«Na casa de meu Pai há
muitas moradas»
Num
texto em que Jesus procura tranquilizar os seus discípulos na sua situação de
crise, sentimos como a presença de Jesus entre os homens é um convite à vida
nova que Deus tem como projeto para todos: um caminho. Um caminho que é uma
pessoa: Jesus. Jesus, caminho, verdade e vida. Um caminho que é um projeto:
permanecer no amor. No Amor de Deus que Jesus oferece e que serena. Um amor que
faz obras. Um amor que se multiplica no nosso. Para descobrirmos o caminho que
nos conduz à casa de Deus onde há muitas moradas. E morada para todos.
Pe. David Teixeira
Evangelho
(14, 1-12) - Naquele tempo, disse Jesus
aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus,
acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não
fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar? Quando Eu for
preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu
estou, estejais vós também. Para onde Eu vou, conheceis o caminho». Disse-Lhe
Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho? ».
Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai
senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde
agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o
Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco
e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer:
‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As
palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai,
permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai
está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos
digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda
maiores, porque Eu vou para o Pai».
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não se perturbe o vosso coração. Se
acreditais em Deus, acreditai também em Mim (...)”.
No
decorrer da última ceia com os seus discípulos, Jesus anuncia-lhes simplesmente
que vai partir, para não abordar diretamente a sua morte. Eles reagem
manifestando a sua tristeza e inquietação. Então Jesus sossega-os,
convidando-os a que não se deixem perturbar nos seus corações, mas que
continuem a acreditar nele como acreditam em Deus.
Como
tenho lidado com a partida de Cristo Jesus? Será que me importo realmente com a
sua partida? Por outro lado, é verdade que ele já não está fisicamente
presente... mas essa é razão para viver triste e inquieto/a? Não é esta minha
atitude uma falta de fé nele, que nos disse que estaria sempre conosco? O que
posso e quero fazer para crescer nesta certeza?
“Em
casa de meu Pai há muitas moradas (...) Quando Eu for preparar-vos um lugar,
virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós
também.”
Para
os sossegar mais, Jesus diz que vai partir para casa do Pai. Assegura-lhes que
aí há muitos lugares e que, portanto, ele vai à sua frente para lhes preparar
um lugar, mas virá para os levar consigo, porque é seu desejo que, onde quer
que ele esteja, estejam também os seus discípulos.
A
casa do Pai não é senão o céu. É aí que Jesus nos quer com ele. Que notícia
podia sossegar-me mais do que esta? Apesar de tudo o que acontece comigo, Jesus
Cristo quer-me com ele e tem garantido para mim um lugar na casa do Pai.
Sabendo desta boa nova, como posso antecipar e viver, já aqui, com ele?
“Para
onde Eu vou, conheceis o caminho”. Disse-Lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para
onde vais: como podemos conhecer o caminho?”. Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida.”
Nesta
sua preocupação por sossegar os seus discípulos, e respondendo à pergunta de
Tomé, Jesus vai aproveitar para se dar a conhecer um pouco mais e
manifestar-lhes quem ele é: o caminho, a verdade e a vida.
Já
fiz esta pergunta muitas vezes, mas porque não, uma vez mais, ser sincero comigo
mesmo e perguntar-me: ‘quem é Jesus, para mim?’. Ele é mesmo o meu caminho para
Deus? O seu exemplo inspira-me diariamente? É ele a minha verdade, ou procuro
outras verdades mais racionais e convincentes? É ele o centro da minha vida ou
algo complementar?
“Ninguém
vai ao Pai senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.
Mas desde agora já O conheceis e já O vistes”. Disse-Lhe Filipe: “Senhor,
mostra-nos o Pai e isto nos basta. Há tanto tempo que estou convosco e não Me
conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o
Pai’?”
Jesus
continua a dar-se a conhecer e agora explicita que ele é o caminho para Deus, e
que quem o conhece, conhece a Deus. Termina por afirmar que eles já conhecem a
Deus porque o conhecem a ele. Mas o pedido de Filipe deita por terra esta
declaração. No entanto, há ainda um resto de esperança, porque é a Jesus, o
caminho para Deus, que Filipe dirige o seu pedido para conhecer a Deus.
Por
um lado, é verdade que nunca chegarei a conhecer totalmente a Deus, nem a
Jesus, o seu Filho. Mas, por outro, é bom que isto me leve a procurar
conhecê-lo o mais possível. Importante, então, é que, como Filipe, eu volte
sempre a Jesus Cristo para que ele se dê a conhecer e me dê a conhecer a Deus Pai.
Neste sentido, o que posso fazer?
“As
palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai,
permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai
está em Mim...”
Jesus
persiste na apresentação de si. Aqui, recorda aos seus discípulos que ele e
Deus são um só: ele está em Deus e Deus está nele. Porque são um só, as suas
palavras e obras são as de Deus. E, já no fim deste seu dar-se a conhecer,
fá-lo como começou: convidando à fé.
A
minha fé recorda-me que o meu Deus é Trindade, ou seja, o Deus que não se fica
em si mesmo mas é relação. Que consequências tem isto na minha vida? Acredito
que Deus se relaciona comigo, que devo relacionar-me com os outros, e que
dependo d’Ele tal como Ele “se faz depender” de mim?
“...
quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda
maiores, porque Eu vou para o Pai.”
Jesus
termina por dizer aos seus discípulos que quem acredita nele realizará as obras
que ele realiza e maiores ainda, porque, uma vez que vai para junto de Deus,
poderá interceder junto de Deus por todo aquele que nele acredita.
O acreditar deve ser algo também prático: mesmo sem querer, o que faço deve denunciar aquilo em que acredito! Se acredito em Jesus Cristo, devo pensar, sentir e agir como ele. E não devo duvidar de que sou capaz, porque ele está sempre comigo, e intercedendo por mim junto de Deus Pai.
O acreditar deve ser algo também prático: mesmo sem querer, o que faço deve denunciar aquilo em que acredito! Se acredito em Jesus Cristo, devo pensar, sentir e agir como ele. E não devo duvidar de que sou capaz, porque ele está sempre comigo, e intercedendo por mim junto de Deus Pai.
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