ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus
Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração
Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e
em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos
séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à
imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada,
todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas
as minhas obras e palavras. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Mt
7,1-5): «Não julgueis, e não sereis
julgados. Pois com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis
julgados; e a mesma medida que usardes para os outros servirá para vós. Por que
observas o cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu
próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu
olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave
do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu
irmão».
«Com o mesmo julgamento
com que julgardes os outros sereis julgados; e a mesma medida que usardes para
os outros servirá para vós»
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi Desvalls, Girona,
Espanha)
Bta Maria
Josefina de Jesus Crucificado Virgem de nossa Ordem |
Hoje, o Evangelho
recordou-me as palavras da Mariscala em O cavaleiro da Rosa, de Hug von
Hofmansthal: «Como é grande a diferença». Como mudar uma coisa mudará muito o
resultado em muitos aspectos da nossa vida, sobretudo, a espiritual.
Jesus disse:
«Não julgueis, e não sereis julgados» (Mt 7,1). Mas, Jesus também tinha dito
que temos de corrigir o irmão que está em pecado, e para isso é necessário ter
feito antes algum tipo de juízo. O próprio São Paulo nos seus escritos julga a
comunidade de Corinto e São Pedro condena Ananias e a sua esposa por falsidade.
Por causa disso, São João Crisóstomo justifica: «Jesus não disse que não temos
de evitar que um pecador deixe de pecar, temos que o corrigir sim, mas não como
um inimigo que busca a vingança, mas como o médico que aplica um remédio». O
juízo, pois, parece que deveria fazer-se, sobretudo com ânimo de corrigir,
nunca com ânimo de vingança.
Ainda mais
interessante é o que diz Santo Agostinho: «O Senhor previne-nos de julgar
rápida e injustamente (...). Pensemos primeiro, se nós não tivemos também algum
pecado semelhante; pensemos que somos homens frágeis, e [julguemos] sempre com
a intenção de servir a Deus e não a nós». Se quando vemos os pecados dos irmãos
pensamos em nós, não nos passará, como diz o Evangelho, que com uma trave no
olho queiramos tirar o cisco do olho do nosso irmão (cfr. Mt 7,3).
Se estivermos
bem formados, veremos as coisas boas e as más dos outros, quase de maneira
inconsciente: disso faremos juízo. Mas o fato de ver as faltas dos outros desde
os pontos de vista citados nos ajudará na forma como julgamos: ajudará a não
julgar por julgar, ou por dizer alguma coisa, ou para cobrir as nossas
deficiências ou, simplesmente, porque toda a gente o faz. E, para terminar,
sobretudo tenhamos em conta as palavras de Jesus: «a mesma medida que usardes
para os outros servirá para vós» (Mt 7,2).
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
São
Josemaría Escrivá de Balaguer
Presbítero e Terceiro Carmelita
|
* No evangelho de hoje continuamos a meditação sobre o
Sermão da Montanha que se encontra nos capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus.
Nas duas semanas anteriores, vimos os capítulos 5 e 6. Nesta semana, veremos o
capítulo 7. Estes três capítulos 5, 6 e 7 oferecem uma ideia de como era a
catequese nas comunidades dos judeus convertidos na segunda metade do primeiro
século lá na Galileia e Síria. Mateus juntou e organizou as palavras de Jesus
para ensinar como devia ser a nova maneira de viver a Lei de Deus.
* Depois de ter explicado como restabelecer a justiça (Mt
5,17 a 6,18) e como restaurar a ordem da criação (Mt 6,19-34), Jesus ensina
como deve ser a vida em comunidade (Mt 7,1-12). No fim, ele traz algumas
recomendações e conselhos finais (Mt 7,13-27). Aqui segue um esquema de todo o
sermão da Montanha:
Mateus
5,1-12: As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei
Mateus
5,13-16: A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo
Mateus
5,17-19: A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei
Mateus
5,20-48: A nova prática da justiça: observando a nova Lei.
Mateus 6,1-4:
A nova prática das obras de piedade: a esmola
Mateus
6,5-15: A nova prática das obras de piedade: a oração
Mateus
6,16-18: A nova prática das obras de piedade: o jejum
Mateus
6,19-21: Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular
Mateus
6,22-23: Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta
Mateus 6,24:
Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro
Mateus
6,25-34: Novo relacionamento com os bens materiais: confiar na providência
Mateus 7,1-5:
Nova convivência comunitária: não julgar
Mateus 7,6:
Nova convivência comunitária: não desprezar a comunidade
Mateus
7,7-11: Nova convivência comunitária: confiança em Deus gera partilha
Mateus 7,12:
Nova convivência comunitária: a Regra de Ouro
Mateus
7,13-14: Recomendações finais: escolher o caminho certo
Mateus
7,15-20: Recomendações finais: o profeta se conhece pelos frutos
Mateus
7,21-23: Recomendações finais: não só falar, também praticar
Mateus
7,24-27: Recomendações finais: construir a casa na rocha
* A vivência comunitária do evangelho
(Mt 7,1-12) é a pedra de toque.
É onde se define a seriedade do compromisso. A nova proposta da vida em
comunidade aborda vários aspectos: não reparar no cisco que está no olho do
irmão (Mt 7,1-5), não jogar as pérolas aos porcos (Mt 7,6), não ter medo de pedir
as coisas a Deus (Mt 7,7-11). Estes conselhos vão culminar na Regra de Ouro:
fazer ao outro aquilo que você gostaria que o outro fizesse a você (Mt 7,12). O
evangelho de hoje traz a primeira parte: Mateus 7,1-5.
* Mateus 7,1-2: Não julguem, e vocês não
serão julgados
A primeira
condição para uma boa convivência comunitária é não julgar o irmão ou a irmã,
ou seja, eliminar os preconceitos que impedem a convivência transparente. O que
significa isto no concreto? O evangelho de João dá um exemplo de como Jesus
vivia em comunidade com os discípulos. Jesus diz: “Eu não chamo vocês de
empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de
amigos, porque comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Jesus
é um livro aberto os para os seus companheiros. Esta transparência nasce da sua
total confiança nos irmãos e irmãs e tem a raiz na sua intimidade com o Pai que
lhe dá a força para abrir-se totalmente aos outros. Quem assim convive com os
irmãos e as irmãs, aceita o outro do jeito que o outro é, sem preconceitos, sem
impor-lhe condições prévias, sem julgá-lo. Aceitação mútua sem fingimento e
total transparência! Este é o ideal da nova vida comunitária, nascida da Boa
Nova que Jesus nos trouxe de que Deus é Pai/Mãe e que, portanto, todos somos
irmãos e irmãs uns dos outros. É um ideal tão difícil e tão bonito e atraente
como aquele outro: ”Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).
* Mateus 7.3-5: Vê o cisco e não
percebe a trave
Em seguida,
Jesus dá um exemplo: “Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e
não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? Ou, como você se
atreve a dizer ao irmão: 'deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você
mesmo tem uma trave no seu? Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio
olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão".
Ao ouvir esta frase, costumamos pensar logo nos fariseus que desprezavam o povo
como ignorante e se consideravam a si mesmos melhores que os outros (cf. Jo 7,49;
9,34). Na realidade, a frase de Jesus serve para todos nós. Por exemplo, hoje,
muitos de nós católicos pensamos que somos melhores que os outros cristãos.
Achamos até que os outros são menos fiéis ao evangelho do que nós católicos.
Olhamos o cisco no olho dos nossos irmãos e não enxergamos a enorme trave de
orgulho prepotente coletivo nos nossos olhos. Esta trave é a causa por que,
hoje, muita gente tem dificuldade de crer na Boa Nova de Jesus.
Para um confronto pessoal
1) Não julgar o outro e eliminar os preconceitos: qual a
experiência pessoal que eu tenho neste ponto?
2) Cisco e trave: qual a trave em mim que dificulta minha
participação na vida em família e em comunidade?
LADAINHA DO SAGRADO
CORAÇÃO
Senhor, tende
piedade de nós.
Jesus Cristo, tende
piedade de nós.
Senhor, tende
piedade de nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo,
atendei-nos.
Deus Pai dos
Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito
Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de
Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de
Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,
Coração de
Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,
Coração de
Jesus, de majestade infinita,
Coração de
Jesus, templo santo de Deus,
Coração de
Jesus, tabernáculo do Altíssimo,
Coração de
Jesus, casa de Deus e porta do céu,
Coração de
Jesus, fornalha ardente de caridade,
Coração de
Jesus, receptáculo de justiça e amor,
Coração de
Jesus, abismo de todas as virtudes,
Coração de
Jesus, digníssimo de todo o louvor,
Coração de
Jesus, rei e centro de todos os corações,
Coração de
Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência,
Coração de
Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade,
Coração de
Jesus, no qual o Pai Celeste põe as suas complacências,
Coração de
Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos,
Coração de
Jesus, desejo das colinas eternas,
Coração de
Jesus, paciente e misericordioso,
Coração de
Jesus, rico para todos os que vos invocam,
Coração de
Jesus, fonte de vida e santidade,
Coração de
Jesus, propiciação para os nossos pecados,
Coração de
Jesus, saturado de sofrimentos,
Coração de
Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,
Coração de
Jesus, feito obediente até a morte,
Coração de
Jesus, atravessado pela lança,
Coração de
Jesus, fonte de toda a consolação,
Coração de
Jesus, nossa vida e ressurreição,
Coração de
Jesus, nossa paz e reconciliação,
Coração de
Jesus, vítima dos pecadores,
Coração de
Jesus, salvação dos que em vós esperam,
Coração de
Jesus, esperança dos que em vós expiram,
Coração de
Jesus, delícia de todos os Santos,
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus,
manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso
coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e
eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores
e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam
vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo,
vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por
todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO
DE JESUS (composta por Sta.
Margarida Maria)
Eu... (nome),
dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e
minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma
de meu ser, senão para honrá-lo, amar e glorificar. É esta a minha vontade
irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando
completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo,
pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida,
segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância,
reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó
Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de
mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha
confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da
vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que
o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa
jamais me esquecer, nem me separar de Vós.
Suplico-vos,
também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero
fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer
convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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