humildemente nos nossos irmãos. R.

Senhor Jesus, esplendor da glória do Pai e perfeita imagem do ser divino,
— fazei que cheguemos a contemplar o vosso rosto na glória celeste. R.

Pai nosso

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, santificai vossos servos, pois, ao venerar São Brocardo, vos rogamos humildemente que, por seus méritos, nos livreis de toda adversidade.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

VÉSPERAS
Hino
Jesus, prêmio e coroa
de teus servos fiéis,
glorifica o teu nome,
neste dia de festa.

Concede a nós carmelitas
peregrinos de Deus,
a paz e a liberdade
e a vitória final.

O santo prior Brocardo
seguindo tuas pegadas
no caminho da cruz
agradou a Deus Pai.

Da cidade dos Santos,
onde reina glorioso,
ele nos guie e proteja
nos caminhos do Reino.

Glória a Ti, Jesus Cristo,
glória ao Pai e ao Espírito,
na terra e nos Céus,
agora e para sempre.

Salmodia do dia corrente.

Leitura Breve - Filip 3, 7-8a
Tudo o que para mim era lucro, considerei-o como perda por causa de Cristo. Mais ainda: considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo.

Responsório breve
v. O Senhor é justo e ama a justiça.
R. O Senhor é justo e ama a justiça.
v. Os homens retos contemplarão a sua face. R.
v. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. R.

Cântico Evangélico
Ant. O Senhor é a minha herança. O Senhor é bom para a alma que o procura.

Preces
Peçamos a Deus Pai, fonte de toda a santidade, que, pela intercessão e exemplo dos Santos, nos conduza a uma vida mais perfeita; e digamos:

R. Fazei-nos santos, porque vós sois santo.

Pai santo, que nos destes a graça de nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos,
— fazei que a santa Igreja cante as vossas maravilhas por toda a terra. R.

Pai santo, inspirai os vossos servos a viver dignamente, segundo a vossa vontade,
— e ajudai-nos a dar fruto abundante de boas obras. R.

Pai santo, que nos reconciliastes convosco por meio de Cristo,
— conservai-nos na unidade por amor do vosso nome. R.

Pai santo, que nos chamastes ao convívio do vosso reino,
— fazei que, comungando o Pão descido do Céu, alcancemos a perfeição da caridade. R.

(intenções livres)
Pai santo, perdoai aos pecadores as suas culpas
— e levai os defuntos a contemplar no Céu a luz do vosso rosto. R.

Pai nosso...

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, santificai vossos servos, pois, ao venerar São Brocardo, vos rogamos humildemente que, por seus méritos, nos livreis de toda adversidade.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

Sábado XXI do Tempo Comum

São Brocardo,
religioso de nossa Ordem
2º Prior Geral
Evangelho (Mt 25,14-30): «O Reino dos Céus é também como um homem que ia viajar para o estrangeiro. Chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens: a um, cinco talentos, a outro, dois e ao terceiro, um — a cada qual de acordo com sua capacidade. Em seguida viajou. O servo que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só, foi cavar um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.  Depois de muito tempo, o senhor voltou e foi ajustar contas com os servos. Aquele que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O senhor lhe disse: ‘Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!’. Chegou também o que havia recebido dois talentos e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. O senhor lhe disse: ‘Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!’.  Por fim, chegou aquele que havia recebido um só talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ajuntas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. O senhor lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu colho onde não plantei e que ajunto onde não semeei. Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida, o senhor ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai àquele que tem dez! Pois a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. E quanto a este servo inútil, lançai-o fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!’».

«Um homem que ia viajar para o estrangeiro, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens»

Rev. D. Albert SOLS i Lúcia (Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos a parábola dos talentos. Em Jesus apreciamos uma mudança do estilo na sua mensagem: o anúncio do Reino, já não se limita tanto em assinalar a sua proximidade, mas a descrever seu conteúdo através de narrações: é hora das parábolas!

Um grande homem decide empreender uma longa viagem, e confia todo seu patrimônio a seus servos. Podia tê-lo distribuído em partes iguais, mas não o fez assim. Deu a cada um conforme a sua capacidade (cinco, dois e um talentos). Com aquele dinheiro, cada criado podia capitalizar o início de um bom negócio. Os dois primeiros se lançaram à administração de seus depósitos, mas o terceiro - por medo ou por preguiça— preferiu guardá-lo, eludindo todo investimento: se fechou na comodidade de sua própria pobreza.

O senhor regressou e... Exigiu a prestação de contas (cf. Mt 25,19). Premiou a valentia dos dois primeiros, que duplicaram o depósito confiado. O trato com o criado “prudente” foi muito diferente.

Dois mil anos depois, a mensagem da parábola continua tendo atualidade. As modernas democracias caminham para uma separação progressiva entre a Igreja e os Estados. Isto não é mau, pelo contrário. Não obstante, esta mentalidade global e progressiva esconde um efeito secundário, perigoso para os cristãos: ser a imagem viva daquele terceiro servo a quem o amo (figura bíblica de Deus Pai) repreendeu com grande severidade. Sem malícia, por mera comodidade ou medo, corremos o perigo de esconder e reduzir a nossa fé cristã ao meio familiar e amigos íntimos. O Evangelho não pode ficar numa leitura e estéril contemplação. Devemos administrar com valentia e risco a nossa vocação cristã no próprio ambiente social e profissional, proclamando a figura de Cristo com as palavras e o testemunho.

Santo Agostinho comenta: «Quem predica a palavra de Deus aos povos, não está tão longe da condição humana e da reflexão apoiada na fé, que não possa advertir os perigos. Porém, “consola saber que onde resida o perigo por causa do ministério, aí temos a ajuda de vossas orações».

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* O evangelho de hoje traz a Parábola dos Talentos. Esta parábola está situada entre duas outras parábolas: a parábola das Dez Virgens (Mt 25,1-13) e a parábola do Juízo Final (Mt 25,31-46). As três parábolas esclarecem e orientam as pessoas sobre a chegada do Reino. A parábola das Dez Virgens insiste na vigilância: o Reino pode chegar a qualquer momento. A parábola do Juízo Final diz que para tomar posse do Reino se deve acolher os pequenos. A parábola dos Talentos orienta sobre como fazer para que o Reino possa crescer. Ela fala sobre os dons ou carismas que as pessoas recebem de Deus. Toda pessoa tem alguma qualidade, sabe alguma coisa que ela pode ensinar aos outros. Ninguém é só aluno, ninguém é só professor. Aprendemos uns dos outros.

Uma chave para compreender a parábola. Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a ideia que nos fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo com o mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava. Para ajudar a estas pessoas, Mateus conta a parábola dos talentos.

* Mateus 25,14-15: A porta de entrada na história da parábola
Jesus conta a história de um homem que, antes de viajar, distribuiu seus bens aos empregados, dando-lhes cinco, dois ou um talento, conforme a capacidade de cada um. Um talento corresponde a 34 quilos de ouro, o que não é pouco! No fundo, cada um recebeu igual, pois recebeu “de acordo com a sua capacidade”. Quem tem copo grande, recebe o copo cheio. Quem tem copo pequeno, recebe o copo cheio. Em seguida, o patrão viajou para o estrangeiro e lá ficou por muito tempo. A história tem certo suspense. Você não sabe com que finalidade o proprietário entregou o seu dinheiro aos empregados, nem sabe como vai ser o fim.

* Mateus 25,16-18: O jeito de agir de cada empregado
Os dois primeiros trabalham e fazem duplicar os talentos. Mas o que recebeu um enterrou o dinheiro no chão para guardar bem e não perder. Trata-se dos bens do Reino que são entregues às pessoas e às comunidades de acordo com a sua capacidade. Todos e todas recebemos algum bem do Reino nem todos respondemos da mesma maneira!

* Mateus 25,19-23: Prestação de conta do primeiro e do segundo empregado, e a resposta do Senhor.
Depois de muito tempo, o proprietário voltou. Os dois primeiros dizem a mesma coisa: “O senhor me deu cinco/dois. Aqui estão outros cinco/dois que eu ganhei!” E o senhor dá a mesma resposta: “Muito bem, servo bom e fiel. Sobre pouco foste fiel, sobre muito te colocarei. Vem alegrar-te com teu senhor!”

* Mateus 25,24-25: Prestação de conta do terceiro empregado
O terceiro empregado chega e diz: “Senhor, eu sabia que és um homem severo que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar teu talento no chão. Aqui tens o que é teu!” Nesta frase transparece uma ideia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e se esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, agindo assim, a severidade do legislador não vai poder castigá-lo. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma e na sua observância da lei. Ela se fecha em si, desliga de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida.

* Mateus 25,26-27: Resposta do Senhor ao terceiro empregado
A resposta do senhor é irônica. Ele diz: “Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence!” O terceiro empregado não foi coerente com a imagem severa que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus severo daquele jeito, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ou seja, ele sai condenado não por Deus, mas pela ideia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Nem seria possível ele ser coerente com aquela imagem de Deus, pois o medo desumaniza e paralisa a vida.

* Mateus 25,28-30: A palavra final do Senhor que esclarece a parábola
O senhor manda tirar o talento e dar àquele que tem dez, “pois a todo aquele que tem será dado, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado”. Aqui está a chave que esclarece tudo. Na realidade, os talentos, o “dinheiro do patrão”, os bens do Reino, são o amor, o serviço, a partilha. É tudo aquilo que faz crescer a comunidade e revela a presença de Deus. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. Mas a pessoa que não pensa em si e se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais. “Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la”

* A moeda diferente do Reino
Não há diferença entre os que recebem mais e os que recebem menos. Todos têm o seu dom de acordo com a sua capacidade. O que importa é que este dom seja colocado a serviço do Reino e faça crescer os bens do Reino que são amor, fraternidade, partilha. A chave principal da parábola não consiste em fazer render e produzir os talentos, mas sim em relacionar-se com Deus de maneira correta. Os dois primeiros não perguntam nada, não procuram o próprio bem-estar, não guardam para si, não se fecham, não calculam. Com a maior naturalidade, quase sem se dar conta e sem procurar mérito, começam a trabalhar, para que o dom dado por Deus renda para Deus e para o Reino. O terceiro tem medo e, por isso, não faz nada. De acordo com as normas da antiga lei ele estava correto. Manteve-se dentro das exigências. Não perdeu nada e não ganhou nada. Por isso, perdeu até o que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!

Para um confronto pessoal
1) Na nossa comunidade, procuramos conhecer e valorizar os dons de cada pessoa? Nossa comunidade é um espaço, onde as pessoas podem desenvolver seus dons? Às vezes, os dons de uns geram inveja e competição nos outros. Como reagimos?
2) Como entender a frase: "A todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado"?

1º de setembro

Sta. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus (Redi)
Virgem de nossa Ordem

Nasceu em Arezzo (Toscana) da nobre família Redi, no ano 1747. Entrou para as Carmelitas Descalças de Florença no dia 1º de setembro de 1764. Enriquecida com a singular experiência contemplativa da expressão do Apóstolo S. João «Deus é amor», sentiu o chamamento à vida oculta pelo caminho do amor e da imolação de si mesma. Consumou a sua vocação e confirmou-a com o heroico exercício da caridade fraterna. Entrou na posse plena do amor de Deus no ano 1770 no Carmelo de Florença.

INVITATÓRIO
Ant. Vinde, adoremos o Senhor, Rei das virgens.

LAUDES
Hino
De perfume, ó flor da graça,
do Carmelo encheste as celas;
no céu, hoje, coroada,
brilhas, joia das mais belas.

Ó Margarida, que fulguras
entre os coros virginais
que vão seguindo o Cordeiro,
entre cantos nupciais.

Concede-nos que andemos
no amor íntimo do Esposo,
para ser, Cristo somente,
nossa vida, paz e gozo.

Faze-nos sempre sentir,
do Pai, a excelsa ternura,
que é primeiro amor e único,
fonte de pura doçura.

Por ti nos infunda o Espírito,
da vida eterna, o caudal;
retribuir desejamos,
o seu amor paternal.

Tu, que sentiste a Trindade,
dá-nos tal graça também,
e, contigo, a sua glória
cantemos para sempre. Amém.

Salmodia do dia corrente.

Leitura breve - Cl 3,1-4
Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus', aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres, pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós também aparecereis com ele, revestidos de glória.

Responsório breve
R. Falou-me o coração, * procurei a vossa face. R. Falou-me.
V. A vossa face eu procuro, Senhor. * Procurei. Glória ao Pai.
R. Falou-me.

Cântico evangélico
Ant. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida: ninguém chega ao Pai senão por mim.

Preces
Adoremos a Cristo, chave de todos os segredos do Pai; e digamos com fé:

R. Senhor, mostrai-nos o Pai!

Cristo, que sois o Caminho, a Verdade e a Vida,
- sede o nosso caminho para chegarmos ao Pai. R.

Vós, que sois a Luz do mundo e o Esplendor da glória do Pai,
- iluminai a noite escura da nossa fé, enquanto caminhamos para o Pai. R.

Cristo, Palavra do Pai, que vos fizestes carne, e chamastes Santa Teresa Margarida para imitar pela fé vossa intimidade com o Pai,
- concedei-nos perseverar sempre na vida escondida convosco em Deus. R.

Jesus, espelho e prêmio da humildade, que viestes não para ser servido, mas para servir,
- ensinai-nos hoje a realizar os serviços mais humildes, agradáveis ao Pai, que vê no segredo. R.

Cristo, Palavra de Deus, que vos fizestes passível e paciente no meio de nós,
- fazei que, a exemplo de Santa Teresa Margarida, sigamos a vós crucificado por amor da vossa Igreja, que é o vosso Corpo. R.

Jesus, que tanto amastes a vossa Mãe, companheira fiel na obra da Salvação,
- fazei que, por intercessão de Maria, estejamos prontos a realizar com amor a vontade do Pai. R.
(intenções livres)

Pai Nosso

Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

VÉSPERAS
Hino
Ó santa virgindade,
Imagem do Deus incorruptível,
Arvore da vida!

Ó santa virgindade,
Coroa de glória e cetro do Reino,
Espelho do Deus imortal!

Ó santa virgindade,
Harmonia de um mistério admirável,
Como são belas as coroas
E as vitórias dos teus combates!

Ó santa virgindade,
Luz da liberdade e vida celeste,
Templo de Deus e morada do grande Rei!

Ó santa virgindade,
Paraíso do Omnipotente,
Herança da família do Deus imortal!

Ó santa virgindade,
Glória de Deus, fraternidade dos Anjos,
Árvore florescente de perpétua santidade!

Ó santa virgindade,
Em ti se completa a vitória de Cristo,
Em ti resplandece o poder do Omnipotente,
Em ti repousa o Espírito de Deus.

Leitura breve - 1Jo 4,16b
Deus é Amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.

Responsório breve
R. Águas torrenciais'* jamais apagarão o amor! R. Águas.
V. Nem os rios poderão afogá-lo! * Jamais. Glória ao Pai.
R. Águas.

Cântico evangélico
Ant. Assim como o Pai me amou também eu vos amei: permanecei no meu amor.

Preces
Louvemos a Cristo, que no amor de Deus e do próximo nos legou o seu mandamento supremo; confiantes supliquemos:

R. Concedei-nos, Senhor, o vosso amor.

Cristo, que no vosso Coração nos revelastes o amor eterno do Pai,
- fazei-nos testemunhas vivas do Divino Amor. R.

Cristo, que viestes trazer o fogo à terra,
-inflamai-nos na fogueira deste amor, que abrasava o coração de Santa Teresa Margarida. R

Vós, que sempre fizestes o que agrada ao Pai,
- fazei que a nossa vida seja em tudo uma homenagem de amor filial ao Amor do Pai. R.

Vós, que fizestes do nosso próximo o sacramento da vossa presença,
- concedei que vos sirvamos com amor em todos os irmãos e irmãs, e vos descubramos em cada um deles. R.
(intenções livres)

Vós, que vos apressastes em chamar na flor da idade Santa Teresa Margarida abrasada no vosso amor,
_ apressai-vos em receber quanto antes no Reino eterno do Amor os nossos irmãos e irmãs falecidos. R.

Pai Nosso

Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.