Textos: Atos 1, 1-11; Ef 1, 17-23; Marcos 16,
15-20
Evangelho
(Mc 16,15-20): Naquele tempo, Jesus se
apareceu aos onze e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a
toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será
condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão
demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem
veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes,
estes ficarão curados». Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi
levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos foram
anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua
palavra pelos sinais que a acompanhavam.
Comentário: Fray Lluc TORCAL Monje del Monastério de Sta.
Mª de Poblet (Santa Maria de Poblet, Tarragona, Espanha)
O Senhor Jesus foi
levado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.
O
Senhor Jesus não apenas ressuscitou, vencendo à morte e ao pecado, senão que
também, foi levado à glória de Deus! Por isso, o caminho de volta ao Pai,
aquele caminho que tínhamos perdido e que se abria no mistério do Natal, ficou
irrevogavelmente oferecido no dia de hoje, depois que Cristo se ofereceu
totalmente ao Pai na Cruz.
Oferecido?
Oferecido, sim. Porque o Senhor Jesus Cristo, antes de ser levado ao céu,
enviou aos seus discípulos amados, os Apóstolos a convidar a todos os homens a acreditar
nele, para chegar lá onde Ele está. «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa
Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16).
Esta
salvação que foi dada a nós, consiste, finalmente, em viver a vida mesma de
Deus, como diz o Evangelho segundo são João: Esta é a vida eterna: que conheçam
a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste» (Jo
17,3).
Mas
aquilo que se dá por amor deve ser aceito no amor para ser recebido como dom.
Jesus Cristo, pois, a quem não vimos, quer que lhe ofereçamos nosso amor
através de nossa fé, que recebemos escutando a palavra de seus ministros, a
quem sim podemos ver e sentir. «Nós acreditamos naquele que não vimos. O
anunciaram aqueles que o viram. (...) quem prometeu é fiel e não engana: Não
faltes na tua confiança, senão espera na sua promessa. (...) Conserva a fé!
(Santo Agostino). Se a fé é uma oferta de amor a Jesus Cristo, conserva-la e
faze-la crescer faz que aumente em nós a caridade.
Ofereçamos
então, ao Senhor nossa fé!
O mistério da Ascensão
do Senhor ao Céu.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
A
Ascensão confirma o que as aparições do ressuscitado demonstram: que Jesus é o
único Senhor e Criador ressuscitado dentre os mortos, e que ascende para
receber o seu Reino (Santo Irineu). Quarenta dias depois da Ressurreição-
segundo o livro dos Atos dos Apóstolos-, Jesus ascende ao Céu, ou seja, retorna
ao Pai que o havia enviado ao mundo. Em muitos países este mistério se celebra
não na quinta-feira, mas hoje, no domingo seguinte. A Ascensão do Senhor marca
o cumprimento da salvação iniciada com a Encarnação.
Em
primeiro lugar, quem ascende ao céu? O mesmo que veio na carne mortal, Jesus.
Veio na terra para excitar com a sua presença o nosso amor. E depois foi embora
para que o busquemos com saudades, como um imã necessita tomar distância para
poder atrair algo a si. Ascende Cristo que é Cabeça da Igreja e com Ele ascende
uma parte de nós, a humanidade que Ele nos “roubou”. Ascende com o mesmo corpo
que na sua vida terrenal, mas agora glorioso. A nossa pobre natureza humana se
eleva sobre os anjos ao céu como Ele, ao trono de Deus. Também nós
ascenderemos. Por isso este mistério glorioso é motivo de um grande gozo
interior, que nos faz mais ligeira a vida com as suas dores e sofrimentos. São
Leão Magno explica que com este mistério se proclama não somente a imortalidade
da alma, mas também a da carne. “Hoje, de fato, não somente estamos confirmados
como possuidores do paraíso, mas também penetramos em Cristo nas alturas dos
céus” (De Ascensione Domini, Tractatus 73,2.4). A Ascensão nos diz que em
Cristo a nossa humanidade é elevada às alturas de Deus; assim cada vez que
rezamos, a terra se une com o Céu. E como o incenso quando se queima faz subir
ao alto a sua fumaça suave e perfumada, assim quando elevamos ao Senhor a nossa
fervorosa oração cheia de confiança a Cristo, a qual atravessa os céus e
alcança o Trono de Deus, e é por Ele escutada e satisfeita.
Em
segundo lugar, por que é para que ascende? Porque já cumpriu a sua missão na
terra e agora, começa a sua missão de mediador sentado à direita do seu Pai
Deus. Deus Pai o entronizou como Rei para presidir a história desde o trono
celestial. Sentado está, como símbolo do guerreiro que descansa depois da sua
vitória. Não foi embora para se afastar da nossa pequenez, mas para pormos a
nossa esperança em chegar, como membros seus, onde Ele, a nossa cabeça e princípio,
precedeu-nos. A Ascensão não é anúncio de uma “ausência”, mas de uma
“presença”. Como diz o prefacio I da Ascensão: “Não subiu ao céu para abandonar
este mundo”. Continua presente, com uma
presença misteriosa e invisível, mais real inclusive do que a física ou a geografia
que tinha antes da sua Páscoa. Está presente também com outro protagonista,
também invisível, o Espírito Santo, o qual Jesus prometeu enviar como “força do
alto” e cuja vinda sobre a Igreja nós celebraremos de um modo especial no
domingo que vem.
Finalmente,
qual tarefa nos deixa? Se por um lado deixou tristes os apóstolos e também nós,
pois já não o veremos com os olhos corporais, por outro, deixou-nos uma tarefa
bem concreta. A tarefa que nos deixou foi: “Ide ao mundo inteiro, anunciai o
evangelho a toda criatura. O que crer e for batizado será salvo. O que não crer
será condenado”. Portanto, o mistério da Ascensão traz consigo o mandado da
evangelização, isto é, ir pelo mundo todo anunciando o seu evangelho de
salvação. Portanto, embora Cristo esteja sentado à direita do Pai, a Igreja
está de pé, em missão, com o evangelho e a Eucaristia nas mãos. Não podemos
ficar olhando para o céu, como aqueles rapazes galileus. Este mistério da
evangelização vai desde o mistério da Ascensão à Parusia, isto é, até quando
voltar de novo na sua glória, na sua segunda vinda. Se a nossa pregação
provoque expulsão dos demônios, o dom das novas línguas, a invulnerabilidade de
perigos físicos? Pois Jesus nos prometeu isso no evangelho de hoje. E eu creio
nisso. Quantos demônios saem pregando da alma para as pessoas as que pregamos!
Quantos nos entendem ao ir a lugares inóspitos onde falam outras línguas! De
quantos perigos nos salva o Senhor quem somos os seus evangelizadores!
Para
refletir:
Anseio o céu ou a terra?
Penso mais no céu ou na terra? Luto por chegar nesse céu prometido onde Cristo
está me esperando? Estou interessado em que todos cheguem nesse céu ou sou
indiferente que exista gente que não lhes interessa o céu ou olhar para cima?
Para
rezar: Senhor, obrigado por nos abrir as
portas do céu e ter entrado com a vossa humanidade. Esperai-me na porta quando
eu também ressuscitar. Que os meus olhos olhem sempre para o céu, mas com os
meus pés calçados e firmes na terra, para levar a vossa mensagem de salvação.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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