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sábado, 5 de março de 2016

MÊS DE SÃO JOSÉ – IV Domingo da Quaresma

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

Textos: Josué 5, 9a.10-12; 2 Co 5, 17-21; Lc 15, 1-3. 11-32

Evangelho (Lc 15,1-3.11-32): Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para escutá-lo. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Então ele contou-lhes esta parábola: E Jesus continuou. «Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado’».

«Pai, pequei contra Deus e contra ti»

Rev. D. Joan Ant. MATEO i García (La Fuliola, Lleida, Espanha)

Hoje, domingo Laetare (“Exultai”), quarto da Quaresma, escutamos este fragmento intimo do Evangelho segundo São Lucas, no que Jesus justifica a sua pratica inaudita de perdoar os pecados e recuperar os homens para Deus.

Sempre me perguntei se a maioria das pessoas entendia bem a expressão “o filho pródigo” com a qual se designa esta parábola. Penso que devíamos rebatizá-la com o nome da parábola do “Pai prodigioso”.

Efetivamente, o Pai da parábola — que se comove ao ver que volta aquele filho perdido pelo pecado— é um ícone do Pai do Céu refletido no rosto de Cristo: «Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos» (Lc 15, 20). Jesus dá-nos a entender claramente que todo o homem, inclusive o mais pecador, é para Deus uma realidade muito importante que não quer perder de nenhuma maneira; e que Ele está sempre disposto a conceder-nos com gozo inefável o seu perdão (até ao ponto de não poupar a vida de seu Filho).

Este domingo tem um matiz de serena alegria e, por isso, é designado como o domingo “exultai”, palavra presente na antífona de entrada da Missa de hoje: «Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos. Exultai de alegria». Deus compadeceu-se do homem perdido e extraviado, e manifestou-lhe em Jesus Cristo – morto e ressuscitado – a sua misericórdia.

João Paulo II dizia na sua encíclica Dives in misericórdia que o amor de Deus, numa história ferida pelo pecado, converteu-se em misericórdia, compaixão. A Paixão de Jesus é a medida desta misericórdia. Assim entendemos que a alegria maior que damos a Deus é deixar-nos perdoar apresentando à sua misericórdia a nossa miséria, o nosso pecado. Às portas da Páscoa acudimos de bom grado ao sacramento da penitência, a sua fonte da divina misericórdia: daremos a Deus uma grande alegria, ficaremos cheios de paz e seremos mais misericordiosos com os outros. Nunca é tarde para nos levantarmos e voltar para o Pai que nos ama!

Tiremos ao proscênio da nossa vida os personagens da parábola, sob a inspiração de alguns Santos Padres da Igreja.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

São Cirilo de Constantinopla
3º Prior Geral da nossa Ordem
O Papa Francisco diz na sua carta “Misericordiae vultus”: “Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que jamais se dá por vencido até que não tenha dissolvido o pecado e superado a rejeição com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas; três em particular: a da ovelha perdida e da moeda extraviada, e a do pai e os dois filhos (cf. Lc 15,1-32). Nestas parábolas, Deus se apresenta sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa. Nelas encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia se mostra como a força que vence tudo, que enche de amor o coração e que consola com o perdão” (n.9). O homem que teve dois filhos é Deus, que tem dois povos. O filho maior é o povo judeu; o menor, o gentil. A herança recebida do pai é a inteligência, a mente, a memória, o engenho e tudo aquilo que Deus nos deu para que conhecêssemos e louvássemos. 

Em primeiro lugar, o filho menor. É o povo gentil. Afastou-se da casa do Pai rumo a uma região longínqua, para esbanjar o tesouro e dissipar a herança que Deus prodigamente lhe tinha confiado. E lá nessa região do pecado a sua imagem e a sua semelhança que o Criador tinha impresso na sua alma foi se escurecendo. Queria uma liberdade sem limites. Deixou-se levar por enganos ilusórios, tratando de saciar a sede de felicidade que se aninhava no seu coração com os prazeres deste mundo. O que aconteceu? Caiu na mais profunda degradação espiritual moral existencial. Dois elementos foram fundamentais para voltar para casa: a reflexão e o sentido da família na formação espiritual dos filhos. Primeiro, a reflexão. Este filho menor refletiu. Deus permite a nossa miséria para que, voltando sobre nós mesmos, experimentando a nossa indigência, sintamos saudade da casa do Pai e voltemos ao único Bem que pode apagar a nossa sede de infinito. “Fizestes-nos, Senhor, para Vós, e os nosso coração está inquieto até não descansar em Vós” (Santo Agostinho, Confissões, I, 1). Será a reflexão sobre os nossos passos que nos permitirá conhecer-nos melhor à luz de Deus, confessando assim a nossa miséria. Santa Teresa de Jesus, mestra do diálogo entre a alma e Deus, dizia que o primeiro passo da vida de oração era conhecer-se à luz de Deus. E segundo, o sentido da família. Se este filho menor decide voltar é porque na casa do seu Pai sente segurança, o amor e a ternura do seu Pai, ademais das comodidades que lhe brindava a vida familiar. Atenção aos pais de família para que encham os seus filhos de carinho, calor e abraços, para que não se deixem levar das exigências da carne e dos paraísos enganosos da droga e das falsas ideologias! É na família onde se semeiam as primeiras sementes da fé se formam os hábitos que libertam os filhos da escravidão interior.  

Em segundo lugar, o filho maior. É o povo judeu cumpridor da lei, fiel à Aliança divina, guiado pelos Patriarcas e Profetas. Porém, pouco a pouco, um verme foi carcomendo esta fidelidade, o pior dos males, a soberba. Esquecendo que a eleição divina era um dom gratuito, e não algo que lhe era devido em justiça, começou a desprezar aqueles que tinham ido a regiões longínquas. Perdeu o sentido universal da sua missão, enterrou o talento que lhe tinha sido confiado, sem fazê-lo produzir para o bem de todos. Povo este sem misericórdia e desapiedado com quem não cumpriam ao pé da letra o que eles consideravam a lei de Deus. Pensavam ter direitos diante do seu pai. Achavam que eram justos. À soberba e presunção do mérito próprio, juntaram o ressentimento, a inveja, a ira, a tristeza interior. Que pena, pois este filho maior veio para quebrar a sinfonia maravilhosa da casa e não quis entrar na festa da misericórdia!

Finalmente, o pai misericordioso. Misericordioso com o filho menor e com o maior, também. Com os dois usou da sua infinita misericórdia. Com o filho menor, misericórdia concretizada nestes detalhes: respeita a liberdade, sabe esperar com paciência o tempo da maduração do seu filho, recebe-o com júbilo e esplendi dez, e o restitui na sua dignidade humana e espiritual. Com o filho maior, misericórdia concretizada nestes detalhes: sai para chamar o filho, convida-o à festa comum, suporta a humilhação do seu filho ao jogar na sua cara tanta misericórdia com o menor, e lhe diz que em casa não é escravo, mas filho, e que pode dispor dos bens da família. Derramou lágrimas de alegria, sim, pela volta do filho menor, mas também de tristeza e pena, pelo filho maior.

Para refletir: Sou consciente da luta e violência terrível que o demônio e o espírito do mundo desatam contra a família, contra a pureza do amor humano tal qual Deus os criou e redimiu em Cristo, contra a inocência das crianças despertando neles a desconfiança aos seus pais e à toda autoridade legítima, propondo “novos mestres”, falando de amor livre, de divórcio, chamando normais condutas destrutivas para a família, manipulando a vida humana pelos abusos da engenharia genética? Com qual dos dois filhos me identifico? Tenho coração misericordioso como esse pai da parábola?

Para rezar: Nunca melhor do que hoje para rezar o ato de contrição: “Meu Senhor Jesus Cristo! Deus e Homem verdadeiro, Criador, Pai e Redentor meu; por ser Vós quem sois, Bondade infinita, e porque vos amo sobre todas as coisas, pesa-me de todo coração ter-vos ofendido; também me pesa porque podeis me castigar com as penas do inferno. Ajudado pela vossa divina graça, proponho firmemente nunca mais pecar, confessar-me e cumprir a penitencia que for imposta. Amém”. Ou estas linhas de Santa Faustina Kowalska: “Desejo me transformar na vossa misericórdia e ser um vivo reflexo de Vós, ó Senhor. Que este maior atributo de Deus, isto é a sua insondável misericórdia, passe através do meu coração e da minha alma ao próximo. Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso, para que eu sinta todos os sofrimentos do meu próximo. A ninguém recusarei o meu coração. Serei sincera inclusive com aqueles dos quais sei que abusarão da minha bondade. E eu mesmo me fecharei no misericordiosíssimo Coração de Jesus. Suportarei os meus próprios sofrimentos em silêncio. Que a vossa misericórdia, xodó Senhor, repouse dentro de mim. Meu Jesus, transformai-me em Vós porque Vós podeis tudo. Amém”. (Diário 163). 

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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