Senhor,
todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem
todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os
exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para
vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de
santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos
olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos
efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos
do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao
abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa
bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA:
Evangelho (Jo 16,16-20): «Um pouco de tempo, e
não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo». Alguns dos seus
discípulos comentavam: «Que significa isto que ele está dizendo: ‘Um pouco de
tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou
para junto do Pai’?». Diziam ainda: «O que é esse ‘pouco’? Não entendemos o que
ele quer dizer». Jesus entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou:
«Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais
um pouco, e me vereis de novo’? Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e
lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se
transformará em alegria».
«Vossa tristeza se transformará em
alegria»
Rev. D. Joan Pere PULIDO i
Gutiérrez (Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje contemplamos mais uma vez a palavra de Deus com
a ajuda do evangelista João. Nestes últimos dias da Páscoa sentimos uma
inquietação especial por viver esta palavra e entendê-la. A mesma inquietação
dos primeiros discípulos que se expressa profundamente nas palavras de Jesus — «Um
pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo» (Jo
16,16) — concentra a tensão de nossas inquietações de fé, da busca de Deus em
nosso dia a dia.
Os cristãos do século XXI sentimos essa mesma
urgência que os cristãos do primeiro século. Queremos ver Jesus, precisamos
experimentar a sua presença em meio de nós para reforçar a nossa fé, esperança
e caridade. Por isso, sentimos tristeza ao pensar que Ele não esteja entre nós,
que não podamos sentir e tocar sua presença, sentir e escutar sua palavra. Mas
essa tristeza se transforma em alegria profunda quando experimentamos sua
presença segura entre nós.
Essa presença, era recordada pelo Papa João Paulo II
na sua última Carta encíclica Ecclesia de Eucharistia, concretiza-se — especificamente
— na Eucaristia: «A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas
uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do
mistério da Igreja». Ela experimenta com alegria, como se realiza
constantemente, de muitas maneiras, a promessa do Senhor: `Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim do mundo’ (Mt 28,20). (...) A Eucaristia é
mistério de fé, e ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Quando a Igreja a celebra,
os fiéis podem reviver, de algum jeito a experiência dos discípulos de Emaús:
«Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram (Lc 24,31)».
Peçamos a Deus uma fé profunda, uma inquietação
constante que se sacie na Eucaristia, ouvindo e compreendendo a Palavra de
Deus; comendo e saciando a nossa fome no Corpo de Cristo. Que o Espírito Santo
enche de sua luz a nossa busca de Deus.
Reflexões de Frei Carlos Mesters,
O.Carm.
Jesus diz "um pouco" (mikrón), ou seja, um
tempo muito curto, como um "momento". Ao longo dos muitos matizes, se
quer enfatizar a brevidade de tempo. Se o tempo que Jesus passou junto aos seus,
como Verbo Encarnado foi muito curto, igualmente será breve o tempo entre sua
partida e seu regresso. Não haverá mudança na situação interna dos seus
discípulos, porque não muda a relação deles com Jesus: há uma proximidade
permanente. Assim, a visão de Jesus não sofrerá interrupção, mas terá como
característica a comunhão de vida com Ele (Jo 14,19). É interessante o uso
repetido do verbo "ver" no versículo 16: "Um pouco de tempo, e
não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo". A expressão
"Um pouco de tempo, e não mais me vereis", recorda a maneira pela qual
os discípulos veem no Jesus histórico o Filho de Deus; a outra expressão
"mais um pouco, e me vereis de novo" se refere à experiência do
Cristo ressuscitado. Parece que Jesus quer dizer aos seus discípulos que por
brevíssimo tempo permanecerão ainda em condição de vê-lo, reconhecê-lo em sua
carne visível, mas depois o contemplarão com uma visão diferente, porque ele se
lhes mostrará transformado, transfigurado.
•
João 16,17-19: A incompreensão dos discípulos.
Enquanto isso, alguns discípulos não conseguem
entender o que significa esta ausência de Jesus, ou seja, sua ida ao Pai.
Experimentam desconforto diante das palavras de Jesus, e o expressam com quatro
interrogações, unidas na mesma expressão: "O que é que isso nos
diz?". O leitor já ouviu isso outras vezes nas perguntas de Pedro, de
Filipe, de Tomé, de Judas – não o Iscariotes, e agora as dos discípulos que
pedem explicações. Os discípulos não compreendem realmente o que Ele está
falando. Eles não entendem como Jesus, se ele vai ao Pai, pode ser visto de
novo por eles (vv.16-19). Mas a questão parece centrar-se sobre aquele
"pouco", que para o leitor parece ser um tempo muito longo que não
termina nunca, especialmente quando se está na angústia e tristeza. De fato,
não passa o tempo da tristeza. Espera-se uma resposta por parte de Jesus, mas o
evangelista retoma outra vez a pergunta: Estais discutindo porque eu disse: ‘Um
pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’?
"(v.19)
•
João 16,20: A resposta de Jesus.
Na verdade, Jesus não responde a pergunta que lhe
fazem: "O que é esse ‘pouco’?" Mas os convida à confiança. É verdade
que os discípulos serão provados, vão sofrer muito, eles se sentirão sós diante
de uma situação hostil, abandonados a um mundo que se alegra com a morte de
Jesus, mas Jesus assegura que sua tristeza se tornará em alegria. À tristeza se
contrapõe um tempo, no qual tudo será invertido. A expressão adversativa
"mas a vossa tristeza se transformará em alegria", ressalta esta
mudança de perspectiva. Para o leitor, é claro que a expressão "um
pouco", "dentro de um curto espaço de tempo" corresponde ao
momento ou época em que a situação será alterada, mas até então, tudo será
tristeza e prova.
Em resumo, os discípulos recebem de Jesus uma
promessa de felicidade e alegria; em virtude daquele momento em que será
invertida aquela situação difícil a que "os seus" e a comunidade
eclesial estão submetidos, eles entrarão na realidade de um mundo iluminado
pela ressurreição.
Para
confronto pessoal
1. Tenho
certeza de que vai passar o tempo de teste e Ele vai estar comigo?
2. "Ficareis
tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria." Qual é o
impacto dessas palavras de Jesus sobre os acontecimentos de sua vida? Como você
vive as situações de tristeza e angústia?
ORAÇÃO
(COMPOSTA
POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO):
Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar
tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a
Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão, alcançai-me de Jesus a
graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver
servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna
dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus
Cristo atendei-nos.
Deus Pai dos Céus tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Mãe da Igreja,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Esperança dos carmelitas,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha das famílias,
Rainha da paz,
Rainha e esplendor do Carmelo,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
tende misericórdia de nós.
V. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS
Infundi,
Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela
anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso
Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da
ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de igual confiança, eu corro e venho a
vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó
Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo
encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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