Bto Bartolomeu Fanti Presbítero de nossa Ordem |
«Teus pecados são
perdoados»
Rev. D. Joan Carles MONTSERRAT i Pulido (Cerdanyola del
Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, o
Senhor ensina e, ao mesmo tempo, cura. Hoje, vemos o Senhor que ensinava os que
se consideravam sábios naqueles tempos: os fariseus e os mestres da lei. Às
vezes, podemos pensar que neste século em que vivemos, ou pelos estudos que
temos feito, pouco temos para aprender. Esta lógica não sobrenatural nos leva
frequentemente a querer fazer que os caminhos de Deus sejam os nossos e não ao
contrário.
Na atitude
dos que querem a cura de seu amigo vemos os esforços humanos para conseguir
aquilo que verdadeiramente desejam. O que queriam era algo muito bom: que o
doente pudesse levantar-se. Mas isso não é suficiente. Nosso Senhor deseja
fazer conosco uma cura completa. E por isso começa com o que Ele tinha vindo
fazer neste mundo, o que significa o Seu santo nome: Salvar o homem de seus
pecados.
A fonte mais
profunda de meus males são sempre os meus pecados: «Homem, teus pecados são
perdoados» (Lc 5,20). Frequentemente, nossa oração ou nosso interesse é só
material, mas o Senhor sabe o que mais nos convém. Como naqueles tempos os
consultórios dos médicos estão lotados de doentes. Mas, como aqueles homens,
corremos o risco de não ir com tanta diligência ao lugar onde de verdade nos
restabelecemos inteiramente: ao encontro com o Senhor no sacramento da
Penitência.
É fundamental
em todo o tempo para o crente, o encontro sincero com Jesus Cristo
misericordioso. Ele, rico em misericórdia, recorda-nos especialmente hoje que
neste Advento não podemos desatender o perdão que Ele nos dá de mãos cheias. E,
se for preciso, joguemos fora os impedimentos — o telhado — que nos impedem de
O ver. —Eu também preciso de retirar as telhas de meus preconceitos, das minhas
comodidades, das minhas ocupações, das desconfianças, que são um impedimento
para "olhar acima das telhas".
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm
O Evangelho
de hoje é um espelho. Ele evoca em nós as palavras que dizemos durante a Missa
na hora da comunhão: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada,
mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Olhando no espelho deste texto, ele
sugere o seguinte:
* Sentado, Jesus ensinava. O povo gostava de ouvi-lo. Qual era o
assunto do ensino de Jesus? Ele sempre falava de Deus, seu Pai, mas dele falava
de um jeito novo e atraente, diferente dos escribas e fariseus (Mc 1,22.27).
Jesus apresentava Deus como a grande Boa Notícia para a vida humana; um Deus
Pai/Mãe que ama e acolhe as pessoas, e não um Deus que nos ameaça e condena.
* Um paralítico é carregado por quatro
pessoas. Jesus é a
única esperança deles. Vendo a fé, ele diz ao paralítico: Teus pecados estão
perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralisia, etc.)
fossem castigo de Deus por algum pecado. Por isso, os paralíticos e tantos
outros deficientes físicos sentiam-se rejeitados e excluídos por Deus! Jesus
ensinava o contrário. A fé tão grande do paralítico era um sinal evidente de
que ele e seus carregadores estavam sendo acolhidos por Deus. Por isso, Jesus
declara: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de
Deus!”
* A afirmação de Jesus não combinava com a ideia que os
doutores da lei tinham de Deus. Por isso, eles reagem: Ele blasfema! Conforme o
ensinamento deles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia
declarar uma pessoa perdoada e purificada. Como é que Jesus, homem sem estudo,
um leigo, podia declarar o paralítico como perdoado e purificado dos pecados?
Pois, se um simples leigo podia perdoar os pecados, os doutores e os sacerdotes
perderiam o seu poder e também a sua fonte de renda! Por isso reagem e se
defendem.
* Jesus justifica a sua ação: O que é mais fácil dizer: ‘Teus
pecados estão perdoados!’ Ou dizer: ‘Levanta-te e anda!’? Evidentemente, é
muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode
verificar se, de fato, o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se eu digo:
“Levanta-te e anda!”, aí todos poderão verificar se tenho ou não esse poder de
curar. Por isso, para mostrar que, em nome de Deus, tinha o poder de perdoar os
pecados, Jesus disse ao paralítico: ”Levanta-te, toma teu leito e vá para casa!”
Curou o homem! Provou que a paralisia não é um castigo de Deus pelo pecado, e
mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.
Para um confronto pessoal
1. Colocando-me na posição dos carregadores: será que eu
seria capaz de carregar o doente, subir no telhado e fazer o que os quatro
fizeram? Será que eu tenho tanta fé?
2. Qual a imagem de Deus que está em mim e que se irradia
nos outros? A dos doutores ou a de Jesus? Deus compassivo ou ameaçador?
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