ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó
Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a
confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Lc 15,1-3.11-32): Todos os publicanos e pecadores
aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém,
murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Então
ele contou-lhes esta parábola: E Jesus continuou. «Um homem tinha dois filhos.
O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E
o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou
o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida
desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome
àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a
um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria
matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então
caiu em si e disse: «Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui,
morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus
e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus
empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe,
seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o
e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e
contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos
empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe
um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para
comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver;
estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho
estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança.
Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele
respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque
recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar.
O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho
para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me
deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu
filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho
gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é
meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava
morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado».
«Vou voltar para meu pai e dizer-lhe:
‘Pai, pequei contra Deus e contra ti»
Rev.
D. Llucià POU i Sabater (Granada, Espanha)
Hoje vemos a misericórdia, a
característica distintiva de Deus Pai, no momento em que contemplamos uma
Humanidade “órfã”, porque —esquecida— não sabe que é filha de Deus. Cronin fala
de um filho que saiu de casa, esbanjou o dinheiro, a saúde, a honra da sua
família... e acabou na prisão. Pouco antes de sair em liberdade, escreveu para
casa: se o tivessem perdoado, então que pendurassem um pano branco na macieira,
que ficava ao pé da linha do comboio. Se ele visse o pano, voltaria a casa; se
não, nunca mais o veriam a ele. No dia em que saiu, ao aproximar-se de casa, nem
se atrevia a olhar... estaria lá, o pano? «Abre os teus olhos! ... vê! »,
diz-lhe um amigo. E então, qual não foi o seu espanto: na macieira não havia
apenas um pano branco, mas sim centenas; estava cheia de panos brancos.
Recorda-nos aquele quadro de Rembrandt,
no qual se vê como o filho que regressa, fragilizado e esfomeado, é abraçado
por um ancião, com duas mãos diferentes: uma mão de pai, que o abraça com
força; uma outra de mãe, afetuosa e doce, que o acaricia. Deus é pai e mãe...
«Pai, pequei» (cf. Lc 15,21), queremos
nós também dizer, e sentir o abraço de Deus no sacramento da confissão, e
participar na festa da Eucaristia: «Mas era preciso festejar e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto e tornou a viver» (Lc 15,23-24). Assim
sendo, já que «Deus nos espera —em cada dia— como aquele pai da parábola
esperava o seu filho pródigo» (São Josemaria), percorramos o caminho com Jesus,
ao encontro do Pai, onde tudo se torna claro: «o mistério do homem só no
mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente» (Concílio Vaticano
II).
O protagonista é sempre o Pai. Que o
deserto da Quaresma nos leve a interiorizar esta chamada a participar na
misericórdia divina, já que viver é regressar ao Pai.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor. |
* O capítulo 15 do
evangelho de Lucas está pendurado na seguinte informação: "Todos os
publicanos e pecadores se aproximavam para ouvir Jesus. Os fariseus e os
escribas, porém, murmuravam: Esse homem recebe os pecadores e come com
eles!" (Lc 15,1-3). Em seguida, Lucas traz três parábolas ligadas entre si
pelo mesmo assunto: a ovelha perdida (Lc 15,4-7), a moeda perdida (Lc 15,8-10),
o filho perdido (Lc 15,11-32). Esta última parábola é o assunto do evangelho de
hoje.
* Lucas 15,11-13: A decisão do filho mais novo. Um homem
tinha dois filhos. O mais novo pede a parte da herança que lhe toca. O pai
divide tudo entre os dois. Tanto o mais velho como o mais novo, ambos recebem a
sua parte. Receber herança não é mérito. É um dom gratuito. A herança dos dons
de Deus está distribuída entre todos os seres humanos, tanto judeus como
pagãos, tanto cristãos como não cristãos. Todos têm algo da herança do Pai. Mas
nem todos cuidam da mesma maneira. Assim, o filho mais novo parte para longe e
gasta a sua herança numa vida dissipada, esquecendo-se do Pai. No tempo de Lucas,
o mais velho representava as comunidades vindas do judaísmo, e o mais novo, as
comunidades vindas do paganismo. E hoje, quem é o mais velho e o mais novo?
* Lucas 15,14-19: A desilusão e a vontade de
voltar para a casa do Pai. A necessidade de ter o que comer faz com que
o mais novo perca a sua liberdade e se torne escravo para cuidar dos porcos.
Recebe tratamento pior que os porcos. Esta era a condição de vida de milhões de
escravos no império romano no tempo de Lucas. A situação em que está faz o mais
novo cair em si e lembrar-se da casa do Pai. Ele faz uma revisão de vida e
decide voltar para casa. Prepara até as palavras que vai dizer ao Pai: “Já não
mereço ser teu filho! Trata-me como um dos teus empregados!” Empregado executa
ordens, cumpre a lei da servidão. O filho mais novo quer ser cumpridor da lei,
como o queriam os fariseus e os escribas no tempo de Jesus (Lc 15,1). Era isto
que os missionários dos fariseus impunham aos pagãos que se convertiam ao Deus
de Abraão (Mt 23,15). No tempo de Lucas, cristãos vindos do judaísmo
conseguiram que alguns cristãos, convertidos do paganismo, se submetessem ao
jugo da lei (Gl 1,6-10).
* Lucas 15,20-24: A alegria do Pai ao reencontrar
o filho mais novo. A parábola diz que o filho mais novo ainda
estava longe de casa e o Pai já o viu, corre ao seu encontro e o cumula de
beijos. A impressão que Jesus nos dá é que o Pai ficou o tempo todo na janela
olhando a estrada para ver o filho apontar lá longe na esquina! Conforme o
nosso modo humano de pensar e de sentir, a alegria do Pai parece exagerada. Nem
deixa o filho terminar as palavras que tinha preparado. Nem escuta! O Pai não
quer que o filho seja seu escravo. Quer que seja filho! Esta é a grande Boa
Nova que Jesus nos trouxe! Túnica nova, sandálias novas, anel no dedo,
churrasco, festa! Nesta alegria imensa do reencontro, Jesus deixa transparecer
como era grande a tristeza do Pai pela perda do filho. Deus estava muito triste
e isto a gente só fica sabendo agora, vendo o tamanho da alegria do Pai quando
reencontra o filho! E é uma alegria partilhada com todo mundo na festa que ele
manda preparar.
* Lucas 15,25-28b: A reação do filho mais velho. O filho
mais velho volta do serviço no campo e encontra a casa em festa. Não entra.
Quer saber de que se trata. Quando soube do motivo da festa, ficou com muita
raiva e não quis entrar. Fechado em si mesmo, ele pensa ter o seu direito. Não
gostou da festa e não entendeu a alegria do Pai. Sinal de que não tinha muita
intimidade com o Pai, apesar de viver na mesma casa. Pois, se tivesse, teria
notado a imensa tristeza do Pai pela perda do filho mais novo e teria entendido
a alegria dele pela volta do filho. Quem vive muito preocupado em observar a
lei de Deus, corre o perigo de esquecer o próprio Deus! O filho mais novo, mesmo
longe de casa, parecia conhecer o Pai melhor que o filho mais velho, que morava
com ele na mesma casa! Pois o mais novo teve a coragem de voltar para a casa do
Pai, enquanto o mais velho não quer mais entrar na casa do Pai! Ele não se dá
conta de que o Pai, sem ele, vai perder a alegria. Pois também ele, o mais
velho, é filho do mesmo jeito que o novo!
* Lucas 15,28a-30: A atitude do Pai e a resposta
do filho mais velho. O pai sai de casa e suplica ao filho mais
velho para entrar. Mas este responde: "Pai, tantos anos que eu sirvo ao
senhor. Jamais transgredi um só dos seus mandamentos, e o senhor nunca me deu
um cabrito sequer para festejar com meus amigos. E vem esse seu filho, que
devorou seus bens com prostitutas e o senhor manda matar até o novilho gordo!"
O mais velho também quer festa e alegria, mas só com os amigos. Não com o
irmão, nem com o pai. Ele nem sequer chama o mais novo de irmão, mas "esse
seu filho", como se não fosse mais irmão dele. E é ele, o mais velho, que
fala em prostitutas. É a malícia dele que interpretou assim a vida do irmão
mais novo. Quantas vezes o irmão mais velho não interpreta mal a vida do irmão
mais novo! Quantas vezes nós católicos interpretamos mal a vida e a religião
dos outros! A atitude do Pai é outra. Ele acolheu o filho mais novo, mas também
não quer perder o filho mais velho. Os dois fazem parte da família. Um não pode
excluir o outro!
* Lucas 15,31-32: A resposta final do Pai. Da mesma
maneira como o Pai não deu atenção aos argumentos do filho mais novo, assim
também não dá atenção aos argumentos do mais velho e lhe diz: "Filho, tu
estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu! Mas esse teu irmão estava morto e
tornou a viver. Estava perdido e foi reencontrado!" Será que o mais velho
tinha realmente consciência de estar sempre com o Pai e de encontrar nesta
presença a causa da sua alegria? A expressão do Pai "Tudo que é meu é
teu!" Inclui também o filho mais novo que voltou! O mais velho não tem o
direito de fazer distinção. Se ele quer ser mesmo filho do Pai, terá que
aceitá-lo do jeito que ele é e não do jeito que ele gostaria que o Pai fosse! A
parábola não diz qual foi a resposta final do irmão mais velho. Isto fica por
conta do próprio irmão mais velho que somos nós!
* Quem experimenta
a gratuita e surpreendente entrada do amor de Deus em sua vida torna-se alegre
e quer comunicar esta alegria aos outros. A ação salvadora de Deus é fonte de
alegria: “Alegrem-se comigo!” (Lc 15,6.9) É desta experiência da gratuidade de
Deus que nasce o sentido da festa e da alegria (Lc 15,32). No fim da parábola,
o Pai manda ser alegre e fazer festa. A alegria ficou ameaçada por causa do
filho mais velho que se recusa a entrar. Ele pensa ter direito a uma alegria só
com os seus amigos e não quer a alegria com todos da mesma família humana. Ele
representa os que se consideram justos e observantes e acham que não precisam
de conversão.
Para um confronto pessoal
1. Qual a imagem de
Deus que está em mim desde a minha infância? Ela mudou ao longo dos anos? Se
mudou, por que mudou?
2. Eu me identifico
com qual dos dois filhos: com o mais novo ou com o mais velho? Por que?
ORAÇÃO - Ó glorioso S.
José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a
piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas
mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos
da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu
primeiro esmoler. Ah! Que nem um só de vossos servos possa dizer que vos
invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante
vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende
piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de
nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua
casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas
possessões.
ORAÇÃO: Deus, que por
vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para
Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter
como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor.
Vós que viveis e reinais com Deus Pai na unidade do Espírito Santo. Amém.
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