Textos: Am 7, 12-15; Ef 1, 3-14; Mc 6, 7-13
Evangelho
(Mc 6,7-13): Naquele tempo Jesus chamou
os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos
impuros. Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem
pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não
usassem duas túnicas. Dizia-lhes ainda: «Quando entrardes numa casa, permanecei
ali até a vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem vos
escutarem, saí de lá e sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de
testemunho contra eles». Eles então saíram para proclamar que o povo se
convertesse. Expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo numerosos doentes e os
curavam.
«Jesus chamou os Doze e
começou a enviá-los, dois a dois»
Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga (Sabadell, Barcelona,
Espanha)
Hoje,
Domingo XV (B) do tempo comum, lemos no Evangelho que Jesus envia os Doze, de
dois a dois, a predicar. Até agora haviam acompanhado o Mestre pelos caminhos
de Galileia, mas chegou a hora de começar a difusão do Evangelho, a Boa Nova: a
notícia que o nosso pai Deus nos ama com um amor infinito e que nos trouxe à
vida para fazer-nos por toda a eternidade. Esta notícia é para todos. Ninguém
não fica à margem do ensinamento liberador de Jesus. Ninguém não fica excluído
do Amor de Deus. Têm que chegar ao último lugar do mundo. Têm que ser anunciada
a alegria da salvação plena e universal, por meio de Jesus Cristo, o Filho de
Deus feito homem por nós, morto e ressuscitado e presente ativamente na Igreja.
Equipados
com «poder sobre os espíritos impuros» (Mc 6,7) e com uma bagagem quase
inexistente —«Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado;
nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias i não
usassem duas túnicas» (Mc 6,8) — iniciem a missão da Igreja. A eficácia da sua
predicação evangelizadora não veio de influências humanas ou materiais, senão
do poder de Deus i da sinceridade, da fé e do testemunho de vida do predicador.
«Todo o impulso, a energia e a entrega dos evangelizadores provem da fonte que
é o amor de Deus infundido nos nossos corações com o dom do Espírito Santo»
(João Paulo II).
Havendo
começado o século XXI, a Boa Notícia não a chegado ainda a todos os lugares da
terra, nem com a intensidade que merece. Temos que anunciar a conversão, temos
que vencer muitos espíritos impuros.
Nós
que já recebemos a Boa Notícia, sabemos valorá-la? Somos conscientes? Somos
agradecidos? Sentimos enviados, missioneiros, urgidos a predicar com o exemplo
e se faz falta com a palavra, para que a Boa Nova não falte aos que Deus põe no
nosso caminho.
A missão de profetizar e
evangelizar de todo batizado.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Beatos Zélia e Luís Martin, Leigos |
Síntese
da mensagem: Até este momento Jesus tinha pregado sozinho, embora com a
presença dos apóstolos que tudo presenciavam, ouviam e viam. Agora são eles os
que são enviados a colaborar com Ele. E parece que tiveram um êxito relativo.
Continua sendo verdade o que o beato Paulo VI dizia: “evangelizar é a graça e a
vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Ela existe para
evangelizar” (Exortação apostólica Evangelii nuntiandi, n.14). Ele mesmo chama
a esta missão: “a doce e confortadora alegria de evangelizar” (n.80).
Em
primeiro lugar, Deus manda Amós, um leigo, a profetizar (1 leitura). Deus manda
sempre profetas, especialmente, nos momentos mais difíceis, quando a fé e a
moral estão relaxadas, em tempos de injustiça e pecados públicos. Um profeta
sempre é eleito por Deus, apesar dos seus desejos como pessoa, que talvez
fossem por outros caminhos. Como responde Amós? A palavra deste profeta Amós é
valente, denunciando as injustiças sociais do seu tempo, e a falsidade do culto
que realizam no templo nacional de Samaria, Betel. Tanto para o sacerdote
Amasias, responsável do templo, como para o rei Jeroboão, Amós resulta incômodo
e o intimidam para que deixe a sua terra, Judeia. Amós, com humildade, mas com
firmeza, se defende: não está profetizando por próprio gosto, e menos por
interesse econômico, como se fosse um profissional: “não sou profeta..., mas
pastor e cultivador de figos”. É Deus quem o manda. E ele obedece.
Em
segundo lugar, agora é Jesus quem envia os seus apóstolos para evangelizar
(evangelho), e com eles todos os seus sacerdotes, consagrados e consagradas.
Quer treiná-los para quando Ele tiver que deixar esta terra e subir ao céu. O
jeito no qual Jesus manda os seus discípulos para anunciar o Evangelho e os
conselhos que lhes dá, permitem-nos aprender várias características da
autêntica evangelização. Primeiro, trabalhar em equipe, pois isto é melhor que
um trabalho pessoal; a evangelização é de toda a comunidade cristã. Segundo, os
evangelizadores devem estar livres de preocupações pessoais e materiais. Devem
estar sempre acessíveis, independentes e sem ataduras de ganâncias pessoais.
Terceiro, a fé e conversão não podem ser impostas, porém propostas; os
evangelizadores devem ser pacientes e esperar melhores momentos. E quarto, o
chamado à conversão é essencial para um anúncio adequado do Evangelho;
conversão que supõe libertação das servidões humanas e das opressões. Fruto da
missão? Expulsavam demônios, ungiam com óleo os enfermos e os curavam.
V Centenário do Nascimento (1515-2015) |
Finalmente,
cada um dos leigos também é profeta e evangelizador desde o dia do batismo.
Missão está ratificada conscientemente no dia da confirmação. Bem nos recordou
a Igreja no concílio Vaticano II no decreto chamado “Apostolicam actuositatem”,
isto é, sobre o apostolado dos leigos com estas palavras: “Os cristãos
seculares obtêm o direito e a obrigação do apostolado pela sua união com Cristo
cabeça. Já que insertados no batismo no Corpo Místico de Cristo, robustecidos
pela Confirmação na fortaleza do Espírito Santo, são destinados ao apostolado
pelo mesmo Senhor. São consagrados como sacerdócio real e gente santa (Cf. 1
Pe.2,4-10) para oferecer hóstias espirituais por meio de todas as suas obras, e
para dar testemunho de Cristo em todas as partes do mundo” (n.3). Mais tarde,
São João Paulo II na sua encíclica “Redemptoris missio” voltou a recordar-nos
sobre a permanente validez do mandado missionário: “A necessidade de que todos
os fiéis compartilhem tal responsabilidade não é só questão de eficácia apostólica,
mas de um dever-direito baseado na dignidade batismal, pela qual “os fiéis
leigos participam, segundo o modo que lhes é próprio, no triple
oficio-sacerdotal, profético e real-de Jesus Cristo” (n.71).
Para
refletir: Sou
consciente da dignidade que adquiri desde o dia do batismo: evangelizador, isto
é, proclamador da mensagem de Cristo para que todos encontrem a salvação? O que
me impede ser apóstolo convicto: medo do que vão dizer, preguiça e comodidade,
a sensação de que não estou preparado? A quem está chegando a minha palavra: a
minha família, aos meus amigos, no trabalho...?
Para
rezar: com a canção
bem conhecida
Senhor,
toma minha vida nova
Antes
que a espera
Desgaste
anos em mim.
Estou
disposto ao que queiras
Não
importa o que seja
Tu
chamas-me a servir.
Leva-me
aonde os homens
Necessitem
tuas palavras,
Necessitem
força pra viver
Onde
falte a esperança,
Onde
tudo seja triste
Simplesmente
por não saber de Ti.
Te
dou meu coração sincero
Para
gritar sem medo
Formoso
é teu amor.
Senhor,
tenho alma missionaria
Conduza-me
à terra
Que
tenha sede de ti.
E
assim eu partirei cantando
Por
terras anunciando
A
tua beleza Senhor
Terei
meus braços sem cansaço
Tua
história em meus lábios
E
a força na oração.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre
Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
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