Sta Isabel da Hungria, viúva e terceira franciscana |
Evangelho
(Lc 19,41-44): Quando Jesus se aproximou
de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: «Se tu também compreendesses
hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos!
Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de
todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra
sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».
«Se (...) tu
compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!»
Rev. D. Blas RUIZ i López (Ascó, Tarragona, Espanha)
Hoje, a
imagem que nos apresenta o Evangelho é a de um Jesus que «chorou» (Lc 19,41) pela
sorte da cidade escolhida, que não reconheceu a presença do seu Salvador.
Conhecendo as notícias que se deram nos últimos tempos, seria fácil para nós
aplicar essa lamentação à cidade que é —à vez— santa e fonte de divisões.
Mas,
olhando mais para frente, podemos identificar esta Jerusalém com o povo
escolhido, que é a Igreja, e —por extensão— com o mundo em que esta levará a
termo a sua missão. Se assim o fazemos, encontraremos uma comunidade que, ainda
que tenha alcançado o topo no campo da tecnologia e da ciência, geme e chora,
porque vive rodeada pelo egoísmo dos seus membros, porque levantou ao seu redor
os muros da violência e da desordem moral, porque atira no chão os seus filhos,
arrastando-os com as cadeias de um individualismo desumanizador.
Definitivamente, o que encontraremos é um povo que não soube reconhecer o Deus
que o visitava (cf. Lc 19,44).
Porém, nós
os cristãos, não podemos ficar na pura lamentação, não devemos ser profetas de
desventuras, mas homens de esperança. Conhecemos o final da história, sabemos
que Cristo fez cair os muros e rompeu as cadeias: as lágrimas que derrama neste
Evangelho prefiguram o sangue com o qual nos salvou.
De fato,
Jesus está presente na sua Igreja, especialmente através daqueles mais
necessitados. Temos de advertir esta presença para entender a ternura que
Cristo tem por nós: é tão excelso o seu amor, diz-nos Santo Ambrósio, que Ele
se fez pequeno e humilde para que cheguemos a ser grandes; Ele deixou-se
amarrar entre as fraldas como um menino para que nós sejamos liberados dos
laços do pecado; Ele deixou-se cravar na cruz para que nós sejamos contados
entre as estrelas do céu... Por isso, temos de dar graças a Deus, e descobrir
presente no meio de nós aquele que nos visita e nos redime.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* O
evangelho de hoje informa como Jesus, chegando perto de Jerusalém, ao ver a
cidade, começou a chorar e pronunciou palavras que faziam ver um futuro muito
sombrio para a cidade, capital do seu povo.
* Lucas 19,41-42 Jesus chora sobre
Jerusalém
“Jesus se
aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: "Se também
você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos
seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua pátria, o seu povo, a capital da sua
terra, o Templo. Chora, porque sabe que tudo vai ser destruído por culpa do
próprio povo que não soube perceber nem avaliar o apelo de Deus dentro dos
fatos. O povo não percebeu o caminho que pudesse levar à Paz, Shalom. Agora,
porém, isso está escondido aos seus olhos! Esta afirmação evoca a crítica de
Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente
enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é
capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?”(Is 44,20). A mentira
estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a
verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para
obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça.
Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher
a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e
apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos,
como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que
a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).
* Lucas 19,43-44 Anúncio da
destruição de Jerusalém.
“Vão chegar
dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão
de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você
pedra sobre pedra.”. Jesus descreve o futuro que vai acontecer com a Jerusalém.
Usa as imagens de guerra que eram comuns naquele tempo quando um exército
atacava uma cidade: trincheiras, cerco fechado ao redor, matança do povo e
destruição total das muralhas e das casas. Assim, no passado, Jerusalém foi
destruída por Nabucodonosor. Assim, as legiões romanas costumavam fazer com as
cidades rebeldes e assim seria feito novamente, quarenta anos depois, com a
própria cidade de Jerusalém. De fato, no ano 70, Jerusalém foi cercada e
invadida pelos exércitos romanos. Tudo foi destruído. Diante deste pano de
fundo histórico, o gesto de Jesus se torna uma advertência muito séria a todos
que pervertem o sentido da Boa Nova de Deus. Eles devem ouvir a advertência
final: “Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la”.
Nesta advertência, todo o trabalho de Jesus é definido como uma “visita de Deus”.
Para um confronto pessoal
1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a
situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto
de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.
2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus.
Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO