«João era a lâmpada que
iluminava com sua chama ardente»
Rev. D. Rafel FELIPE i Freije (Girona, Espanha)
Hoje, nós
cristãos temos muito que aprender de João Batista. Jesus compara-o com o fogo
que queima e dá luz: «João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente»
(Jo 5,35). A sua missão, como a nossa, foi a de preparar o caminho do mestre:
aplanar os corações para que só Cristo brilhe, anunciar que a Vida plena é
possível, se seguirmos Jesus Cristo com fidelidade. João é a voz que clama no
deserto: «Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3).
O Filho de Deus vem à terra para descansar em nossos corações. – Mas… no meu
coração manda a minha liberdade e, Ele pede-me “permissão” para entrar aí: por
isso há que “aplanar” o difícil caminho que leva ao coração humano. «Que o
nosso pensamento se disponha para a vinda de Cristo com uma preparação não
inferior à que faríamos se Ele ainda tivesse que vir ao mundo» (São Carlos
Borromeu).
Hoje se nos
pede que aprendamos de São João. Não é fácil. A renúncia, o sacrifício, o
compromisso, a verdade… não estão na moda atualmente. Quantos só se movem pelo
dinheiro, pelos prazeres, pela comodidade, pela mentira…? Há que ter o coração
limpo e desalojado das coisas. Se não, aí não podem encontrar espaço nem Jesus
nem as outras pessoas.
Mas o
Evangelho é caminho de Vida e de felicidade. Só a Verdade nos pode fazer
livres, ainda que isto nos traga a perseguição ou a morte. João Batista já o
tinha percebido, mas aceita porque esta é a sua missão. O seu batismo era
libertador e as suas palavras – convidando à conversão – o caminho para lá
chegar.
Jesus
encontra o caminho aplanado, preparado, temperado pela penitência do Batista.
Suas obras dão testemunho de que Ele é o enviado. Encontra já os corações arrependidos
e humilhados graças ao testemunho de João. Para ele, o Mestre não encontra mais
que palavras de elogio.
Tomara sejam
as mesmas palavras para cada um de nós. Sobretudo, se tivermos sido capazes de
apontar o Mestre, apresentando-o e, por sua vez, desaparecendo nós mesmos.
João é a lâmpada que
arde e brilha
José Salviano
Bta Maria dos Anjos, Virgem de nossa Ordem |
João está
pregando na borda do deserto, nas proximidades do rio Jordão. Está anunciando a
vinda do Menino Jesus. Ele prepara "o caminho do Senhor" para uma
nova terra, a terra prometida, uma terra onde o Judaísmo foi desfigurado, o
povo descriminado, oprimido e até escravizado, pelo governo teocrático do Saduceus
e outros privilegiados. João Batista é aquele que anuncia a solução definitiva
para tudo isso desde que façamos a nossa parte. Desde que endireitemos os
nossos caminhos e trabalhemos na construção de um mundo novo de justiça e paz,
a qual encontra sua plenitude em Jesus, o Filho de Deus.
A sua missão
local é discernir e libertar o povo das falsas ideologias emanadas do poder
econômico, associado ao poder político-religioso centralizado em Jerusalém pela
aristocracia dominante.
João Batista
na esperança de que o Messias vai realizar isso e muito mais, sugere que
devemos mudar totalmente a nossa perspectiva de vida.
Colinas ou
montes e vales representam hoje os altos e baixos da nossa personalidade. Um
dia estamos com Deus, e no outro dia o expulsamos de nós pelo pecado cometido.
João nos exorta a parar com essa vida de aproximação e afastamento de Deus.
Caminhos
esburacados são os pequenos pecados veniais, que vão esburacando e
enfraquecendo o nosso estado de graça, até se transformar em uma cratera que só
uma confissão pode aterrar.
Caminhos
tortuosos são os nossos vacilos de fé. Uma guinada para a direita, quando
estamos em alta com a nossa fé. Uma virada para a esquerda é quando surge uma
dúvida, um questionamento, que é digno daquele puxão de orelha que Jesus deu a
Pedro. "Porque duvidaste? Homem de
pouca fé".
João nos
convida a endireitar a nossa vida espiritual para que nos tornemos menos
indignos de receber o Filho de Deus. Assim como precisamos hoje nos tornar
menos indignos de receber Jesus nas aparências de pão e de vinho.
E faremos
isso quando precisamos. Quando ao pecar gravemente, voltemos a amizade com Deus
através de uma boa confissão. E é bom que façamos uma boa limpeza em nossa alma
procurando o sacerdote para receber Jesus Menino. Para que a nossa alegria na
noite de Natal não seja uma alegria meramente social, mais sim uma alegria
celestial. Uma alegria que brota de nosso interior modificado pela presença de
Cristo. Uma alegria que não é apenas pelo presente que ganhamos ou pela
embriaguez da bebida que tomamos. Mas sim, uma alegria de quem está comemorando
o aniversário de Cristo, aquele que quis ser o alimento da nossa alma e que
recebemos através da Hóstia Consagrada.
A satisfação
de fazer as pazes com o irmão, de perdoá-lo, e de voltar a desejar a ele um
feliz natal do fundo da alma, não só a ele, mas a todos os irmãos e irmãs do
nosso convívio.
Advento é a
espera desse momento maravilhoso! Cristo não vai nascer no próximo dia 25 de
dezembro. Vamos comemorar o seu aniversário. Mas Ele pode e deve nascer ou
renascer em cada um de nós.
Siga você
também o exemplo de João.
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