Textos: Jr 23, 1-6; Ef 2, 13-18; Mc 6, 30-34
Evangelho
(Mc 6,30-34): Naquele tempo, os
apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e
ensinado. Ele disse-lhes: «Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um
pouco!» Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo
para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós. Muitos os
viram partir e perceberam a intenção; saíram então de todas as cidades e, a pé,
correram à frente e chegaram lá antes deles. Ao sair do barco, Jesus viu uma
grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que
não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.
«Vinde, a sós, para um
lugar deserto, e descansai um pouco!»
Rev. D. David AMADO i Fernández (Barcelona, Espanha)
Hoje,
o Evangelho nos convida a descobrir a importância de descansar no Senhor. Os
apóstolos voltavam da missão que Jesus lhes havia dado. Haviam expulsado
demônios, curado doentes e pregado o Evangelho. Estavam cansados e Jesus lhes
disse: «vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!» (Mc 6, 31).
Uma
das tentações a que pode sucumbir qualquer cristão é a de querer fazer muitas
coisas descuidando do trato com o Senhor. O Catecismo recorda que, na hora de
fazer oração, um dos maiores perigos é pensar que há outras coisas mais
urgentes e, dessa forma, se acaba descuidando do trato com Deus. Por isso
Jesus, a seus Apóstolos, que trabalharam muito, que estavam esgotados e
eufóricos porque tudo lhes correu bem, manda que descansem. E, acrescenta o
Evangelho «foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós» (Mc 6,32).
Para poder rezar bem são necessárias, ao menos duas coisas: a primeira é estar
com Jesus, porque é a pessoa com que vamos falar. Temos que ter certeza de que
estamos com Ele. Por isso todo tempo de oração começa, geralmente, e é o mais
difícil, com um ato de presença de Deus. Tomar consciência de que estamos com
Ele. E a segunda é a necessidade de solidão. Se queremos falar com alguém, ter
uma conversa íntima e profunda, escolhemos um lugar isolado.
São
Pedro Julião Eymard recomendava descansar em Jesus depois de comungar. E
advertia do perigo de encher a ação de graças com muitas palavras ditas de
cabeça. Dizia, que depois de receber o Corpo de Cristo, o melhor é estar um
tempo em silêncio, para repor nossas forças deixando que Jesus nos fale no
silêncio do nosso coração. Às vezes, muito melhor do que explicar a Ele nossos
projetos é deixar que Jesus nos instrua e anime.
Como deve ser o pastor?
Pe. Antonio Rivero, L.C
V Centenário do Nascimento (1515-2015) |
Em
primeiro lugar, Jeremias denuncia fortemente, para o bem de Deus, os maus pastores
e líderes religiosos do seu povo (1ª leitura). Não lhes interessa realmente o
povo; mais ainda, dispersam o rebanho, exploram e se preocupam pouco com ele.
Às vezes é o povo que reclama dos maus pastores. Esta vez é o próprio Deus que
reclama deles. Mas os profetas nunca denunciaram sem a esperança de um anúncio.
O anúncio de Jeremias é a vinda do Bom Pastor, cheio de justiça e compaixão
pelo seu povo. Quem foi esse Bom Pastor, senão Jesus?
Em
segundo lugar, não é fácil apascentar, guiar, cuidar e defender as nossas
ovelhas. Umas estão doentes e cansadas. Outras são rebeldes e ariscas. Também
tem ovelhas que engoliram o veneno que os falsos pastores lhes ofereceram e
estão quase mortas: o veneno da teologia da prosperidade, o veneno do
consumismo, o veneno do liberalismo desenfreado, o veneno de tantas ideologias
que estão nos afogando, o veneno de tantos paraísos psicodélicos, o veneno da
corrupção. Não só as ovelhas podem estar em situação de risco; também os mesmos
pastores: estão cansados, deixaram de rezar ou rezam pouco, têm também o perigo
de escutar outros assobios sibilinos e enganadores. O que fazer? O que fez
Jesus e que nos narra no evangelho de hoje. Para com as ovelhas: ver, sentir
compaixão e começar a pregar e ensinar. Ver como está cada ovelha. Sentir um
infinito amor por elas. Curá-las. Alimentá-las com o pão da Palavra. E para os
pastores Cristo recomenda descanso, isto é, retiro espiritual para rezar e
repor forças.
Finalmente,
hoje é bom nos perguntar como estamos vivendo a nossa vocação de “pastor”, pois
todos nós temos esta missão em certo sentido. Pastores são os pais de família
para com os seus filhos; quais alimentos lhes dão: carinho, diálogo, conselho,
exemplo? Pastores, como nos faz lembrar o Antigo Testamento, também são os
governantes, que governam o povo em representação de Deus..., porém, têm
consciência disto alguns dos nossos governantes que exploram as ovelhas,
humilham-nas, procurando só o lucro? Pastores são também os nossos professores
e mestres com os seus alunos e discípulos; em quais pastagens os conduzem: à
verdade científica, filosófica e teologia? Pastores são também os responsáveis
dos diversos movimentos eclesiais para com os seus irmãos; aonde querem
dirigi-los: ao seu próprio “gueto” fechado e fanático ou a um discernimento
profético das necessidades mais urgentes da Igreja? Pastores são os sacerdotes
ao serviço das suas paróquias; como tratamos as ovelhas que são de Cristo e que
Ele nos encarregou: paternalismo ou paternidade; autoritarismo ou autoridade,
respeitando os talentos e ajudando-os a colocar ao serviço da paróquia?
Pastores são os bispos nas suas dioceses. Pastor é o Papa ao serviço da Igreja
universal. O Papa Francisco nos pede a todos cuidar-nos da “cultura e da
globalização da indiferença”, que não vê as necessidades de tantas ovelhas que
estão se perdendo e desorientadas e feridas e com fome. E aos pastores da
Igreja- bispos e sacerdotes- pede-nos fugir do desejo de fazer carreira e a
preocupação do lucro no serviço que prestamos ao nosso povo, como
pastores.
Para
refletir:
Cristo hoje teria que me
corrigir ou parabenizar pela minha missão de pastorear? Sinto compaixão ao ver
tantas ovelhas sem pastor? O que faço por essas ovelhas?
Para
rezar: pode servir o salmo 23:
O
Senhor é o meu bom pastor, nada me falta.
Pelos
verdes prados me faz repousar,
E
às fontes tranquilas me conduz
Restaura
as minhas forças.
Guia-me
pelo caminho direito,
Em
honra do seu Nome.
Se
eu andasse por vales escuros,
Ainda
assim não terei nenhum medo,
Porque
está meu Senhor junto a mim.
O
teu bastão e o teu cajado me dão segurança.
Preparas
um banquete à vista dos meus inimigos,
Perfumas
a minha cabeça e o meu cálice transborda.
O
teu amor e a tua bondade me acompanharão
Todos
os dias da minha vida;
E
habitarei na casa do Senhor
Todos
os dias da minha vida.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre
Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO