Orações do Mês
de São José na pasta de Orações e Informações
A Santa Sé está
vacante. Rezemos pela Igreja e pelo Conclave, para que o Espírito Santo conduza
os cardeais na eleição do novo Papa.
Suplicamos, ó Deus,
com humildade: que vossa imensa piedade conceda à Santa Igreja um Pontífice que,
por seu zelo por nós, possa ser agradável a Vós e que seja assíduo no Governo
da Igreja para a glória e reverência do Vosso Nome. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo,
Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Evangelho (Mt 18,21-35): Pedro
dirigiu-se a Jesus perguntando: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu
irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Digo-te, não até
sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. O Reino dos Céus é, portanto,
como um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. Quando começou o
ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna inimaginável. Como o servo
não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo,
junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. O
servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te
pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e
perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali,
aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma quantia irrisória.
Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. O
companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te
pagarei'. Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que
pagasse o que estava devendo. Quando viram o que havia acontecido, os outros
servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. Então o
senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei
toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do
teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? O senhor se irritou e mandou
entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. É assim
que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de
coração ao seu irmão».
Comentário:
Rev. D. Enric PRAT i Jordana (Sort, Lleida, Espanha)
O senhor teve compaixão, (…) perdoou-lhe a dívida
Hoje, o Evangelho de Mateus
convida-nos a uma reflexão sobre o mistério do perdão, propondo um paralelismo
entre o estilo de Deus e o nosso na hora de perdoar.
O homem atreve-se a medir e a
levar em conta a sua magnanimidade perdoadora: «Senhor, quantas vezes devo
perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» (Mt 18,21). A Pedro
parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que podemos
suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o homem da
parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem denários,
«Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt
18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Fechadas as contas, o homem, ou se
nega a perdoar, ou mede estritamente a medida do seu perdão. Verdadeiramente
ninguém diria que receberíamos da parte de Deus um perdão infinitamente
reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor teve compaixão, soltou o
servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a divida era muito grande.
Mas a parábola que comentamos põe
acento no estilo de Deus na hora de outorgar o perdão. Depois de chamar à ordem
o seu devedor em atraso e de o fazer ver a gravidade da situação, deixou-se
enternecer repentinamente pelo seu pedido contrito e humilde: «‘Tem paciência
comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão…» (Mt 18,
26-27). Este episódio põe à vista aquilo que cada um de nós conhece por
experiência própria e com profundo agradecimento: que Deus perdoa sem limites
ao arrependido e convertido. O final negativo e triste da parábola, contudo,
faz honras de justiça e manifesta a veracidade daquela outra sentença de Jesus
em Lc 6,38: «Com a medida com que medirdes sereis medidos».
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
Reflexão
* O Evangelho de hoje fala da
necessidade do perdão. Não é fácil perdoar. Pois certas mágoas continuam
machucando o coração. Há pessoas que dizem: "Eu perdôo, mas não
esqueço!" Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas,
provocações dificultam o perdão e a reconciliação. Vamos meditar as palavras de
Jesus que falam da reconciliação (Mt 18,21-22) e que trazem a parábola do
perdão sem limites (Mt 18,23-35).
* Mateus 18,21-22: Perdoar setenta vezes sete!. Jesus tinha falado
sobre a importância do perdão e sobre a necessidade de saber acolher os irmãos
e as irmãs para ajudá-los a se reconciliar com a comunidade (Mt 18,15-20).
Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “Quantas vezes devo perdoar ao
irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete indica uma
perfeição. No caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe do que a
proposta de Pedro. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o perdão:
"Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” Ou seja, setenta vezes
sempre! Pois não há proporção entre o
perdão que recebemos de Deus e o perdão que nós devemos oferecer ao irmão, como
ensinará a parábola do perdão sem limites.
* A expressão setenta vezes sete
era uma alusão clara às palavras de Lamec que dizia: “Por uma ferida, eu matei
um homem, e por uma cicatriz matei um jovem. Se a vingança de Caim valia por
sete, a de Lamec valerá por setenta vezes sete" (Gn 4,23-24). Jesus quer
reverter a espiral da violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão
e Eva, pelo assassinato de Abel por Caim e pela vingança de Lamec. Quando a
violência desenfreada toma conta da vida, tudo desanda e a vida se desintegra. Surge
o Dilúvio e aparece a Torre de Babel da dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).
* Mateus 18,23-35: A parábola do perdão sem limite. A dívida de dez mil talentos valia em torno
de 164 toneladas de ouro. A dívida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não
existe meio de comparação entre os dois! Mesmo que o devedor junto com mulher e
filhos fossem trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164
toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida
de 164 toneladas de ouro, é nada mais do que justo que também nós perdoemos ao
irmão a insignificante dívida de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O
único limite para a gratuidade do perdão de Deus é a nossa incapacidade de
perdoar o irmão! (Mt 18,34; 6,15).
* A comunidade como espaço
alternativo de solidariedade e de fraternidade. A sociedade do Império Romano
era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo
para o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não
ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs, o rigor de alguns na
observância da Lei levava para dentro da convivência os mesmos critérios da
sinagoga. Além disso, lá para o fim do primeiro século, nas comunidades cristãs
começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e
pobre (Tg 2,1-9). Em vez da comunidade ser um espaço de acolhimento, ela corria
o risco de tornar-se um lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer
iluminar as comunidades, para que sejam um espaço alternativo de solidariedade
e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.
Para um confronto pessoal
1. Por que será que é tão difícil
perdoar?
2. Na nossa comunidade existe
espaço para a reconciliação? De que maneira?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO