O
seguidor de Cristo deve se confiar às mãos da Providência de Deus. Não soltemos
sua mão.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Se
Deus é nosso Pai amoroso, então não devemos andar preocupados pelas coisas
temporais, mas devemos nos ocupar com o hoje, tentando cumprir com amor a
vontade de Deus Pai e pondo nossas preocupações no coração terno desse Pai Deus
Providente, como os pássaros do céu e as flores do campo fazem. Somos
peregrinos destinados à eternidade. Nas mãos de Deus chegaremos seguros.
Em
primeiro lugar, vejamos Cristo totalmente entregue às mãos do Pai celeste.
Acaso faltou-lhe alguma vez o carinho do Pai? Deus o fez nascer numa
manjedoura. Levou-o ao Egito, quando Herodes o ameaçava. Voltou à sua aterra
Nazaré e vivia tranquilo por causa do trabalho de seu pai José, e por isso foi
chamado “filho do carpinteiro”. Ao sair para seu apostolado, não lhe faltou
sequer uma pedra onde reclinar a cabeça, nem um pedaço de pão para se
alimentar, graças aos amigos que ele tinha nos diversos povoados. Seu Pai
Providente lhe concedeu colaboradores –os primeiros apóstolos- para que o
ajudassem na pregação, no cuidado dos doentes e no serviço à humanidade.
Tampouco poupou sofrimentos, porque, no plano de Deus, são necessários para
manifestar o amor autêntico que tinha por todo homem e mulher.
Em
segundo lugar, vejamos tantos homens e mulheres longe da mão de Deus
Providente, preocupados pelos bens temporais ao ponto de se tornarem escravos
dos mesmos. Preocupados pelo dinheiro, pelo trabalho, pela saúde, pela fama,
pelo futuro dos filhos, pela sobrevivência e seguros de vida. Preocupados pelas
férias. Preocupados pelos “hobbies” esportivos e culturais. E Deus e seu Reino?
E a família e sua salvação? E a comunidade e o apostolado? E os valores morais?
“Se tanto é o cuidado que Deus tem pelas flores da terra que, ao pouco tempo
que nascem e são vistas, já morrem, acaso ele desprezará os homens que ele
criou, não para um tempo determinado, mas para que vivam eternamente?” (São
João Crisóstomo).
Finalmente,
é ainda válida esta chamada à confiança em Deus Providente no nosso mundo de
hoje? Deus não mudou nem corrigiu seu desígnio: ou Deus ou a comida; ou Deus ou
a fama; ou Deus ou os prazeres; ou Deus ou as vestes; ou Deus ou o dinheiro.
Certo, é necessário se alimentar e vestir e procurar os meios de subsistência
dos nossos, mas sem angústia. Não é um convite à ociosidade, à
irresponsabilidade, mas a evitar a angústia e o excessivo afã de possuir. A
cada dia bastam seus próprios desgostos e não vale a pena adiantar as angústias
que nos acontecerão amanhã. Cristo nos convida a procurar o essencial nessa
vida e a pôr cada coisa em seu lugar, vencendo a tentação do consumismo. Não
levantemos altares ao dinheiro, ao prazer, à comida. Que o coração e as mãos
estejam livres, para servir a Deus e o seu Reino. Deus é o absoluto. O resto é
relativo. Nosso coração estará inquieto até descansar em Deus (Santo
Agostinho).
Para refletir:
Que
coisa me angustia? Que me produz estresse? Os pagãos procuram essas coisas
materiais com obsessão. Nós somos peregrinos. Juntemos tesouros no céu, pois
confiamos no Deus Providente.
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