Sta Clara de Assis |
Comentário: P. Joaquim PETIT Llimona, L.C. (Barcelona,
Espanha)
Quando estava reunido
com os discípulos na Galileia
Hoje,
a liturgia oferece-nos diferentes possibilidades para nossa consideração. Entre
elas, podemos deter-nos em algo que está presente no texto todo: o trato
familiar de Jesus com os discípulos.
Diz
São Mateus que Jesus «estava reunido com os discípulos na Galileia» (Mt 17,22).
Pareceria evidente, mas o fato de mencionar que estavam juntos demonstra a
proximidade de Cristo. Depois, abre-lhes seu Coração para confiar-lhes o
caminho de sua Paixão, Morte e Ressurreição, ou seja, algo que Ele tem no seu
interior e, não quer que aqueles que ama tanto, ignorem-no. Posteriormente, o
texto comenta o episódio do pagamento dos impostos, e o evangelista também nos
amostra o trato de Jesus que, coloca-se ao mesmo nível do que Pedro,
contrapondo aos filhos (Jesus e Pedro) isentos de pagar os impostos e dos
estranhos obrigados a pagá-los. Cristo, afinal, mostra-lhe como conseguir o
dinheiro necessário para pagar não só por Ele, mas pôr os dois e, evitar ser
motivo de escândalo.
Em
todos estes fatos descobrimos uma visão fundamental da vida cristã: é o afã de
Jesus por estar conosco. Diz o Senhor no livro dos Provérbios: «alegrando-me em
estar com os filhos dos homens» (Prov 8,31). Como muda, a nossa realidade, o
nosso enfoque da vida espiritual na qual às vezes pomos apenas a atenção nas
coisas que fazemos como se fosse o mais importante! A vida interior deve
centrar-se em Cristo, em seu amor por nós, em sua entrega até a morte por mim,
na sua persistente busca do nosso coração. Muito bem o expressava João Paulo II
em um dos seus encontros com os jovens: o Papa exclamou com voz forte: «Olhe Ele!
».
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
*
Os cinco versículos do evangelho de hoje falam de dois assuntos bem diferentes
um do outro: 1) Trazem o segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de
Jesus (Mt 17,22-23): 2) Informam sobre a
conversa de Jesus com Pedro sobre o pagamento das taxas e impostos ao templo
(Mt 17,24-27).
* Mateus 17,22-23: O
anúncio da morte e ressurreição de Jesus
O
primeiro anúncio (Mt 16,21) havia provocado uma forte reação da parte de Pedro
que não quis saber de sofrimento nem de cruz. Jesus tinha respondido com a
mesma força: “Atrás der mim, satanás!” (Mt 16,23) Aqui, no segundo anúncio, a
reação dos discípulos é mais branda, menos agressiva. O anúncio provoca
tristeza. Parece que eles começam a compreender que a cruz faz parte do
caminho. A proximidade da morte e do sofrimento pesa neles, gerando desânimo.
Por mais que Jesus procurasse ajuda-los, a resistência de séculos contra a ideia
de um messias crucificado era maior.
* Mateus 17,24-25a: A
pergunta dos fiscais do imposto a Pedro
Quando
chegaram em Cafarnaum, os fiscais do imposto do Templo perguntaram a Pedro:
"O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?" Pedro responde: “Paga sim!” Desde os tempos
de Neemias, (Séc. V aC), os judeus que tinham voltado do cativeiro da
Babilônia, comprometeram-se solenemente em assembleia a pagar vários impostos e
taxas para poder manter funcionando o culto no Templo e para cuidar da
manutenção tanto do serviço sacerdotal como do prédio do Templo (Ne 10,33-40).
Pelo que transparece na resposta de Pedro, Jesus pagava este imposto como,
aliás, todos os judeus faziam.
* Mateus 17,25b-26: A
pergunta de Jesus a Pedro sobre o imposto
É
curiosa a conversa entre Jesus e Pedro. Quando eles chegam em casa, Jesus
pergunta: "O que é que você acha, Simão? De quem os reis da terra recebem
taxas ou impostos: dos filhos ou dos estrangeiros?" Pedro respondeu:
"Dos estrangeiros!" Então Jesus disse: "Isso quer dizer que os
filhos não precisam pagar!” Provavelmente, aqui se reflete uma discussão entre
os judeus cristãos anterior à destruição do Templo no ano 70. Eles se
perguntavam se deviam ou não continuar a pagar o imposto do Templo, como faziam
antes. Pela resposta de Jesus, eles descobrem que não há obrigação de pagar
esse imposto: “Os filhos não precisam pagar”. Os filhos são os cristãos. Mas
mesmo não havendo obrigação, a recomendação de Jesus é pagar para não provocar
escândalo.
* Mateus 17,27: A
conclusão da conversa sobre o pagamento do imposto
Mais
curiosa do que a conversa é a solução que Jesus dá à questão. Ele diz a Pedro:
“Para não provocar escândalo, vá ao mar, e jogue o anzol. Na boca do primeiro
peixe que você pegar, vai encontrar uma moeda de prata para pagar o imposto.
Pegue-a, e pague por mim e por você". Milagre curioso! Tão curioso como
aquele dos 2000 porcos que se precipitaram no mar (Mc 5,13). Qualquer que seja
a interpretação deste fato miraculoso, esta maneira de solucionar o problema
sugere que se trata de um assunto que não tem muita importância para Jesus.
Para um confronto
pessoal
1) O sofrimento e a cruz abateram e
entristeceram os discípulos. Isto já aconteceu na sua vida?
2) Como você entende o episódio da moeda encontrada na boca do peixe?
2) Como você entende o episódio da moeda encontrada na boca do peixe?
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