ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a
confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Lc
24,35-48): Então os dois contaram o que
tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Ainda
estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: «A
paz esteja convosco!». Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que
estavam vendo um espírito. Mas ele disse: «Por que estais preocupados, e por
que tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai
em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu
tenho». E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não
podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: «Tendes
aqui alguma coisa para comer?». Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou
e comeu diante deles. Depois disse-lhes: «São estas as coisas que eu vos falei
quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está
escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos». Então ele abriu
a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, e disse-lhes:
«Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro
dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a
todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas
coisas».
«A paz esteja convosco»
Rev. D. Joan
Carles MONTSERRAT i Pulido (Cerdanyola del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, Cristo
ressuscitado saúda os discípulos, novamente, com o desejo da paz: «A paz esteja
convosco» (Lc 24,36). Assim afasta os temores e pressentimentos que os
Apóstolos acumularam durante os dias de paixão e de solidão.
Ele não é um
fantasma, é totalmente real, mas, às vezes, o medo na nossa vida vai tomando
corpo como se fosse a única realidade. Em ocasiões é a falta de fé e de vida
interior o que vai mudando as coisas: o medo passa a ser a realidade e Cristo
vai-se desbotando da nossa vida. Por outro lado, a presença de Cristo na vida
do cristão afasta as dúvidas, ilumina a nossa existência, especialmente os
recantos que nenhuma explicação humana pode esclarecer. São Gregório de
Nazianzo exorta-nos: «Deveríamos envergonharmo-nos ao prescindir da saudação da
paz, que o Senhor nos deixou quando ia sair do mundo. A paz é um nome e uma
coisa saborosa, que sabemos provem de Deus, segundo diz o Apóstolo aos
filipenses: “A paz de Deus”; e que é de Deus o mostra também quando diz aos
efésios: “Ele é a nossa paz”».
A ressurreição de
Cristo é o que dá sentido a todas as vicissitudes e sentimentos, o que nos
ajuda a recuperar a calma e a serenarmos nas trevas da nossa vida. As outras
pequenas luzes que encontramos na vida só têm sentido nesta Luz.
«Era necessário
que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos». Então «ele abriu a inteligência dos discípulos para
entenderem as Escrituras» (Lc 24, 44-45), como já o havia feito com os
discípulos de Emaús. Também quer o Senhor abrir-nos a nós o sentido das
Escrituras para a nossa vida; deseja transformar o nosso pobre coração num
coração que seja também ardente, como o seu: com a explicação da Escritura e a
fração do Pão, a Eucaristia. Por outras palavras: a tarefa do cristão é ir
vendo como a sua história Ele a quer converter em história de salvação.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* Nestes dias
depois da Páscoa, os textos do evangelho relatam as aparições de Jesus. No
início, nos primeiros anos depois da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos
não se preocupavam em defender a ressurreição por meio das aparições. Eles
mesmos, a comunidade viva, era a grande aparição de Jesus ressuscitado. Mas na
medida em que cresciam as críticas dos inimigos contra a fé na ressurreição e
que, internamente, surgiam críticas e dúvidas a respeito das várias funções nas
comunidades (cf. 1Cor 1,12), eles começaram a lembrar as aparições de Jesus. Há
dois tipos de aparições: (1) as que acentuam as dúvidas e resistências dos
discípulos em crer na ressurreição, e (2) as que chamam a atenção para as
ordens de Jesus aos discípulos e discípulas conferindo-lhes alguma missão. As
primeiras respondem às críticas vindas de fora. Elas mostram que os cristãos
não são pessoas ingênuas e crédulas que aceitam qualquer coisa. Pelo contrário.
Eles mesmos tiveram muitas dúvidas em crer na ressurreição. As outras respondem
às críticas de dentro e fundamentam as funções e tarefas comunitárias não nas
qualidades humanas sempre discutíveis, mas sim na autoridade e nas ordens
recebidas do próprio Jesus ressuscitado. A aparição de Jesus narrada no
evangelho de hoje combina os dois aspectos: as dúvidas dos discípulos e a
missão de anunciar e perdoar recebida de Jesus.
* Lucas 24,35: O resumo de Emaús. De
retorno a Jerusalém, os dois discípulos encontram a comunidade reunida e comunicam
a experiência que tiveram. Narram o que aconteceu no caminho e como
reconheceram Jesus na fração do pão. A comunidade reunida, por sua vez,
comunica a eles como Jesus aparecera a Pedro. Foi uma partilha mútua da
experiência de ressurreição, como até hoje acontece quando as comunidades se
reúnem para partilhar e celebrar sua fé, sua esperança e seu amor.
* Lucas 24,36-37: A aparição de Jesus causa
espanto nos discípulos. Neste momento,
Jesus se faz presente no meio deles e diz: “A Paz esteja com vocês!” É a
saudação mais frequente de Jesus: “A Paz esteja com vocês!” (Jo 14,27; 16,33; 20,19.
21.26). Mas os discípulos, ao verem Jesus, ficam com medo. Eles se espantam e
não reconhecem Jesus. Diante deles está o Jesus real, mas eles imaginam estar
vendo um espírito, um fantasma. Há um desencontro entre Jesus de Nazaré e Jesus
ressuscitado. Não conseguem crer.
* Lucas 24,38- 40: Jesus os ajuda a superar o
medo e a incredulidade. Jesus faz duas coisas para ajudar os
discípulos a superar o espanto e a incredulidade. Ele mostra as mãos e os pés,
dizendo: “Sou eu!”, e manda apalpar o corpo, dizendo: “Espírito não tem carne
nem osso como vocês estão vendo que eu tenho!” Jesus mostra as mãos e os pés,
porque é neles que estão as marcas dos pregos (cf. Jo 20,25-27). O Cristo
ressuscitado é Jesus de Nazaré, o mesmo que foi morto na Cruz, e não um Cristo
fantasma como imaginavam os discípulos ao vê-lo. Ele mandou apalpar o corpo,
porque a ressurreição é ressurreição da pessoa toda, corpo e alma. A
ressurreição não tem nada a ver com a teoria da imortalidade da alma, ensinada
pelos gregos.
* Lucas 24,41-43: Outro gesto para ajuda-los a
superar a incredulidade. Mas não bastou. Lucas diz que por causa de
tanta alegria eles não podiam crer. Jesus pede que lhe deem algo para comer.
Eles deram um pedaço de peixe e ele comeu diante deles, para ajuda-los a
superar a dúvida.
* Lucas 24,44-47: Uma chave de leitura para
compreender o sentido novo da Escritura.
Uma das maiores dificuldades dos primeiros cristãos era aceitar um crucificado
como sendo o messias prometido, pois a própria lei de Deus ensinava que uma
pessoa crucificada era “um maldito de Deus” (Dt 21,22-23). Por isso, era
importante saber que a própria Escritura já tinha anunciado que “o Cristo devia
sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome fosse
proclamado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações”. Jesus
mostrou a eles como isto já estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos
Salmos. Jesus ressuscitado, vivo no meio deles, se torna a chave para abrir o
sentido total da Sagrada Escritura.
* Lucas 24,48: Vocês são testemunhas disso. Nesta ordem final está toda a missão das
comunidades cristãs: ser testemunha da ressurreição, para que se torne
manifesto o amor de Deus que nos acolhe e nos perdoe, e quer que vivam em
comunidade como seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros.
Para um confronto pessoal
1) Às vezes, a
incredulidade e a dúvida se aninham no coração e procuram enfraquecer a certeza
que a fé nos dá a respeito da presença de Deus em nossa vida. Você já viveu
isto alguma vez? Como o superou?
2) Ser testemunha
do amor de Deus revelado em Jesus é a nossa missão, a minha missão. Será que eu
sou?
ORAÇÃO
- Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e
neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se
abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os
dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro;
Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos
possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se
apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e
morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo
de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo
tende piedade de nós.
Senhor tende
piedade de nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Deus Pai do Céu,
tende piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito
Santo, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai
por nós.
São José,
Ilustre Filho de
Davi,
Luz dos
Patriarcas,
Esposo da mãe de
Deus,
Guarda da
puríssima Virgem,
Sustentador do
Filho de Deus,
Zeloso defensor
de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada
Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José
prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de
paciência,
Amante da
pobreza,
Modelo dos
operários,
Honra da vida de
família,
Guarda das
virgens,
Amparo das
famílias,
Alívio dos
sofredores,
Esperança dos
doentes,
Consolador dos
aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos
demônios,
Protetor da Santa
Igreja,
Patrono da Ordem
Carmelita,
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o
constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo
príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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