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sábado, 2 de janeiro de 2016

Epifania do Senhor

Textos: Is 60, 1-6; Ef 3, 2-3.5-6: Mt 2, 1-12

Evangelho (Mt 2,1-12): Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo». Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Ele reuniu todos os sumos sacerdotes e os escribas do povo, para perguntar-lhes onde o Cristo deveria nascer. Responderam: «Em Belém da Judéia, pois assim escreveu o profeta: «E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel». Então Herodes chamou, em segredo, os magos e procurou saber deles a data exata em que a estrela tinha aparecido. Depois, enviou-os a Belém, dizendo: «Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo». Depois que ouviram o rei, partiram. E a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao observarem a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, passando por outro caminho.

«Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram»

Rev. D. Joaquim VILLANUEVA i Poll (Barcelona, Espanha)

SSmo Nome de Jesus
Hoje, o profeta Isaías anima-nos: «De pé! Deixa-te iluminar! Chegou a tua luz! A glória do SENHOR te ilumina» (Is 60,1). Essa luz que viu o profeta é a estrela que veem os Magos em Oriente, junto com outros homens. Os Magos descobrem seu significado. Os demais a contemplam como algo que admiram, mas, que não lhes afeta. E, assim, não reagem. Os Magos dão-se conta de que, com ela, Deus envia-lhes uma mensagem importante e que vale a pena deixar a comodidade do seguro e se arriscar a uma viagem incerta: a esperança de encontrar o Rei leva-os a seguir essa estrela, que haviam anunciado os profetas e esperado o povo de Israel durante séculos.

Chegam a Jerusalém, a capital dos judeus. Acham que aí saberão lhe dizer o lugar exato onde nasceu seu Rei. Efetivamente, lhe responderam: «Em Belém da Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta» (Mt 2,5). A notícia da chegada dos Magos e sua pergunta propaga-se por toda Jerusalém em pouco tempo: Jerusalém era na época uma pequena cidade e, a presença dos Magos com seu séquito foi vista por todos os habitantes, pois «Ao saber disso, o rei Herodes sobressaltou-se e, com ele toda a cidade de Jerusalém» (Mt 2,3), diz o Evangelho.

Jesus Cristo cruza-se na vida de muitas pessoas, a quem não interessa. Um pequeno esforço teria mudado suas vidas, teriam encontrado o Rei do Gozo e da Paz. Isso requer a boa vontade de procurar, de nos movimentar, de perguntar sem nos desanimar, como os Magos, de sair de nossa poltronaria, de nossa rotina, de apreciar o imenso valor de encontrar a Cristo. Se não o encontramos, não encontramos nada na vida, pois só Ele é o Salvador: encontrar Jesus é encontrar o Caminho que nos leva a conhecer a Verdade que nos dá a Vida. E, sem Ele, nada de nada vale a pena.

Três homens, dois caminhos, uma estrela.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Sto Ciríaco Elias Chavara,
Presbítero de nossa Ordem
Três homens, dois caminhos e uma estrela nos convidam hoje à fé. A palavra que hoje ressoa é “luz”, que esconde uma grande realidade, a fé. Tanto em Roma como no Egito e no Oriente, as festas de 25 de dezembro e do dia 6 de janeiro tinham muito que ver com a luz: a luz cósmica que, por estas datas, começa nas nossas latitudes a “vencer” a noite, depois do solstício de inverno que é no dia 21 de dezembro. Daí é fácil a passagem à luz de Cristo, o verdadeiro Sol que ilumina as nossas vidas. E esses três homens- e tantos outros- encontraram-se com esse Sol e foram iluminados com a luz da fé. E essa luz mudou a sua vida e foram por outro caminho, o caminho da fé em Cristo.

Em primeiro lugar, três homens, que a tradição popular colocou nomes: Melchior, Gaspar e Baltasar. Três reis magos, legendários, simbólicos, representantes de todos os homens e mulheres de boa vontade divina, que buscam Deus, cruzam mil penalidades e o encontram. Estes são os reis magos nos que acredito. Os três aventureiros do deserto, de Deus e das estrelas; enquanto a estrela fê-los o primeiro piscar noturno, colocaram-se em caminho, desamarram o camelo e entram no deserto, com as suas noites e os seus amanheceres. Os três, representativos de todos os homens e mulheres, que na vida apostam no que é divino contra o que é humano, no que é espiritual contra o que é material, Deus contra egocentrismo. Nem sabem por que, porém, vão, o que é algo grande. Nem sabem aonde, mas vão, o que é bom. Nem sabem para que, mas vão, o que é divino. É a saudade de Deus que todo homem tem no profundo do coração, convidando-nos à fé nesse Deus, feito homem, feito carne, feito criança.       

Em segundo lugar, dois caminhos. Os caminhos da vida são dois: o que vai e chega, e o que nem chega e nem vai a Deus. O que vai e chega é o caminho do homem honesto que busca a felicidade e o sentido da vida além das satisfações imediatas e materiais. Este caminho não está isento de assaltos e perigos, de escuridão, pois a estrela se escondeu. Mas é um caminho que, quando o homem é sincero consigo mesmo e olha para a transcendência, chegará à gruta de Belém e se encontrará com esse Deus paradoxal, feito carne, que os esperava e sorri para eles. O outro caminho é triste, pois nem chega a Deus nem vai até Deus. É o caminho do desenfreio egoísta, idolátrico e ambicioso, representado no rei Herodes, que em vez de acompanhar esses Magos e colocar-se em caminho, ficou sentado na sua poltrona real, temeroso que alguém o usurpasse, e nadando nos prazeres materiais. Como terminou este Herodes? Segundo Flavio Josefo nas suas “Antiguidades dos judeus” Livro XVII, caps. VI ao VIII: “A doença de Herodes se agravava dia-a-dia, castigando-o Deus pelos crimes que tinha cometido. Uma espécie de fogo ia consumindo-o lentamente, no qual não só se manifestava pelo seu ardor ao tato, mas que doía no seu interior. Sentia um veemente desejo de comer, o qual era impossível; agregue-se a ulceração dos intestinos e especialmente uma cólica que lhe produzia terríveis dores; também nos pés estava infeccionado por uma inflamação com um tumor transparente e sofria um mal análogo no abdômen; aliás uma gangrena nas partes genitais que gerava vermes. Quando estava de pé era desagradável por causa da sua respiração fétida. Finalmente em todos os seus membros experimentava convulsões espasmódicas de uma violência insuportável”.     

Finalmente, uma estrela. E não sei se a estrela deste evangelho esteve alguma vez pendurada no firmamento- talvez sim-; ou foi a conjunção luminosa dos planetas Júpiter e Saturno lá pelos anos em que nasceu Jesus- bem possível-; ou foi uma inspiração potente e divina que soou no coração destes pagãos- que isso acredito- e marcou um encontro com Deus. Eu creio na estrela dos magos, que foi inspiração divina; eu creio nos magos da estrela, que reagiram à inspiração de Deus. Eu creio na estrela dos homens, que é impulso divino, e creio nos homens da estrela, que, pois, ouvir Deus e colocar-se em caminho, tudo isso é uma coisa só. Pobre coração humano e como te custa alçar da vulgaridade, amar o invisível e bater pela transcendência! E como estes magos, existem muitos homens buscadores e descobridores de Deus: esses são os magos nos quais creio. E eu quero ser um deles, todos os dias, na busca de Deus, com a minha fé, a minha esperança e o meu amor. Com a minha fé, como farol para o caminho. Com a minha esperança, como cajado para me sustentar. Com o meu amor, como fogo que me anima e aquece o meu coração para aquecer o que está do meu lado e também eu caminho até esse Deus encarnado em Cristo. E todos os dias quero dar-lhe na minha oração o ouro da minha liberdade, o incenso da minha adoração e a mirra dos meus sofrimentos e penalidades.  

Para refletir: Como está a luz da minha fé em Cristo? Todos os dias caminho até Jesus iluminado por essa luz? Procuro que a luz da minha fé ilumine os meus passos para que outros que caminham do meu lado se beneficiem do resplendor do meu bom exemplo e cheguem a Cristo?

Para rezar:
Ó Santos Reis, que desde o Oriente
soubestes, iluminados pela luz da fé,
encontrar no céu o caminho de Belém!
alcançai-nos daquele Menino Divino que adorastes primeiro,
o ver-nos libres dos feitiços da falsa ciência
e dos caminhos tortuosos do mundo,
para que, através do conhecimento dos céus,
dos mares e da terra,
e de tudo o que neles existem,
alcancemos o que criou tudo do nada,
para facilitar o caminho da salvação a todos,
e assim poder oferecer o fruto do nosso saber e do nosso amor,
como ouro ao Rei dos reis
e como incenso
e mirra ao Deus
e homem verdadeiro.
Amém.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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