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sábado, 7 de dezembro de 2013

Solenidade da Imaculada Conceição

Textos: Gênesis 3, 9-15.20; Efésios 1, 3-6.11-12; Lucas 1, 26-38.

Ideia principal: A Imaculada Conceição é o primeiro dos privilégios concedidos à Maria, com vista à sua futura maternidade divina. Privilégio e dom que a torna digna de ser toda de Deus e somente de Deus, desde o primeiro momento da sua concepção, dado que, desde então, foi preservada imune de toda mancha do pecado original, com o qual todos nascemos, herança dos nossos primeiros pais, Adão e Eva. Grande mistério!

Aspectos desta ideia:
Em primeiro lugar, aprofundemos o mistério. A pobre razão humana dos teólogos, mesmo iluminada pela fé, levou muitos séculos para encontrar uma maneira de harmonizar o dogma da Imaculada Conceição, com a redenção universal de Cristo, que inclui todos os seres humanos, sem exceção, nem sequer a Mãe de Deus. Os cristãos, porém, que ignoram os tratados científicos, mas têm o sentido da fé que vem do mesmo Espírito Santo, já aceitavam alegremente, desde muitos séculos, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, e não davam ouvidos as objeções e as dificuldades que os estudiosos colocavam na mesma. Por outro lado, louvavam com alegria as razões de conveniência, embora não satisfizessem os teólogos, que preenchiam completamente o coração e a piedade dos fiéis. E repetiam, convencidos de que, se Deus pudesse fazer imaculada a Maria, e era conveniente que a fizesse, não há dúvida que assim o fez. Era impossível que a Rainha dos anjos, que iria esmagar a cabeça de Satanás (primeira leitura), estivesse sob seu controle, mesmo que fosse só por um momento. Também não era concebível que a mediadora necessária para a reconciliação do mundo com Deus, tivesse sido sua inimiga, nem sequer por um instante. Era impensável que Maria, por meio da qual a salvação veio a nós, dando-nos Cristo, tivesse sido concebida em pecado. Não podia ser possível que o sangue redentor de Cristo brotasse de uma fonte manchada por culpa.

Em segundo lugar, façamos um percorrido histórico pelo Oriente e Ocidente, sempre perguntando sobre este maravilhoso mistério. Esta festa foi celebrada pela primeira vez em algumas igrejas do Oriente, a partir do século VIII, na Irlanda desde o IX e na Inglaterra desde o século XI. Em seguida, ela se espalhou pela Espanha, França e Alemanha. Apesar de vários teólogos medievais questionarem ou terem negado o privilégio da Virgem, pelo que dissemos (Cristo redimiu todos), a Igreja proclamou oficialmente o dogma no século XIX, com o Papa Pio IX, esta doutrina que estava em sintonia com o senso sobrenatural do coração do cristão, continuou a se espalhar por todo o mundo. Assim, Maria não foi redimida se não pecou? A resposta dada pela Igreja e a teologia a este mistério é esta: Maria recebeu a graça preventiva que era para ser a Mãe do Redentor. A graça preventiva é mais sublime do que a graça redentora; esta supõe que existia uma mancha que Deus deveria ter limpado. Em Maria não aconteceu isto. Por isso, o anjo a chamou: “cheia de graça” (evangelho).

Finalmente, esta Solenidade nos compromete, se somos realmente filhos de Maria e criaturas remidas pelo sangue de Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele pelo amor (segunda leitura). Em cada Eucaristia o Verbo Encarnado descerá junto a nós, de maneira análoga ao modo em que desceu ao puro ventre de Maria na Encarnação. Esperemos que o encontre limpo e puro.

Para refletir:
1. Luto por reconquistar a pureza perdida pelo pecado?
2. Que meios estão ao meu alcance para limpar a minha alma das consequências do pecado? 
3. Ao me olhar pode Deus se alegrar, como com Maria?

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