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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

V Centenário Teresiano

Tema 5 - ORAR COM A IGREJA

1. ORAR NÃO É SÓ COLOCAR-SE «FACE A FACE» COM DEUS
Ao orar é necessário que captemos também a dimensão eclesial. Só oramos bem se orarmos «como Igreja».
Podemos provar esta afirmação linearmente:
* Partamos da estreita união de Cristo com todo o orante: «Vós em Mim e Eu em vós» (Jo 6; 15);
* A outra perspectiva será «e Eu Nele», «Cristo é o lugar da minha oração». Fora Dele não pode haver verdadeira oração cristã;
* Logo, se todos os cristãos estão em Cristo como eu estou, orar Nele será encontra-me com todos os meus irmãos na Fé...
* Consciente ou inconsciente, sempre que ore bem, encontrar-me-ei com toda essa multidão de crentes, orando com eles. Assim, fora da Igreja não há autêntica oração cristã, a Igreja será sempre o meu «lugar privilegiado de oração».
   
2. ORAR EM IGREJA É ORAR “TODOS POR UM”
S.Paulo diz-nos que todos os cristãos formamos uma espécie de corpo místico, cuja cabeça é Cristo e nós os respectivos membros;
  • se aplico esta imagem à oração, concluirei que, sempre e em grande quantidade, eu desfrutarei e partilharei de bens espirituais de outros irmãos;
  • desfruto da vida espiritual de irmãos que, consciente ou inconscientemente, me comunicam a sua energia, a sua força espiritual...
  • até mim chega uma espécie de corrente sanguínea composta pela austeridade do cartuxo, o amor do carmelita, o louvor do beneditino, o sofrimento de quem está no Purgatório, a glória dos meus irmãos do Céu...
  • e ainda mais: através de todos os meus irmãos é Deus que se me comunica. Deus vem constantemente até mim através da influência positiva ou negativa que em mim exercem todos só que me rodeiam
3. ORAR EM IGREJA É ORAR EM “UM POR TODOS”
É outra face desta realidade: Na Igreja todos têm necessidade de mim. Por isso, sempre que ore, tentarei:
  • situar-me mentalmente «no meio da grande assembléia»...
  • não me bastará orar com todos, mas «por todos»;
  • orarei igualmente «desde eles», tornando-me solidário com a oração de todos os orantes do mundo;
  • e, por fim, «orá-los-ei ao Pai», que é outra forma de os amar...
4. ORAR EM IGREJA É ORAR TODOS JUNTOS A DEUS
É a conseqüência lógica de tudo o que dissemos:
  • se todos nos reunimos dentro de um mesmo corpo místico com Cristo...
  • juntos louvaremos, daremos graças e suplicaremos ao mesmo Pai;
  • até sintonizar completamente com Ap 7,9-12: «havia uma multidão imensa que ninguém podia contar, de toda a nação, raça, povo, língua...».
5. PAUTAS PARA A ORAÇÃO PESSOAL
1. Procura hoje pensar em clave litúrgica. Recorda que a celebração da Eucaristia, dos outros sacramentos e da Liturgia das Horas forma o núcleo da «oração da Igreja», são a sua «oração oficial».
Procura, ao menos, assistir hoje com esta mentalidade à celebração da Eucaristia.
 
2. Recorda hoje a todos os «amigos de orar». Na tua oração reflete sobre estas palavras de Teresa de Jesus que tantas vezes temos repetido: «Eu aconselharia aos que têm oração - em especial aos principiantes - procurem amizade e trato com outras que tratem do mesmo. É coisa importantíssima; ainda que não seja mais do que para ajudar-se uns aos outros com as suas orações». «É fundamental “fazermos costas” uns com os outros, os que se relacionam com Deus, para seguir em frente...». «Não sei eu porque para outras coisas, ainda que não sejam muito boas, procuramos amigos em quem confiar (descansar), e se permite que, quem inicia verdadeiramente a amar a Deus, deixe de fazer amigos para isto...»
 
3. Visita hoje algum lugar concreto de oração. Aproxima-te, por exemplo, de qualquer comunidade religiosa contemplativa: Carmelitas Descalços, Cartuxos, Cistercienses, etc... Se puderes, dialoga com eles; se for impossível, entra, ao menos, na sua Igreja e reflete sobre este tipo de vida centrada totalmente na oração...
 
4. Une a tua oração de hoje àqueles que já partiram e vivem num processo de purificação. Recorda que por este processo estão irmãos a passar, com o mesmo apelido que o teu, que olharam as mesmas paisagens, exerceram as mesmas profissões e, sobretudo, partilharam da nossa fé e das mesmas lutas por conservá-la e vivificá-la... E recorda que deles pode vir muita ajuda espiritual, podendo nós ajudá-los neste processo de purificação, antes do encontro definitivo com o Pai. Procura que todos os méritos que hoje obtenhas perante Deus: a tua oração, a tua entrega aos demais, o teu trabalho... sirvam de ajuda espiritual para os nossos irmãos que já partiram.
 
5. Imagina-te hoje entre a grande multidão dos bem-aventurados. Porque não? Já reparaste o pouco que pensamos, nós que vamos a caminho, na meta final que é o Céu? Os santos, no entanto, sabemos que tiveram muitas dificuldades. Dispõe-te hoje a pensar nesta perspectiva. Se no céu sabemos que prevalece a oração de louvor, expressa a tua oração louvando a Deus e dando-Lhe graças.
 
6. Unamos a nossa oração à dos irmãos não-cristãos. Lembraste daquele encontro de Assis? Do que o Papa fez com os representantes de todas as grandes religiões do mundo? Uniram-se para ORAR! Que bom, se tu tentares hoje, fazer o mesmo, a partir do teu momento de oração!
Pensa na oração do povo de Israel que ora ao mesmo Deus que tu. Não esqueças o muçulmano que, várias vezes ao dia, evoca Alá, olhando para Meca, como ponto de referência desse Deus também único e Altíssimo. Recorda todos os orantes do Oriente, um mundo interior por excelência. Ora com todos eles o teu melhor Pai-Nosso.

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