MISSA DA VIGÍLIA
Evangelho (Mateus
28:1-10) - No fim do sábado, quando já
despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o
sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor,
descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. O
seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. Os
guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. Mas o anjo,
respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como
havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e
dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai
adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito. E,
saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a
anunciá-lo aos seus discípulos. E, indo elas a dar as novas aos seus
discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas,
chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus disse-lhes: Não
temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galileia, e lá me verão.
«Ele não está aqui!
Ressuscitou»
Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona, Espanha)
Hoje no
Evangelho da vigília pascal, late um grande dinamismo: duas mulheres correm
para o sepulcro, um terramoto, um anjo faz rodar a pedra, uns guardas
assustados caem como mortos. E Jesus, vivo e ressuscitado, torna-se companheiro
de caminho daquelas mulheres.
As mulheres
são as primeiras a experimentar a ressurreição de Jesus, apenas por terem visto
o sepulcro vazio e o anjo que lhes anuncia: «Vós não precisais ter medo! Sei
que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como
havia dito…» (Mt 28,5-6). São, também, as primeiras a dar testemunho da sua
experiência: «Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou´» (Mt 28,7).
Imediatamente
acreditam. Mas a sua fé é uma mistura de medo e de alegria. Sentiam medo pelas
palavras do anjo, com o anuncio que vai para lá das espectativas humanas. E a
alegria pela certeza da ressurreição do Senhor, porque as Escrituras tinham-se
cumprido, pelo imenso privilégio da primazia pascal que receberam. A fé, pois,
mesmo produzindo uma grande alegria interior, não exclui o medo.
Elas vão
anunciar aquela experiencia do Ressuscitado, que tiveram sem a ter visto. Jesus
premia-lhes esta fé e aparece-lhes durante o caminho.
O centro de
toda a experiência de fé não é em primeiro lugar uma doutrina nem uns dogmas. É
a pessoa de Jesus. A fé das mulheres do Evangelho de hoje está centrada nele,
na sua pessoa e não noutra coisa. Experimentaram-no vivo e vão anuncia-lo vivo!
Outra mulher,
Santa Clara, escrevia a Santa Inês de Praga que deveria centrar-se em Jesus
ressuscitado: «Observai, considerai, comtemplai a Jesus Cristo (...). Se
sofrerdes com Ele, reinareis também com Ele; se chorardes com Ele, com Ele
gozareis; se morrerdes com Ele na cruz da tribulação, possuireis com Ele as
eternas moradas».
MISSA DO DIA
Evangelho (Jo
20,1-9): No primeiro dia da semana, bem
de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu
que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Ela saiu correndo e foi se encontrar
com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava.
Disse-lhes: «Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram». Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao
túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa,
chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas
não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo.
Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de
Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O
outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e
creu. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a qual ele
devia ressuscitar dos mortos. E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de
temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. Nisso, o
próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: «Alegrai-vos!». Elas se
aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. Jesus lhes disse: «Não tenhais
medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão».
«O outro discípulo, que
tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu»
Mons. Joan Enric VIVES i Sicília Bispo de Urgell (Lleida,
Espanha)
Hoje «é o dia
que o Senhor fez», iremos cantando ao longo de toda a Páscoa. Essa expressão do
Salmo 117 inunda a celebração da fé cristã, O Pai ressuscitou o seu Filho Jesus
Cristo, o Amado, Aquele em quem se compraz porque amou a ponto de dar sua vida
por todos.
Vivamos a
Páscoa com muita alegria. Cristo ressuscitou: celebremo-lo cheios de alegria e
de amor. Hoje, Jesus Cristo venceu a morte, o pecado, a tristeza… e nos abriu
as portas da nova vida, a autêntica vida que o Espírito Santo continua a nos
dar por pura graça. Que ninguém fique triste! Cristo é nossa Paz e nosso
Caminho para sempre. Ele, hoje, «revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua
vocação sublime» (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes 22).
O grande
sinal que nos dá o Evangelho é que o sepulcro de Jesus está vazio. Já não temos
de procurar entre os mortos, Aquele que vive, porque ressuscitou. E os
discípulos, que depois o verão Ressuscitado, isto é, que o experimentarão vivo
em um maravilhoso encontro de fé, percebem que há um vazio no lugar de sua
sepultura. Sepulcro vazio e aparições serão os grandes sinais para a fé do
crente. O Evangelho diz que «o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao
túmulo, entrou também, viu e creu» (Jo 20,8). Ele soube compreender, pela fé,
que aquele vazio e, por sua vez, aquela mortalha e aquele sudário bem dobrados,
eram pequenos sinais do passo de Deus, da nova vida. O amor sabe captar, a
partir de pequenos detalhes, o que os outros, sem ele, não captam. O «discípulo
que Jesus mais amava» (Jo 20,2) guiava-se pelo amor que havia recebido de
Cristo.
O “ver” e o
“crer” dos discípulos hão de ser também os nossos. Renovemos nossa fé pascoal.
Que Cristo seja, em tudo, o nosso Senhor. Deixemos que sua Vida vivifique a
nossa e renovemos a graça do batismo que recebemos. Façamo-nos seus apóstolos e
seus discípulos. Guiemo-nos pelo amor e anunciemos a todo o mundo a felicidade
de crer em Jesus Cristo. Sejamos testemunhos esperançosos de sua Ressurreição.
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