ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor
Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração
Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e
em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos
séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação
do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as
minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas
obras e palavras. Amém.
Evangelho
(Mt 8,28-34): Quando Jesus chegou à
outra margem do lago, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois
possessos, saindo dos túmulos. Eram tão violentos que ninguém podia passar por
aquele caminho. Eles então gritaram: «Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste
aqui para nos atormentar antes do tempo? ». Ora, acerta distância deles estava
pastando uma manada de muitos porcos. Os demônios suplicavam-lhe: «Se nos
expulsas, manda-nos à manada de porcos». Ele disse: «Ide». Os demônios saíram,
e foram para os porcos. E todos os porcos se precipitaram, pelo despenhadeiro,
para dentro do mar, morrendo nas águas. Os que cuidavam dos porcos fugiram e
foram à cidade contar tudo, também o que houve com os possessos. A cidade
inteira saiu ao encontro de Jesus. E logo que o viram, pediram-lhe que fosse
embora da região.
«Pediram-lhe que fosse
embora da região»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Hoje,
no Evangelho, contemplamos um triste contraste. “Contraste” porque admiramos o
poder e a majestade divina de Jesus Cristo, a quem voluntariamente se submetem
os demônios (sinal claro da chegada do Reino dos Céus). Mas, ao mesmo tempo,
deploramos a estreiteza e a mesquinhez de que é capaz o coração humano que
repudia o portador da Boa Nova: «A cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. E
logo que o viram, pediram-lhe que fosse embora da região» (Mt 8,34). E “triste”
porque «a luz verdadeira, que vindo ao mundo (...), mas o mundo não a
reconheceu» (Jo 1, 9.11).
Mais
contraste e mais surpresa ainda se reparamos no fato de que o homem é livre e
esta liberdade tem a “capacidade de reter” o poder infinito de Deus. Digamos
isto de outra maneira: a infinita Potestade divina chega até onde o permite
nossa “poderosa” liberdade. E isto é assim porque Deus nos ama principalmente
com um amor de Pai, e, portanto, não nos há de surpreender que ele respeite
muito nossa liberdade: Ele não impõe seu amor: apenas o propõe para nós.
Deus,
com sabedoria e bondade infinitas, governa providencialmente o universo,
respeitando nossa liberdade; e também faz isto quando essa liberdade humana lhe
dá as costas e não quer aceitar sua vontade. Ao contrário do que possa parecer,
não se lhe escapa o mundo das mãos: Deus leva tudo a bom termo, apesar dos
impedimentos que Lhe possamos opor. Na verdade, nossos impedimentos são antes
de tudo, impedimentos para nós mesmos.
Podemos
afirmar então, que «frente a liberdade humana, Deus quis se fazer “impotente”.
E pode-se mesmo dizer que Deus está pagando por este grande dom [a liberdade]
que nos concedeu como seres criados por Ele à sua imagem e semelhança [o
homem]» (João Paulo II). Deus obedece! Sim, se o expulsamos, Ele obedece e se
vai. Ele obedece, mas nós perdemos. Ao contrário, saímos ganhando quando
respondemos como Santa Maria: «Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim
segundo a tua palavra» (Lc 1,38).
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
Santos Pedro e Paulo, Apóstolos |
* O evangelho de hoje acentua o poder
de Jesus sobre o demônio. No nosso texto, o demônio ou o poder do mal é
associado com três coisas:
1)
Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida!
2)
Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de
Deus!
3)
Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que
destrói a natureza.
O
evangelho de Marcos, de onde Mateus tirou a sua informação, ainda associa o
poder do mal a um quarto elemento que é a palavra Legião, (Mc 5,9), nome dos
exércitos do império romano. O império que oprimia e explorava os povos. Assim
se compreende como a vitória de Jesus sobre o demônio tinha um alcance enorme
para a vida das comunidades dos anos setenta, época em que Mateus escreve o seu
evangelho. Elas viviam oprimidas e marginalizadas, pela ideologia oficial tanto
do império romano como do farisaísmo que se renovava. O mesmo significado e
alcance continua válido para nós hoje.
* Mateus 8,28: O poder
do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas
Este
versículo inicial descreve a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na
maneira de descrever o comportamento dos dois endemoninhados, o evangelista
associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder mortal sem rumo,
ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa
da consciência, do autocontrole e da autonomia.
* Mateus 8,29: Diante da
simples presença de Jesus o poder do mal se desmorona e se desintegra.
Aqui
se descreve o primeiro contato entre Jesus e os dois possessos. É a
desproporção total. O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se
desmancha diante de Jesus. Eles gritam: "Que é que há entre nós, Filho de
Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Sentem que perderam
o poder.
* Mateus 8,30-32: O
poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência
O
demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para
dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se
precipitam no mar. Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que
impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O
mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença
da época, continuava ameaçando a vida. Este episódio dos porcos que se
precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito
clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem
crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!
4. Mateus 8,33-34: A
reação do povo do lugar
Alertado
pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio ao encontro
de Jesus. Marcos informa que eles viram “o endemoninhado sentado, vestido e em
perfeito juízo” (Mc 5,15). Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a
Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser
humano que acabava de ser devolvido a si mesmo.
No
tempo de Jesus, as palavras demônio ou satanás, eram usadas para indicar o
poder do mal que desviava as pessoas do bom caminho. Por exemplo, quando Pedro
tentou desviar Jesus, ele foi Satanás para Jesus (Mc 8,33). Outras vezes,
aquelas mesmas palavras eram usadas para indicar o poder político do império
romano que oprimia e explorava o povo. Por exemplo, no Apocalipse, o império
romano é identificado com “Diabo ou Satanás” (Ap 12,9). Outras vezes ainda, o
povo usava as mesmas palavras para indicar os males e as doenças. Assim se
falava em demônio ou espírito mudo, espírito surdo, espírito impuro, etc. Havia
muito medo! No tempo de Mateus, segunda metade do primeiro século, o medo dos
demônios estava aumentando. Algumas religiões, vindas do Oriente, divulgavam um
culto aos espíritos. Elas ensinavam que gestos errados nossos podiam irritar os
espíritos, e estes, para se vingar de nós, podiam impedir nosso acesso a Deus e
privar-nos dos benefícios divinos. Por isso, através de ritos e despachos,
rezas fortes e cerimônias complicadas, o povo procurava acalmar esses espíritos
ou demônios, a fim de que não prejudicassem a vida humana. Estas religiões, em
vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Ora, um dos
objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A
chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é
“o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e
roubar dele a humanidade prisioneira do medo (cf. Mc 3,27). Por isso, os
evangelhos insistem tanto na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o
demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Era para animar as
comunidades a vencer este medo do demônio! E hoje, quem de nós pode dizer: “Eu
sou totalmente livre”? Ninguém! Então, se não sou totalmente livre, alguma
parte em mim é possuída por outros poderes. Como expulsar estes poderes? A
mensagem do evangelho de hoje continua válido para nós.
Para um confronto
pessoal
1. O que está oprimindo e maltratando o
povo, hoje? Por que, hoje, em certos
lugares, se fala tanto em expulsão de demônio? Será que é bom insistir tanto no
demônio? O que você acha?
2. Quem de nós pode dizer que é
totalmente livre ou liberto? Ninguém! Então, somos todos um pouco possessos,
possuídos por outros poderes que ocupam algum espaço dentro de nós. Como fazer
para expulsar este poder de dentro nós e de dentro da sociedade?
LADAINHA
DO SAGRADO CORAÇÃO
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, atendei-nos.
Deus
Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus
Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus
Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração
de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração
de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,
Coração
de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,
Coração
de Jesus, de majestade infinita,
Coração
de Jesus, templo santo de Deus,
Coração
de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,
Coração
de Jesus, casa de Deus e porta do céu,
Coração
de Jesus, fornalha ardente de caridade,
Coração
de Jesus, receptáculo de justiça e amor,
Coração
de Jesus, abismo de todas as virtudes,
Coração
de Jesus, digníssimo de todo o louvor,
Coração
de Jesus, rei e centro de todos os corações,
Coração
de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência,
Coração
de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade,
Coração
de Jesus, no qual o Pai Celeste põe as suas complacências,
Coração
de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos,
Coração
de Jesus, desejo das colinas eternas,
Coração
de Jesus, paciente e misericordioso,
Coração
de Jesus, rico para todos os que vos invocam,
Coração
de Jesus, fonte de vida e santidade,
Coração
de Jesus, propiciação para os nossos pecados,
Coração
de Jesus, saturado de sofrimentos,
Coração
de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,
Coração
de Jesus, feito obediente até a morte,
Coração
de Jesus, atravessado pela lança,
Coração
de Jesus, fonte de toda a consolação,
Coração
de Jesus, nossa vida e ressurreição,
Coração
de Jesus, nossa paz e reconciliação,
Coração
de Jesus, vítima dos pecadores,
Coração
de Jesus, salvação dos que em vós esperam,
Coração
de Jesus, esperança dos que em vós expiram,
Coração
de Jesus, delícia de todos os Santos,
Cordeiro
de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V.
— Jesus, manso e humilde de coração,
R.
— Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente
e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os
louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que
invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus
Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo
por todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO
AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta Margarida Maria)
Eu...
(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha
pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de
parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar. É esta a minha
vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando
completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado
Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da
minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos
os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade,
minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de
sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo
receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí
em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se
grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem
me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome
seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha
glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim
seja.
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