Textos: Gênesis 3, 9-15.20; Efésios
1, 3-6.11-12; Lucas 1, 26-38.
Ideia
principal: A Imaculada Conceição é o primeiro dos privilégios concedidos à
Maria, com vista à sua futura maternidade divina. Privilégio e dom que a torna
digna de ser toda de Deus e somente de Deus, desde o primeiro momento da sua
concepção, dado que, desde então, foi preservada imune de toda mancha do pecado
original, com o qual todos nascemos, herança dos nossos primeiros pais, Adão e
Eva. Grande mistério!
Aspectos desta ideia:
Em
primeiro lugar, aprofundemos o mistério. A pobre razão humana dos teólogos,
mesmo iluminada pela fé, levou muitos séculos para encontrar uma maneira de
harmonizar o dogma da Imaculada Conceição, com a redenção universal de Cristo,
que inclui todos os seres humanos, sem exceção, nem sequer a Mãe de Deus. Os
cristãos, porém, que ignoram os tratados científicos, mas têm o sentido da fé
que vem do mesmo Espírito Santo, já aceitavam alegremente, desde muitos
séculos, a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, e não davam ouvidos as
objeções e as dificuldades que os estudiosos colocavam na mesma. Por outro
lado, louvavam com alegria as razões de conveniência, embora não satisfizessem
os teólogos, que preenchiam completamente o coração e a piedade dos fiéis. E
repetiam, convencidos de que, se Deus pudesse fazer imaculada a Maria, e era
conveniente que a fizesse, não há dúvida que assim o fez. Era impossível que a
Rainha dos anjos, que iria esmagar a cabeça de Satanás (primeira leitura),
estivesse sob seu controle, mesmo que fosse só por um momento. Também não era
concebível que a mediadora necessária para a reconciliação do mundo com Deus,
tivesse sido sua inimiga, nem sequer por um instante. Era impensável que Maria,
por meio da qual a salvação veio a nós, dando-nos Cristo, tivesse sido
concebida em pecado. Não podia ser possível que o sangue redentor de Cristo
brotasse de uma fonte manchada por culpa.
Em
segundo lugar, façamos um percorrido histórico pelo Oriente e Ocidente, sempre
perguntando sobre este maravilhoso mistério. Esta festa foi celebrada pela
primeira vez em algumas igrejas do Oriente, a partir do século VIII, na Irlanda
desde o IX e na Inglaterra desde o século XI. Em seguida, ela se espalhou pela
Espanha, França e Alemanha. Apesar de vários teólogos medievais questionarem ou
terem negado o privilégio da Virgem, pelo que dissemos (Cristo redimiu todos),
a Igreja proclamou oficialmente o dogma no século XIX, com o Papa Pio IX, esta
doutrina que estava em sintonia com o senso sobrenatural do coração do cristão,
continuou a se espalhar por todo o mundo. Assim, Maria não foi redimida se não
pecou? A resposta dada pela Igreja e a teologia a este mistério é esta: Maria
recebeu a graça preventiva que era para ser a Mãe do Redentor. A graça
preventiva é mais sublime do que a graça redentora; esta supõe que existia uma
mancha que Deus deveria ter limpado. Em Maria não aconteceu isto. Por isso, o
anjo a chamou: “cheia de graça” (evangelho).
Finalmente,
esta Solenidade nos compromete, se somos realmente filhos de Maria e criaturas
remidas pelo sangue de Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele
pelo amor (segunda leitura). Em cada Eucaristia o Verbo Encarnado descerá junto
a nós, de maneira análoga ao modo em que desceu ao puro ventre de Maria na
Encarnação. Esperemos que o encontre limpo e puro.
Para refletir:
1.
Luto por reconquistar a pureza perdida pelo pecado?
2.
Que meios estão ao meu alcance para limpar a minha alma das consequências do
pecado?
3. Ao me olhar pode Deus se alegrar, como com Maria?
3. Ao me olhar pode Deus se alegrar, como com Maria?
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