1ª Estação: Jesus é condenado à morte
Quando
a alma chega a não prestar atenção aos louvores, cada vez menos presta atenção
às críticas. A crítica fortalece a alma, a qual vai adquirindo um particular e
terno amor cada vez maior para com os seus perseguidores. Santa Teresa de
Ávila.
Senhor,
a minha alma está diante de ti. Tu me conheces profundamente, sabes tudo sobre
mim, lês o mais profundo da minha intimidade. Tu recolhes cada lágrima e
respondes aos meus sorrisos. Na minha vida não há nenhum espaço ou tempo que tu
não visites com o teu amor e com a tua amizade. Dou-te graças por tudo isto,
meu Deus. O meu caminho nesta vida está já decidido: quero estar contigo em
cada momento, na alegria e no cansaço, na paz e na incompreensão, na companhia
e na solidão. A tua presença, ó Jesus, fortalece a minha alma, mesmo na
debilidade.
2ª Estação: Jesus carrega com a
cruz
Jesus
prodigaliza as suas cruzes como o sinal mais seguro da sua ternura, porque
deseja fazer-te semelhante a Ele. Porquê ter medo de não ser capaz de levar a
cruz sem desfalecer? Santa Teresa do Menino Jesus.
Senhor,
muitas vezes na minha vida experimentei a tua ternura, sobretudo nos momentos
de dor, quando não encontrei palavras para pronunciar, quando me era impossível
orar, quando sozinho se fazia presente a noite… Tu estavas a meu lado, talvez
no silêncio, com um toque apenas perceptível. Ó Jesus, muitas vezes te vi assim
e pude olhar-te nos olhos. Quando voltava para a luz, quando as lágrimas tinham
secado, sentia-me um pouco mais igual a ti, um pouco mais filho e irmão teu.
3ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela primeira vez
sob o peso da cruz
A
“ciência da cruz” só pode ser adquirida somente depois de ter chegado a sentir
radicalmente a cruz. A totalidade dos erros humanos pode ser eliminada pela
expiação da cruz. Santa Teresa Benedita da Cruz.
Senhor,
sei que não te conheço como deveria nem como desejaria. Sei que me falta muito
caminho por andar indo atrás de ti, seguindo as tuas pisadas à sombra da cruz.
Do que unicamente posso presumir é das minhas debilidades e dos meus erros.
Humanamente falando, ó Jesus, sou pouca coisa, mas tendo-te a ti no coração e
na vida, sinto-me rico e feliz. Não quero esconder-me de ti; abro as minhas mão
e o meu coração para que possas entrar na minha pobreza com a verdadeira
riqueza, que é a tua Cruz. Sim, meu Salvador, este é o sinal do Amor.
4ª ESTAÇÃO: Jesus encontra a sua
Mãe
O
Evangelho não coloca nenhuma palavra na boca da tua Mãe que está ao pé da cruz.
Também tu, meu Jesus, não pronuncias nem uma só palavra. O teu silêncio é a
palavra mais eloquente. Beato Tito Brandsma.
Senhor,
eu também quero permanecer em silêncio neste momento para captar o intercâmbio
de amor infinito que vos une a ti e à tua Mãe. Ó Jesus, levanto os olhos e
vejo-te, continuo a olhar o teu rosto, teus olhos de Filho, que refletem a
figura da tua Mãe. Tu não falas, mas ofereces a tua Presença: entregas-te a ti
mesmo e entregas a tua Mãe. Eu a recebo como minha Senhora, como minha Mãe
dulcíssima.
5ª ESTAÇÃO: O Cireneu ajuda Jesus
a levar a cruz
Cada
um tem a cruz que deve levar, ainda que cada cruz seja diferente das outras.
Quem quiser conquistar a liberdade de espírito e não sentir-se continuamente
atribulado, deve começar por não espantar-se da cruz. Então verá como o Senhor
o ajuda a levá-la. S. João da Cruz.
Senhor,
tenho medo. Desejaria fugir perante qualquer dor ou provação. Sobretudo,
espanta-me e bloqueia-me a solidão, Cada vez que aparece na minha vida a sombra
da cruz custa-me continuar a esperar. Sinto-me cansado, ó Jesus. Não obstante,
desejo provar uma vez mais, desejo aproximar-me do teu coração. Estendo a minha
mão e tomo a tua; ofereço-te a pouca força que tenho, o nada que sou. Somente
contigo poderei levar também a cruz.
6ª ESTAÇÃO: A Verónica enxuga o
rosto de Jesus
Ao
longo do caminho da cruz Jesus não está só. Hoje como então, estão não só os
adversários como também as pessoas que o ajudam. Representando a quantos o amam
e desejam ajudá-lo está a Verónica. Santa Teresa Benedita da
Cruz.
Senhor,
tenho um desejo no coração: ser teu amigo, caminhar contigo, compartilhar a vida
contigo. Sei que estás a sofrer ao percorrer o caminho da dor. Vejo muitas
pessoas à tua volta. Também eu te procuro, aproximo-me o mais que posso. Quero
amar-te; já nada mais me importa. Junto à Verónica procuro o teu rosto, pois tu
és a minha Luz.
7ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela
segunda vez
Quando
caminhas na noite escura e no vazio da pobreza espiritual, pensas que te falta
tudo e todos – inclusivamente Deus -. Contudo não te falta nada. S.
João da Cruz.
Faltas-me,
Senhor! Como podes dizer que estás perto de mim, que compartilhas tudo comigo?
Sinto a solidão, a dor, a angústia. Também tu caíste sob o peso de um infinito
sofrimento. Como poderei encontrar-te de novo, meu Pastor? Eu, ovelha
tresmalhada, tenho necessidade de ti. Levanta-te, aparece de novo, ó bom
Pastor! Então seguir-te-ei todos os dias da minha vida.
8ª ESTAÇÃO: Jesus consola as
filhas de Jerusalém
Ó
Jesus, deixa que eu chore por mim mesmo, pois não sou senão uma árvore seca que
só serve para ser lançada ao fogo. Porém tu dás nova vida à árvore seca
enxertando-a na árvore da cruz. Beato Tito Brandsma.
Tu,
Senhor, és o meu Fogo. Como árvore pobre e sem vida, só desejo lançar-me nos
teus braços. Recebe-me, rogo-te. Não importa que isto signifique que terei de
abraçar-me à cruz da tua dor. Só contigo posso novamente ser feliz. As nossas
lágrimas unir-se-ão num canto de alegria.
9ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela
terceira vez
Ainda
que caias cem vezes, levanta-te cada vez mais com maior presteza, demonstrando
assim o teu amor por Ele. Santa Teresa do Menino Jesus.
Senhor,
tenho vergonha de mim mesmo; caio e volta a cair, perco-me, afasto-me,
encerro-me. Quando estou assim, no chão e sem forças, entendo que a única coisa
que há que fazer, o único passo a dar, é voltar a entrar em mim mesmo, como o
filho pródigo da parábola, e ali, no fundo da alma, voltar a descobrir o teu
amor por mim. Agarrado a ele poderei ressurgir, movido somente por uma infinita
confiança em tua ternura de Amigo, ó meu Salvador.
10ª ESTAÇÃO: Jesus é despojado
das suas vestes
A
alma despojada de si mesma e revestida de Jesus Cristo não tem de temer nada do
mundo exterior. Por isso, renuncio cada dia a mim mesma, a fim de que Cristo
possa crescer em mim. Beata Isabel da Trindade.
Senhor,
muitas vezes senti-me despojado do que considerava valioso, indispensável para
viver. Muitas experiências no mundo ajudaram-me a entender que no fim nada
permanece, senão unicamente a tua presença, o teu amor fiel. Então pensei
abandonar muitas coisas inúteis, inclusivamente muitas companhias que não me
conduziam a ti. Aos poucos fui-me despojando e revesti-me do vestido mais
formoso que és tu, ó Jesus.
11ª ESTAÇÃO: Jesus é cravado na
cruz
Decidi
permanecer em espírito aos pés da cruz para receber aí o orvalho divino, o
sangue que caía no chão, sem que ninguém se apressasse a recolhê-lo. Então
compreendi que devia derramá-lo sobre as almas. Santa Teresa do Menino
Jesus.
Senhor,
pela tua graça cheguei até aqui, até aos pés da tua cruz. Contemplo-te cravado
no madeiro, cravado sobretudo à dor, ao amor, à vontade de nos salvar. Cada
gota do teu sangue que cai é uma promessa de vida nova para cada um de nós,
teus filhos, espalhados pelo mundo inteiro, ao longo da pobre história humana.
Como teu irmão, ó Jesus, desejo aprender em cada dia a recolher as gotas
preciosas da tua palavra para nós, do teu infinito amor por nós, e quero
entregá-lo depois a quantos encontro no meu caminho, sem o guardar para mim.
12ª ESTAÇÃO: Jesus morre na cruz
A
morte não pode resultar amarga para a alma que ama, já que nela encontra toda a
doçura e o deleite do amor. A alma goza da morte como se estivesse a pensar no
seu noivado ou no seu matrimónio, por isso deseja o dia e a hora da sua morte. S.
João da Cruz.
Senhor,
a tua morte é uma grande escola para mim; nela posso aprender a amar, a viver
de verdade; nela posso encontar sentido para a minha vida. Diante de ti,
Crucificado, descubro que o amor e a dor são uma mesma coisa e que por isso a
morte foi anulada e a partir de agora jamais poderá triunfar. Junto a ti, toda
a pequena morte, converte-se em doce experiência de vida, porque agora sei que
na dor posso encontar o amor. Obrigado, Senhor Jesus.
13ª Estação: Jesus é descido da
cruz
Seguindo
os teus caminho não poderás chegar aonde desejas, nem sequer através da mais
alta contemplação, mas somente através de uma grande humildade e de uma total
disponibilidade do coração. Santa Teresa do Menino Jesus.
Senhor,
eu sei que não tenho nada de grande, vistoso e importante para te oferecer. Não
tenho nada, unicamente o meu coração. Depois deste longo caminho seguindo os
teus passos na prova e na dor da cruz, somente desejo entregar-te o meu
coração, o meu amor, a minha vida. Entrego-me ao teu abraço sabendo que me
acolhes tal como sou.
14ª ESTAÇÃO: O corpo de Jesus é
colocado no túmulo
A
alma tem de esvaziar-se de tudo o que não é Deus para poder ir até Deus… Por
amor de Cristo deve desejar entrar numa completa desnudez e pobreza
relativamente a tudo. S. João da Cruz.
Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na obscuridade do túmulo. Ao chegar ao cimo eu esperava ver uma luz mais clara, receber os benéficos raios do sol. No entanto, ainda não é o tempo. Quero permanecer contigo, baixar também até à solidão tenebrosa do túmulo. Não tenho medo, pois creio que o teu amor é mais forte; sei que ressuscitarás e também me farás viver.
Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na obscuridade do túmulo. Ao chegar ao cimo eu esperava ver uma luz mais clara, receber os benéficos raios do sol. No entanto, ainda não é o tempo. Quero permanecer contigo, baixar também até à solidão tenebrosa do túmulo. Não tenho medo, pois creio que o teu amor é mais forte; sei que ressuscitarás e também me farás viver.
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