As orações do Mês do Coração de
Jesus estão na pasta de Informações e Orações.
Evangelho
(Mateus 8,5-17) - Naquele tempo, entrou
Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: Senhor, meu
servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito. Disse-lhe Jesus: Eu
irei e o curarei. Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que
entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu
também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai,
e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz. Ouvindo
isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não
encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. Por isso, eu vos declaro que
multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com
Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas
exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Depois, dirigindo-se ao
centurião, disse: Vai, seja-te feito conforme a tua fé. Na mesma hora o servo
ficou curado. Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com
febre. Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a
servi-los. Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma
palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos. Assim se cumpriu a
predição do profeta Isaías: Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos
nossos males.
Reflexões
de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
*
O evangelho de hoje dá sequência à descrição das atividades de Jesus para
mostrar como ele praticava a Lei de Deus, proclamada no Monte das Bem-aventuranças.
Após a cura do leproso do evangelho de
ontem (Mt 8,1-4), segue agora a descrição de várias outras curas:
* Mateus 8,5-7: O pedido do
centurião e a resposta de Jesus
Ao
analisar os textos do evangelho, sempre é bom prestar atenção nos pequenos
detalhes. O centurião é um pagão, um estrangeiro. Ele não pede nada, mas apenas
informa a Jesus que seu empregado está doente e que sofre horrivelmente. Atrás
desta atitude do povo frente a Jesus está a convicção de que não era necessário
pedir as coisas a Jesus. Bastava comunicar-lhe o problema. Ele, Jesus, faria o
resto. Atitude de ilimitada confiança! De fato, a reação de Jesus é imediata:
“Vou com você para curar o seu empregado!”.
* Mateus 8,8: A reação do centurião
O
centurião não esperava um gesto tão imediato e tão generoso. Não esperava que
Jesus fosse até à casa dele. E a partir dá sua experiência como capitão tira um
exemplo para expressar a fé e a confiança que tinha em Jesus. Ele disse:
"Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra
e meu empregado ficará curado. Pois eu também obedeço a ordens e tenho soldados
sob minhas ordens. E digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e
digo ao meu empregado: faça isso, e ele faz”. Esta reação de um estrangeiro
diante de Jesus revela como era a opinião do povo a respeito de Jesus. Jesus
era alguém no qual eles podiam confiar e que não rejeitaria quem a ele
recorresse ou quem a ele revelasse seus problemas. Esta é a imagem de Jesus que
o evangelho de Mateus até hoje comunica a nós, seus leitores e leitoras do
século XXI.
* Mateus 8,10-13: O comentário de
Jesus
O
oficial ficou admirado com a reação de Jesus. Jesus ficou admirado com a reação
do oficial: "Eu garanto a vocês: nunca encontrei uma fé igual a essa em
ninguém de Israel!” E Jesus previu o que já estava acontecendo na época em que
Mateus escrevia o seu evangelho: “Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do
Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó.
Enquanto os herdeiros do Reino serão jogados nas trevas exteriores onde haverá
choro e ranger de dentes." A mensagem de Jesus, a nova Lei de Deus
proclamada no alto da Montanha das Bem-aventuranças, é uma resposta aos desejos
mais profundos do coração humano. Os pagãos sinceros e honestos como o
centurião e tantos outros que virão do Oriente ou do Ocidente, percebem em
Jesus a resposta aos seus anseios e a acolhem. A mensagem de Jesus não é, em
primeiro lugar, uma doutrina ou uma moral, nem um rito ou um conjunto de
normas, mas uma experiência profunda de Deus que responde ao que o coração
humano deseja. Se hoje muitos se afastam da igreja ou procuram outras
religiões, a culpa nem sempre é deles, mas pode ser de nós que não sabemos
viver nem irradiar a mensagem de Jesus.
* Mateus 8,14-15: A cura da sogra de
Pedro
Jesus
entrou na casa de Pedro e curou a sogra dele. Ela estava doente. Na segunda
metade do primeiro século, quando Mateus escreve, a expressão “Casa de Pedro”
evocava a Igreja, construída sobre a rocha que era Pedro. Jesus entra nesta
casa e cura a sogra de Pedro: “Jesus tocou a mão dela, e a febre a deixou. Ela
se levantou, e começou a servi-los”. O verbo usado em grego é diakonew, servir.
Uma mulher se torna diaconisa na Casa de Pedro. Era o que estava acontecendo
nas comunidades daquele tempo. Na carta aos Romanos, Paulo menciona a diaconisa
Febe da comunidade de Cencréia (Rm 16,1). Temos muito a aprender dos primeiros
cristãos
* Mateus 8,16-17: A realização da
profecia de Isaías
Mateus
diz que “chegando a noite”, levaram a Jesus muitas pessoas que estavam
possuídas pelo demônio. Por que só à noite? É que no evangelho de Marcos, de
onde Mateus tirou sua informação, tratava-se de um dia de sábado (Mc 1,21), e o
sábado terminava no momento em que aparecia a primeira estrela no céu. Aí, o
povo podia sair de casa, carregar peso e levar os doentes até Jesus. E “Jesus,
com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os doentes! Usando um
texto de Isaías, Mateus ilumina o significado deste gesto de Jesus: “Para que
se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: "Ele tomou as nossas
enfermidades e carregou as nossas doenças." Deste modo, Mateus ensina que
Jesus era o Messias-Servo, anunciado por Isaías (Is 53,4; cf. Is 42,1-9;
49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Mateus fazia o que fazem hoje as nossas
comunidades: usa a Bíblia para iluminar e interpretar os acontecimentos e
descobrir neles a presença da palavra criadora de Deus.
Para um confronto pessoal
1) Compara a imagem que você tem de Jesus com a do
centurião e do povo que andava atrás de Jesus.
2) A Boa Nova de Jesus não é, em primeiro lugar, uma
doutrina ou uma moral, nem um rito ou um conjunto de normas, mas uma
experiência profunda de Deus que responde ao que o coração humano deseja. Como
a Boa Nova de Jesus repercute em você, na sua vida e no seu coração?
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