Textos:
Isa 52, 7-10; Heb 1, 1-6; Jo 1, 1-18
Evangelho
(Jo 1, 1-18) - No princípio era a
Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio,
estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que
foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha
nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por
Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz,
para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para
dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo,
ilumina todo ser humano. A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por
meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus
não a acolheram. Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se
tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de
Deus mesmo. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a
sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de
verdade. Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O
que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”.
De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés
foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A
Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do
Pai, ele no-lo deu a conhecer.
O motivo
profundo da nossa alegria está aqui: O Verbo se fez carne e habitou entre nós.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Natal
é o cumprimento do velho sonho de Deus: conviver com o homem. Já desde o
Paraíso, quando o Senhor visitava os nossos primeiros pais no cair da tarde,
assim como na tenda da reunião durante a travessia do deserto. E depois no
Templo de Jerusalém, lugar privilegiado da presença de Deus no meio do seu
povo. Sempre é a mesma tentativa: habitar entre os homens. E agora isto chega à
sua plenitude: Deus planta a sua tenda na história. É Emanuel, isto é, Deus
conosco. Alegremo-nos, porque hoje é Natal!
Em
primeiro lugar, por muito preocupados que estejamos pelos problemas da vida -
que existem! -, e por preto que vejamos o panorama social ou eclesial- que aí
está e nos ameaça! - ... Escutemos a voz da Igreja mensageira que anuncia esta
grande notícia na santa missa: Deus visitou o seu povo e nos traz o seu consolo
e a sua paz (1 leitura). Uma paz sem limites, feita de justiça e direito.
Alegremo-nos, porque hoje é Natal, e com o Natal recuperamos o sentido da vida
e a força para enfrentar esses problemas da vida diária, familiar laboral,
porque Deus em Cristo caminha do nosso lado, que para isso se fez homem!
Contagiemos o espírito do Natal!
Em
segundo lugar, por muitas palavras que escutemos de sereias enganadoras que nos
assobiam prometendo-nos a libertação, o êxito, a supressão da dor e das
angustias, ou palavras tentadoras do inimigo da nossa alma para que
claudiquemos na nossa fé e confiança em Deus ao ver tantos excessos e desastres
naturais e humanos... Deus Pai hoje pronunciou a sua última e definitiva
Palavra que é o seu Filho. E essa Palavra encarnada nos purificou dos nossos
pecados e nos libertou das nossas ataduras, morrendo voluntariamente por nós,
revestindo-nos da filiação divina (evangelho) para que levemos uma vida digna e
nobre (2 leitura). Alegremo-nos, porque hoje é Natal, e com o Natal renasce a
esperança que não defrauda e nos salva! Contagiemos o espírito do Natal!
Finalmente,
por muitas e espessas trevas que nos querem envolver por onde for- ideologias
de cunho liberal, marxista, hedonista e pragmático-, hoje uma Luz brilhou para
nós (evangelho), e graças a esta Luz podemos ver tudo desde uma nova
perspectiva, a perspectiva da eternidade: as sãs e humanas alegrias, e também
as tristezas e as dores; os êxitos conquistados com garra e honestidade, e
também os fracassos injustos; os trabalhos bem remunerados, e também as
demissões; a saúde transbordante e a doença que nos carcome; os momentos de
plenitude radiante e os instantes de dúvidas e perplexidades; a aceitação entre
os nossos amigos e familiares, e também o desengano e o esquecimento nos quais
estamos prostrados. Tudo desde a luz de Belém se ilumina, se esclarece, retoma
sentindo. Por quê? Porque o Filho de Deus se fez homem para experimentar na sua
própria carne e redimir todas estas situações humanas. Alegremo-nos, porque
hoje é Natal, e com o Natal renasce a fé que dissipa toda a treva do coração e
da mente! Contagiemos o espírito do Natal!
Para
refletir:
Vivo os sete dias da
semana, as quatro semanas do mês e os doze meses do ano o espírito do Natal:
alegria, paz, vitória, liberação, justiça, filiação divina? Quem quer me roubar
o espírito do Natal: este mundo anticristão, o demônio tentador ou as minhas
paixões baixas? O que vou pedir para o Menino Jesus que nasce em Belém? E o que
vou oferecer em troca? Contagio o espírito do Natal?
Para
rezar: Com toda a Igreja rezemos o grande
pregão de Natal e enchamo-nos de alegria profunda: “Anunciamos-vos, irmãos e
irmãs, uma grande notícia, / uma grande alegria para todo o povo. / Escutai com
um coração cheio de gozo: / Tinham passado milhares e milhares de anos / desde
que, no princípio, Deus criou o céu e a terra / e fez o homem e a mulher à sua
imagem e semelhança. / Milhares e milhares de anos tinham sido transcorridos /
desde que cessou o dilúvio / e o Altíssimo fez resplandecer o arco íris, /
sinal de aliança e de paz. / No ano 752 da fundação de Roma; / no ano 42 do
império do Otávio Augusto, / quando sobre toda a terra reinava a paz, / na
sexta idade do mundo, / faz muitos anos, / em Belém de Judá, povo humilde de
Israel, / ocupado então pelos romanos, / num presépio, porque não eles
encontraram hospedagem, / da Santa Maria a Virgem, esposa de José, / da casa e
da família de Davi, / nasceu Jesus, chamado Messias e Cristo, / que é o
Salvador que o povo esperava. / Alegrai-vos, irmãos. / Esta é a boa notícia do
anjo: / “Nasceu-vos um Salvador: o Messias, o Senhor”.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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