Senhor,
todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem
todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os
exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para
vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de
santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos
olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos
efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos
do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao
abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa
bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA:
Evangelho (Jo 16, 23-28): «Naquele dia, não me
perguntareis mais nada. Em verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai
alguma coisa em meu nome, ele vos dará. Até agora, não pedistes nada em meu
nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Eu vos falei
estas coisas por meio de figuras. Vem a hora em que não mais vos falarei em
figuras, mas vos falarei claramente do Pai. Naquele dia pedireis em meu nome. E
não digo que eu rogarei ao Pai por vós. Pois o próprio Pai vos ama, porque vós
me amastes e acreditastes que saí de junto de Deus. Eu saí do Pai e vim ao
mundo. De novo, deixo o mundo e vou para o Pai».
«Eu saí do Pai (...) e vou para o
Pai»
Rev. D. Xavier ROMERO i
Galdeano (Cervera, Lleida, Espanha)
Hoje, na véspera da festa da Ascensão do Senhor, o
Evangelho deixa-nos com palavras afetuosas de despedida. Jesus dá-nos a
partilhar o seu mistério mais precioso; Deus Pai é a sua origem e, ao mesmo
tempo, o seu destino: «Eu saí do Pai e vim ao mundo. De novo, deixo o mundo e
vou para o Pai» (Jo 16,28).
Esta verdade, relativa à Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade, não deveria jamais deixar de ressoar nos nossos corações:
realmente, Jesus é o Filho de Deus; o Pai Divino é a sua origem e, ao mesmo tempo,
o seu destino.
Para aqueles que julgam saber tudo sobre Deus, mas
duvidam da filiação divina de Jesus, o Evangelho de hoje tem algo importante a
lembrar-lhes: “Aquele” a quem os judeus chamam Deus é quem enviou Jesus; é,
portanto, o Pai dos crentes. Com isto se diz, claramente, que Deus só se pode
conhecer verdadeiramente se aceitar que Ele é o Pai de Jesus.
E esta filiação divina de Jesus recorda-nos outro
aspecto, fundamental para a nossa vida: nós, os batizados, somos filhos de Deus
em Cristo pelo Espírito Santo. Aqui se esconde, para nós, um mistério
belíssimo: esta paternidade divina adotiva, de Deus para cada homem,
distingue-se da adoção humana na medida em que tem um fundamento real em nós,
já que pressupõe um novo nascimento. Portanto, quem foi introduzido na grande
Família divina já não é um estranho.
Por isso recordamos, na Oração Coleta da Missa do
dia da Ascensão, que como filhos temos seguido os passos do Filho: «Deus
onipotente, fazei-nos exultar em santa alegria e em filial ação de graças,
porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos
precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu
Corpo». Finalmente, nenhum cristão deveria aceitar “dependurar-se”, pois tudo
isto é mais importante que participar em qualquer corrida ou maratona, já que a
nossa meta é o Céu, o próprio Deus!
Reflexões de Frei Carlos Mesters,
O.Carm.
•
Jo 16,23b: Os discípulos têm acesso total ao Pai.
Esta é a garantia que Jesus anuncia aos discípulos:
que, em união com ele, podem ter acesso à paternidade de Deus. A mediação de
Jesus conduz os discípulos ao Pai. É claro que o papel de Jesus não é substituir
aos "seus": não os suplanta por uma função de intercessão, mas que os
une a si; e em comunhão com Ele, eles apresentam seus desejos e necessidades.
Os discípulos estão seguros de que Jesus tem a riqueza
do Pai: "Em verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa
em meu nome, ele vos dará." (v.23b). Desta forma, a saber, em união com
Ele, a riqueza passa a ser eficaz. O objeto de qualquer pedido ao Pai deve ser
sempre ligado a Jesus, isto é, ao seu amor e ao seu plano de dar vida ao homem
(Jo 10,10). A oração dirigida ao Pai em nome de Jesus, em união com Ele (Jo
14,13; 16,23) é atendida.
Até o momento, os discípulos não tinham pedido nada
em nome de Jesus, poderão fazer depois de sua glorificação (Jo 14,13 s) quando
receberem o Espírito que irradiará plenamente a sua identidade (Jo 4,22 ss) e
operará a união com Ele. Os seus poderão pedir e receber com alegria plena,
quando passarem da visão sensível à visão da fé.
•
Jo 16,24-25: Em Jesus temos contato direto com o Pai.
Os crentes estão incluídos na relação entre o Filho
e o Pai. Em João 16,26 Jesus insiste na ligação operada pelo Espírito, que
permitirá aos seus apresentar ao Pai qualquer pedido em união com Ele. Isso vai
acontecer "naquele dia". O que quer dizer "aquele dia pedireis?"
É o dia em que virá para os seus e lhe comunicará o Espírito (Jo 20,19-22).
Então os discípulos, conhecendo a relação entre Jesus e o Pai, saberão que são
ouvidos. Será necessário que Jesus se interpõe entre o Pai e os discípulos
pedindo para favorecê-los, não porque tenha terminado sua mediação, mas porque
eles, tendo acreditado na Encarnação do Verbo e estando intimamente unidos a
Cristo, serão amados pelo Pai como o Pai ama o Filho (Jo 17,23.26). Em Jesus,
os discípulos experimentam o contato direto com o Pai.
•
Jo 16,26-27: Oração ao Pai.
Assim, pois, orar é ir ao Pai por meio de Jesus;
dirigir-se ao Pai em nome de Jesus. Deve-se prestar especial atenção para a
expressão de Jesus nos vv. 26-27: “E não digo que eu rogarei ao Pai por vós.
Pois o próprio Pai vos ama". O amor do Pai para com os discípulos se
baseia na adesão dos "seus" a Jesus, na fé de sua procedência, ou
seja, no reconhecimento de Jesus como dom do Pai. Após ter assemelhado os
discípulos com ele, parece que Jesus se retira da sua condição de mediador, mas
na verdade deixa que nos tome e nos atenda somente o Pai: "Pedi e
recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (v 24). Conectados na
relação com o Pai através da união com Ele, a nossa alegria é total e nossa
oração perfeita. Deus sempre oferece o seu amor ao mundo todo, mas esse amor se
torna recíproco somente se o homem responder. O amor é incompleto se não for
recíproco: até que o homem não o aceita, permanece suspenso. Os discípulos o
aceitam no momento em que amam a Jesus, e desta maneira se torna operativo o
amor de Deus. A oração é essa relação de amor. No fundo, a história de cada um
de nós se identifica com a história de sua oração, incluindo os momentos que
não parecem como tal: o desejo já é uma oração, bem como a busca, a angústia...
Para
confronto pessoal
1) Minha
oração pessoal e comunitária, é realizada em um estado de quietude, de paz e de
grande tranquilidade?
2) Com que
empenho me dedico a crescer na amizade com Jesus? Você está convencido de que
você pode conseguir uma identificação real através de comunhão com Ele e do
amor ao próximo?
ORAÇÃO
(COMPOSTA
POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO):
Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar
tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a
Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão, alcançai-me de Jesus a
graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver
servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna
dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo
atendei-nos.
Deus Pai dos Céus tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria, rogai
por nós.
Imaculada Esposa do Espírito Santo,
Puríssima
Esposa do Espírito Santo,
Devotíssima Esposa do Espírito Santo,
Piedosíssima Esposa do Espírito Santo,
Benigníssima Esposa do Espírito Santo,
Amabilíssima Esposa do Espírito Santo,
Amadíssima Esposa do Espírito Santo,
Esposa eleita do Espírito Santo,
Esposa formosíssima do Espírito Santo,
Esposa graciosíssima do Espírito Santo,
Esposa santíssima do Espírito Santo,
Esposa ilibada do Espírito Santo,
Esposa admirabilíssima do Espírito Santo,
Esposa humilíssima do Espírito Santo,
Verdadeiro Templo do Espírito Santo,
Modelo da alma agradável a Deus,
Exemplo maravilhoso de vida piedosa,
Bendita entre todos os descendentes de Eva,
Mãe cheia de graça,
Virgem coberta com a sombra do Espírito Santo,
Virgem repleta do Espírito Santo,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós!
Rogai por nós, ó Maria, Esposa do Espírito Santo!
Para que sejamos
dignos da Promessa de Cristo!
OREMOS
– Deus Todo Poderoso, que enviastes o Espírito Santo sobre os Apóstolos,
reunidos em oração com Maria, Mãe de Jesus, concedei, por intercessão da Virgem
Santíssima, que nos consagremos fielmente ao Vosso serviço e proclamemos a glória do Vosso Nome em
palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de igual confiança, eu corro e venho a
vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó
Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo
encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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