Um
dos elementos mais importantes da devoção à Divina Misericórdia presentes nas
revelações de Nosso Senhor à Santa Faustina é a Festa da Misericórdia. No
Diário o tema recorrem em 37 números, em 16 dos quais nos deparamos com uma
manifestação extraordinária de Jesus a seu respeito. Com efeito, aos
22/02/1931, uma das primeiras revelações de Jesus à Santa Faustina diz respeito
à Festa da Misericórdia, que deveria ser celebrada no 2º domingo da Páscoa:
“Eu
desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás
com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e
esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88; 280; 299b;
458; 742; 1048; 1517).
A
Festa é uma obra divina, mas Ele quer que Santa Faustina se empenhe tanto em
sua implantação (D. 74; 341; 463; 1581; 1680), como em seu incremento: “Na
Minha festa, na Festa da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as
almas que desfalecem à fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e
fortalecerei” (D. 206); “Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale
ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se
aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas”
(D. 300a; cf. 1072). Santa Faustina abraça com toda a alma esta causa, pelo que
exclama e reza: “Oh! como desejo ardentemente que a Festa da Misericórdia seja
conhecida pelas almas!” (D. 505); “Apressai, Senhor, a Festa da Misericórdia,
para que as almas conheçam a fonte da Vossa bondade” (D. 1003; cf.
1041). Jesus leva a sério a dedicação de Santa Faustina nesta missão:
“Pelos teus ardentes desejos, estou apressando a Festa da Misericórdia...” (D.
1082; cf. 1530), e por isso o demônio procura atrapalhar o seu caminho (D.
1496).
Em
1935, no domingo de encerramento do Jubileu da Redenção, Santa Faustina
participa da Eucaristia como se estivesse celebrando a Festa da Misericórdia;
Jesus então se lhe manifesta como está na imagem e lhe diz: “Essa
Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas
da Minha compaixão. Toda alma que crê e confia na Minha misericórdia irá
alcançá-la” (D. 420; cf. 1042; 1073). Sabe, contudo, que talvez não
participe em vida da sua celebração, mas nem por isso se desanima: “Eu
sou apenas Seu instrumento. Oh! quão ardentemente desejo ver essa Festa da
Misericórdia Divina que Deus está exigindo através de mim, mas se for a vontade
de Deus e se ela tiver que ser comemorada solenemente apenas depois da minha
morte, eu já agora me alegro com ela e já a comemoro interiormente com a
permissão do confessor” (D. 711). Chega a tomar conhecimento – por
iluminação divina – das disputas que se dão no Vaticano por causa desta Festa
(D. 1110; cf. 1463) e dos avanços positivos a seu respeito através do Beato Pe.
Sopocko (D. 1254). A Festa propriamente dita seria celebrada no Santuário de
Cracóvia-Lagiewniki seis anos após a morte de Santa Faustina (1944).
Fica
patente no Diário que existe uma relação muito estreita entre Festa da
Misericórdia e veneração do quadro, proclamação da divina misericórdia,
confiança nesta divina misericórdia, participação nos sacramentos (Eucaristia e
Confissão) e remissão dos pecados (culpas e penas):
“A
tua tarefa e obrigação é pedir aqui na Terra a misericórdia para o mundo
inteiro. Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com
confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da
Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar
às almas desta Minha grande e insondável misericórdia. Faço-te dispensadora da
Minha misericórdia. Diz ao teu confessor que aquela Imagem deve ser exposta na
igreja, e não dentro da clausura desse Convento. Por meio dessa Imagem
concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela”
(D. 570); “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as
almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas
da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se
aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar
alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as
comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de
se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha
misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem
humana, nem angélica a aprofundará. Tudo o que existe saiu das entranhas da
Minha misericórdia. Toda alma contemplará em relação a Mim, por toda a
eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A Festa da Misericórdia
saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro
domingo depois da Páscoa” (D. 699); “Desejo conceder indulgência plenária às
almas que se confessarem e receberem a Santa Comunhão na Festa da Minha
misericórdia” (D.
1109).
Em
1936 o Senhor lhe pede que esta Festa seja preparada espiritualmente: “O
Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa
da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa. Através desta novena
concederei às almas toda espécie de graças” (D. 796; cf. 1059; 1209). A
relevância desta Festa se pode depreender também da seguinte exortação e
promessa: “As almas se perdem, apesar da Minha amarga Paixão. Estou lhes dando a
última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha Misericórdia. Se não
venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade” (D.
965; cf. 998).
Não
fechemos o nosso coração: ouçamos a voz do Senhor! Caro devoto e apóstolo, não
deixe de participar da grande Festa da Divina Misericórdia em nosso Santuário
ou onde lhe for mais conveniente! Prepare-se com uma boa confissão, traga o seu
quadro e convide os seus parentes e amigos! Eis o tempo da graça, eis o dia da
salvação!
Neste
Domingo da Divina Misericórdia somos chamados a renovar a nossa fé, como o
apóstolo São Tomé. Esta fé, no entanto, não é uma fé genérica. Devemos crer na
misericórdia que se manifesta no Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição.
Jesus recorda a Santa Faustina que os demônios sabem de outros atributos de
Deus, mas a misericórdia é uma característica na qual eles não conseguem crer.
Esta
incredulidade é uma verdadeira ferida no coração de Jesus. Por isto Nosso
Senhor pede a Santa Faustina a instituição da festa da Divina Misericórdia.
Nela os pecadores devem se aproximar com confiança do coração misericordioso
que nos lava de nossos pecados (raio de luz branca – água) e nos imerge no amor
de Deus (raio de luz vermelha – sangue).
"Oh!
Como Me fere a incredulidade da alma! Essa alma confessa que sou Santo e Justo
e não crê que sou Misericórdia, não acredita em Minha bondade. Alegra-se o Meu
Coração com esse título da Misericórdia. Diz que a Misericórdia é o maior
atributo de Deus. Todas as obras das Minhas mãos são coroadas pela
misericórdia".
(Santa
Faustina Kowalska, Diário. A Misericórdia Divina na minha alma, Editora Mãe da
Misericórdia, Curitiba, 201140).
S.
João Paulo II, seguindo as indicações de Jesus a Santa Faustina, não somente
instituiu a festa, mas concedeu indulgência plenária aos fiéis neste domingo:
"Concede-se
a Indulgência plenária nas habituais condições (Confissão sacramental, Comunhão
eucarística e orações segundo a intenção do Sumo Pontífice) ao fiel que no
segundo Domingo de Páscoa, ou seja, da "Misericórdia Divina", em
qualquer igreja ou oratório, com o espírito desapegado completamente da afeição
a qualquer pecado, também venial, participe nas práticas de piedade em honra da
Divina Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do Santíssimo Sacramento
da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o
Credo, juntamente com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por
ex., "Ó Jesus Misericordioso, confio em Ti"). (Decreto da
Penitenciaria apostólicas, Anexadas indulgências aos atos de culto, realizados
em honra da Misericórdia Divina, 29 de junho de 2002)
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