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sábado, 2 de novembro de 2013

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Evangelho (Mt 5,1-12a): Naquele tempo, vendo as multidões, Jesus subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e ele começou a ensinar: Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque receberão a terra em herança. Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

Comentário: Mons. F. Xavier CIURANETA i Aymí Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

Alegrai-vos e exultai

Hoje, celebramos a realidade de um mistério salvador, expresso no credo, que se torna muito consolador: Creio na comunhão dos santos. Todos os santos que já passaram para a vida eterna, a começar pela Virgem Maria, formam uma unidade: Felizes os puros de coração, porque verão a Deus (Mt 5,8). E também estão, ao mesmo tempo, em comunhão conosco. A fé e a esperança não podem unir-nos, porque eles já gozam da visão eterna de Deus; mas une-nos, por outro lado, o amor que não passa nunca (1Cor 13,13); esse amor que nos une, juntamente com eles, ao mesmo Pai, ao mesmo Cristo Redentor e ao mesmo Espírito Santo. O amor que os torna solidários e solícitos para conosco. Portanto, não veneramos os santos somente pela sua exemplaridade, mas sobretudo pela unidade no Espírito de toda a Igreja, que se fortalece com a prática do amor fraterno.

Por esta profunda unidade, devemos sentir-nos perto de todos os santos que, antes de nós, acreditaram e esperaram o mesmo que nós cremos e esperamos e, acima de tudo, amaram Deus Pai e os seus irmãos, os homens, procurando imitar o amor de Cristo.

Os santos apóstolos, os santos mártires, os santos confessores que viveram ao longo da história são, portanto, nossos irmãos e intercessores; neles se cumpriram as palavras proféticas de Jesus: Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus, (Mt 5,11-12). Os tesouros da sua santidade são bens de família, com que podemos contar. São estes os tesouros do céu, que Jesus convida a juntar (cf. Mt 6,20). Como afirma o Concílio Vaticano II, A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos (Lumen gentium, 49). Esta solenidade traz-nos uma notícia reconfortante, que nos convida à alegria e à festa.

“Bem-aventurados”
Pe. David Teixeira
Festa de todos os santos. A santidade dita em nome próprio. Em nome de todos os que, na fé, nos antecederam neste caminhar para Deus. As bem-aventuranças são o caminho. Os santos, aqueles que já o percorreram. Viver a vida de “Bem-aventurados” é um desafio para todos os cristãos. Também nós somos convidados a esse encontro de alegria e felicidade, carta de navegação da nossa vida para também nós chegarmos à santidade.

Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los.
Jesus sobe ao monte - o lugar de Deus, por excelência - para aí se encontrar com os seus discípulos e, num clima de intimidade, continuar a ensinar-lhes o que realmente significa ser seu discípulo e qual o caminho a percorrer em direção ao seu reino. Na azáfama do meu dia-a-dia, sou capaz de conseguir uma pausa para subir ao monte com Jesus e deixar-me encontrar e ensinar por Ele?

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra.
O que significa, para mim, hoje, ser pobre em espírito e humilde? O pobre em espírito e o humilde pode ser aquele que, nas coisas do espírito, vive na consciência de, gratuitamente, ter recebido tudo das mãos de Deus e, em consequência, vive agradecido e é humilde, em vez de ser orgulhoso. Estou disposto a esta pobreza e humildade, para ser melhor discípulo de Jesus e merecer o seu reino?

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
O que significa, para mim, hoje, ser dos que choram e têm fome e sede de justiça? O meu choro e a minha fome e sede de justiça só têm sentido se forem por causa de Deus, da natureza e da humanidade que sofre e por causa da minha luta contra esse sofrimento. Estou disposto a não deixar de ser sensível a todo este sofrimento, a não desistir desta luta e a ser consolado e saciado apenas por Jesus e pelo seu reino?

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
O que significa, para mim, hoje, ser misericordioso e puro de coração? Pode significar saber usar o coração para se compadecer, ou seja, para sofrer com, e para ter sentimentos, pensamentos e condutas sinceras e construtivas. Estou disposto a usar assim o coração para conseguir a misericórdia e a visão de Deus?

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
O que significa, para mim, hoje, ser promotor da paz e perseguido por amor da justiça? Que paz e justiça devo promover e pelas quais sou perseguido? Não é uma paz podre nem uma justiça vulnerável, ou seja, não é a paz e a justiça dos homens e mulheres, mas as de Deus. Estou disposto a manifestar a minha condição de filho de Deus, promovendo a sua paz e justiça?

Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa.
Sou um discípulo “de qualquer jeito” ou um discípulo que é perseguido, insultado e caluniado por causa de Jesus e, consequentemente, por ser um incômodo, uma pedra no sapato de muita gente? Além disso, sou um discípulo feliz e alegre, apesar de todas essas perseguições, insultos e calúnias ou vivo vitimizando-me e sendo um contra-testemunho?

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