3º DIA – 19 de
julho
ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS
PRECE AO SENHOR JAVÉ
Vem, Senhor!
Tua Face procuro...
Como a terra árida pela chuva anseia
assim meu ser por ti...
Vivo és Senhor!
E em tua graça estou!
Na brisa leve me falas,
No Carit me dessedentas..
Vem, Senhor!
Na aridez do deserto
Com o pão me alimentas
Fortaleces-me na caminhada...
Vivo és, Senhor!
E teu zelo me consome
Na solidão quero encontrar-te
E descobrir-te no irmão...
Vem, Senhor,
e ao clarão de tua face
se passe inteira a minha vida,
se opere a nossa união...
LECTIO DIVINA
Evangelho
(Mt 12,1-8): Naquele tempo, num dia de
sábado, Jesus passou pelas plantações de trigo. Seus discípulos estavam com
fome e começaram a arrancar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus
disseram-lhe: «Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em
dia de sábado!». Jesus respondeu: «Nunca lestes o que fez Davi, quando ele teve
fome e seus companheiros também? Ele entrou na casa de Deus e todos comeram os
pães da oferenda, que nem a ele, nem aos seus companheiros era permitido comer,
mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no
templo, os sacerdotes violam o sábado e não são culpados? Ora, eu vos digo:
aqui está quem é maior do que o templo. Se tivésseis chegado a compreender o
que significa, ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’, não condenaríeis
inocentes. De fato, o Filho do Homem é Senhor do sábado».
Comentário: Rev. D. Josep RIBOT i
Margarit (Tarragona, Espanha)
Misericórdia
eu quero, não sacrifícios
Hoje,
o Senhor se aproxima do campo cultivado da sua vida, para recolher frutos de
sua santidade. Encontrará caridade, amor a Deus e aos demais? Jesus, que
corrige a casuística meticulosa dos rabinos que tornava insuportável a lei do
descanso sabático, por acaso terá que lhe lembrar que a ele só interessa o seu
coração, a sua capacidade de amar?
«Olha,
os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!» (Mt
12,2). Disseram-Lhe isto convencido, isso é o que é incrível. Como proibir
alguém de fazer o bem sempre? Alguma coisa deve-lhe lembrar que nada o desculpa
de não ajudar aos demais. A caridade verdadeira respeita as exigências da
justiça, evitando a arbitrariedade ou o capricho, mas impede o rigorismo, que
mata o espírito da lei de Deus, que é um convite contínuo a amar, a dar-se aos
demais.
«Misericórdia
eu quero, não sacrifícios» (Mt 12,7). Repete-o muitas vezes, para gravá-lo em
teu coração: Deus, rico em misericórdia, nos quer misericordiosos. «Que próximo
Deus está de quem confessa sua misericórdia! Sim, Deus não anda longe dos
contritos de coração» (Santo Agostinho). E quão longe estamos de Deus quando
permitimos que o nosso coração se endureça como uma pedra!
Jesus
Cristo acusou os fariseus de condenar os inocentes. Grave acusação. E você?
Você se interessa de verdade pelas coisas dos demais? Os julga com carinho, com
simpatia, como quem julga a um amigo ou a um irmão? Procure não perder o norte
da sua vida.
Peça
à Virgem que o faça misericordioso, que saiba perdoar. Seja benévolo. E se
descobre na sua vida algum detalhe que destoe dessa disposição de fundo, agora
é um bom momento para retificar, formulando algum propósito eficaz.
Reflexões
de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
*
No evangelho de hoje veremos de perto um dos muitos conflitos entre Jesus e as
autoridades religiosas da época. São conflitos em torno das práticas religiosas
daquele tempo: jejum, pureza, observância do sábado, etc. Colocados em termos
de hoje seriam conflitos como, por exemplo, casamento de pessoas divorciadas,
amizade com prostitutas, acolher os homossexuais, comungar sem estar casado na
igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na sexta feira santa. São
muitos os conflitos: em casa, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja,
na vida pessoal, na sociedade. Conflitos de crescimento, de relacionamento, de
idade, de mentalidade. Tantos! Viver a vida sem conflito é impossível. O
conflito faz parte da vida e já aparece no nosso próprio nascimento. Nascemos
com dor de parto. Os conflitos não são acidentes na estrada, mas são parte
integrante do caminho, do processo de conversão. O que chama atenção é a
maneira como Jesus enfrenta os conflitos. Na discussão com os adversários, não
se tratava de ele obter razão contra eles, mas sim de fazer prevalecer a
experiência que ele, Jesus, tinha de Deus como Pai e Mãe. A imagem de Deus dos
outros era a de um juiz severo que só ameaçava e condenava. Jesus procurava
fazer prevalecer a misericórdia sobre a observância cega de normas e de leis
que não tinham mais nada a ver com o objetivo da Lei que é a prática do amor.
* Mateus 12,1-2: Colher trigo em dia
de sábado e a crítica dos fariseus
Num
dia de sábado, os discípulos passavam pelas plantações e abriam caminho
arrancando espigas para comê-las. Estavam com fome. Os fariseus chegam e
invocam a Bíblia para dizer que os discípulos estão cometendo uma transgressão
da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus também usa a Bíblia e responde evocando
três exemplos tirados da Escritura:
(1) de Davi,
(2) da legislação sobre o trabalho dos
sacerdotes no templo e
(3) da ação do profeta Oséias, ou seja,
ele cita um livro histórico, um livro legislativo e um livro profético.
* Mateus 12,3-4: O exemplo de Davi
Jesus
lembra que o próprio Davi também fez uma coisa proibida pela lei, pois tirou os
pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1
Sm 21,2-7). Nenhum fariseu teria coragem de criticar o rei Davi!
* Mateus 12,5-6: O exemplo dos
sacerdotes
Acusado
pelas autoridades religiosas, Jesus argumenta a partir do que elas mesmas, as
próprias autoridades religiosas, fazem em dia de sábado. No templo de
Jerusalém, em dia de sábado, os sacerdotes trabalham muito mais do que nos dias
de semana, pois devem sacrificar os animais para os sacrifícios, devem limpar,
varrer, carregar peso, degolar os animais etc. E ninguém dizia que era contra a
lei, pois achavam normal. A própria lei os obrigava a fazer isto (Nm 28,9-10).
* Mateus 12,7: O exemplo do profeta
Jesus
cita a frase do profeta Oséias: Quero misericórdia e não sacrifício. A palavra
misericórdia significa ter o coração (cor) na miséria (miseri) dos outros, ou
seja, a pessoa misericordiosa deve estar bem perto do sofrimento das pessoas,
deve identificar-se com elas. A palavra sacrifício significa fazer (fício) com
que uma coisa fique consagrada (sacri), ou seja, quem oferece um sacrifício
separa o objeto sacrificado do uso profano e o distancia da vida diária do
povo. Se os fariseus tivessem em si este olhar do profeta Oséias, saberiam que
o sacrifício mais agradável a Deus não a pessoa consagrada viver distanciada da
realidade, mas sim ela colocar o coração inteiramente consagrado para aliviar a
miséria dos irmãos e das irmãs. Eles não teriam condenado como culpados os que,
na realidade eram inocentes.
* Mateus 12,8: O Filho do Homem é
dono do sábado
Jesus
termina com esta frase: o Filho do Homem é dono até do sábado! Jesus, ele
mesmo, é o critério da interpretação da Lei de Deus. Jesus conhecia a Bíblia de
cor e salteado, e a invocava para mostrar que os argumentos dos outros não
tinham fundamento. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje
em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava
na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante os
trinta anos de vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da
comunidade, onde todo sábado se liam as escrituras. A nova experiência de Deus
como Pai fazia com que Jesus chegasse a descobrir melhor qual tinha sido a
intenção de Deus ao decretar as leis do Antigo Testamento. Convivendo com o
povo da Galileia durante trinta anos em Nazaré e sentindo na pele a opressão e
a exclusão de tantos irmãos e irmãs em nome da Lei de Deus, Jesus deve ter
percebido que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então
ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser
irmãos e irmãs uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo
até o fim. A Lei deve estar a serviço da vida e da fraternidade. “O ser humano
não foi feito para o sábado, mas o sábado para o ser humano” (Mc 2,27). Foi por
causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à
morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra
Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa. Ainda falta
muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação
na comunidade como Jesus.
Para um confronto pessoal
1. Que tipo de conflitos você vive na família, na
sociedade e na igreja? Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que,
hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e
polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos,
normas e proibições?
2. O que o conflito já ensinou a você nestes anos
todos? Qual a mensagem que você tira de
tudo isto para as nossas comunidades de hoje?
LADAINHA III
Senhor
tende piedade de nós,
Jesus
Cristo tende piedade de nós,
Senhor
tende piedade de nós,
Deus
Pai do céu tende piedade de nós
Deus
Filho Redentor do mundo tende piedade de nós
Deus
Espírito Santo tende piedade de nós
Santíssima
Trindade que sois um só Deus tende piedade de nós
Santa
Maria, Mãe de Deus, rogai por nós
Santa
Maria, Mãe dos Carmelitas,
Santa
Maria, Rainha dos profetas,
Santa
Maria, Honra e Esplendor do Monte Carmelo,
São
José, Patrono do Carmelo,
S.
Elias, cujo nome é: "é meu Deus Javé", rogai por nós
S.
Elias, campeão do Deus,
S.
Elias, profeta do fogo,
S.
Elias, profeta, que estais sempre na presença do Deus de Israel,
S.
Elias, profeta e taumaturgo,
S.
Elias, socorro da verdade,
S.
Elias, profeta que pára o orvalho e a chuva,
S.
Elias, cuja palavra queima como tocha,
S.
Elias, cujas palavras são como fornalha ardente,
S.
Elias, que adora a Deus em espírito e em verdade,
S.
Elias, que mantém integra a Aliança,
S.
Elias, escondido no Carit,
S.
Elias alimentado por corvos, enviados pelo Senhor,
S.
Elias, fortalecido pelo anjo do Senhor,
S.
Elias, alimentado com a força do pão do céu,
S.
Elias, que permanecestes por quarenta dias e noites ao Monte Horeb,
S.
Elias, que ouvistes a voz de Deus no sopro de um vento leve,
S.
Elias, que executais as ordens do Altíssimo,
S.
Elias, portador de vida para a viúva de Sarepta,
S.
Elias, que multiplicastes o óleo e a farinha da viúva,
S.
Elias, instrumento da Divina Providência,
S.
Elias, que converteis o coração dos pais aos filhos,
S.
Elias, restaurador das tribos de Jacó,
S.
Elias, que ressuscitastes o filho da viúva,
S.
Elias, cujo grito é ouvido pelo Todo-Poderoso,
S.
Elias, reconhecido um homem de Deus,
S.
Elias, que ungistes reis para Israel,
S.
Elias, que designastes profetas como vossos sucessores,
S.
Elias, que promovestes o julgamento no Monte Carmelo,
S.
Elias, que defendestes com coragem o verdadeiro Deus,
S.
Elias, flagelo dos falsos profetas,
S.
Elias, protetor do povo de Israel,
S.
Elias, que promovestes a conversão dos corações,
S.
Elias, que proclamastes a santidade do nosso Deus,
S.
Elias, que obtivestes a chuva para o povo,
S.
Elias, que na nuvem, vislumbrastes a Mãe do Messias,
S.
Elias, que destruístes os falsos profetas,
S.
Elias, perseguido por causa da Justiça,
S.
Elias, zeloso pela causa do Senhor,
S.
Elias, que ungistes Eliseu como vosso sucessor,
S.
Elias, que jogastes vosso manto sobre Eliseu,
S.
Elias, que denunciastes a injustiça dos poderosos,
S.
Elias, defensor dos pequenos e dos pobres,
S.
Elias, elevado ao Céu num carro de fogo,
S.
Elias, cujo espírito é legado a Eliseu,
S.
Elias, Pai e inspirador da Ordem do Carmo,
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos Senhor
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós
V.
Rogai por nós, santo Pai Elias.
R.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Deus
eterno e todo-poderoso, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta
e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela
vossa glória, fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos
testemunhas do vosso amor. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo. Amem.
ORAÇÃO FINAL
Santo
Profeta Elias, pai admirável do Carmelo, olha clemente para estes vossos filhos
que, sob a vossa inspiração, buscam seguir o caminho que conduz à santidade.
Cobri-nos com o zelo do Senhor, infundi no nosso coração o amor ao bem, aumentai em nós a fé a esperança e a
caridade, para que possamos descobrir na vida dos homens o verdadeiro Deus que
passa, e convosco possa subir ao cume do monte Carmelo, monte do Senhor que
vive e reina para sempre. Amém.
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