BB. Dionísio, presbítero, e Redento da Cruz, religioso –
mártires
Memória
Pierre Berthelot nasceu em Honfleur (Calvados, França) no
ano 1600. Serviu os Reis de França e Portugal como cosmógrafo e almirante da
armada. Fez-se carmelita em Goa, em 1635, onde professou no dia de Natal do ano
seguinte, tomando o nome de Dionísio da Natividade, e onde foi ordenado
sacerdote no dia 24 de agosto de 1638. Tomás Rodrigues da Cunha nasceu no lugar
de Lisouros, freguesia de Cunha (Paredes de Coura, Portugal) em 1598. Entrou
para o Carmelo Teresiano no convento de Goa, onde professou como irmão converso
em 1615, tomando o nome de Redento da Cruz. O Padre Dionísio e o Irmão Redento
foram enviados pelos superiores para Achém, na ilha de Sumatra, onde foram
martirizados por muçulmanos no dia 29 de novembro de 1638 pela sua adesão a
Cristo e pela sua firmeza na fé. Foram beatificados no dia 10 de junho de 1900
pelo Papa Leão XIII.
Comum de vários mártires, exceto
ORAÇÃO
Deus eterno e onipotente, que
concedestes aos mártires Dionísio e Redento a graça de morrerem pelo nome de
Cristo, vinde em auxílio da nossa fraqueza, para que, a exemplo dos que
morreram corajosamente por Vós, saibamos dar testemunho da fé com a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, ...
Quinta-feira da 34ª semana do Tempo Comum
Evangelho
(Lc 21,20-28): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: «Quando virdes Jerusalém
cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então,
os que estiverem na Judéia fujam para as montanhas; os que estiverem na cidade
afastem-se dela, e os que estiverem fora da cidade, nela nem entrem. Pois esses
dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Ai das
mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois
haverá grande angústia na terra e ira contra este povo. Serão abatidos pela
espada e levados presos para todas as nações. E Jerusalém será pisada pelos
pagãos, até que se complete o tempo marcado para eles. Haverá sinais no sol, na
lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas. apavoradas com o
bramido do mar e das ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no
que vai acontecer ao mundo, porque as potências celestes serão abaladas. Então,
verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando
estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a
vossa libertação está próxima».
Comentário: Fray Lluc TORCAL Monje del Monastério de Sta. Mª de Poblet
(Santa Maria de Poblet, Tarragona, Espanha)
Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a
vossa libertação está próxima
Hoje, ao ler este santo Evangelho, como não
ver o reflexo do momento presente, cada vez mais cheio de ameaças e mais
tingido de sangue? «Na terra, as nações ficarão angustiadas, apavoradas com o
bramido do mar e das ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no
que vai acontecer ao mundo» (Lc 21,25b-26a). A segunda vinda do Senhor tem sido
representada, inúmeras vezes, pelas mais aterrorizadoras imagens, como parece
ser neste Evangelho; sempre sob o signo do medo.
Porém, será esta a mensagem que hoje nos
dirige o Evangelho? Fiquemos atentos às últimas palavras: «Quando estas coisas
começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima» (Lc 21,28). O núcleo da mensagem destes últimos dias
do ano litúrgico não é o medo; mas sim, a esperança da futura libertação, ou
seja, a esperança completamente cristã de alcançar a plenitude da vida com o
Senhor, na qual participarão, também, nosso corpo e o mundo que nos rodeia. Os
acontecimentos narrados tão dramaticamente indicam, de modo simbólico, a
participação de toda a criação na segunda vinda do Senhor, como já participou
na primeira, especialmente no momento de sua paixão, quando o céu escureceu e a
terra tremeu. A dimensão cósmica não será abandonada no final dos tempos, já
que é uma dimensão que acompanha o homem desde que entrou no Paraíso.
A esperança do cristão não é enganadora,
porque quando essas coisas começarem a acontecer —nos diz o próprio Senhor—
«Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória»
(Lc 21,27). Não vivamos angustiados perante a segunda vinda do Senhor, a sua Parúsia:
meditemos, antes, nas profundas palavras de Santo Agostinho que, já no seu
tempo, ao ver os cristãos temerosos frente ao regresso do Senhor, se pergunta:
«Como pode a Esposa ter medo do seu Esposo?».
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
Reflexão Lucas 21, 20-28
No evangelho de hoje continua o Discurso
Apocalíptico que traz mais dois sinais, o 7° e o 8°, que deverão ocorrer antes
da chegada do fim dos tempos ou melhor antes da chegada do fim deste mundo para
dar lugar ao novo mundo, ao “novo céu e à nova Terra” (Is 65,17). O sétimo
sinal é a destruição de Jerusalém e o oitavo é o abalo da antiga criação.
* Lucas 21,20-24. O sétimo sinal: a
destruição de Jerusalém.
Jerusalém era para eles a Cidade Eterna. E
agora ela estava destruída! Como explicar este fato? Será que Deus não deu
conta do recado? Difícil para nós imaginar o trauma e a crise de fé que a
destruição de Jerusalém causou nas comunidades tantos dos judeus como dos
cristãos. Aqui cabe uma breve observação sobre a composição dos Evangelhos de
Lucas e de Marcos. Lucas escreve no ano 85. Ele usou o evangelho de Marcos para
compor a sua narrativa sobre Jesus. Marcos escrevia no ano 70, o mesmo ano em
que Jerusalém estava sendo cercada e destruída pelos exércitos romanos. Por
isso, Marcos escreveu dando uma dica ao leitor: “Quando virdes a abominação da
desolação instalada onde não devia estar - (aqui ele abre um parêntesis e diz)
“que o leitor entenda!” (fecha parêntesis) - então, os que estiverem na Judéia
devem fugir para as montanhas”. (Mc 13,14). Quando Lucas menciona a destruição
de Jerusalém, já fazia mais de quinze anos que Jerusalém estava em ruínas. Por
isso, ele omitiu o parêntesis de Marcos. Lucas diz: "Quando vocês virem
Jerusalém cercada de acampamentos, fiquem sabendo que a destruição dela está
próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os
que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo,
não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo
o que dizem as Escrituras. Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que
estiverem amamentando nesses dias, pois haverá uma grande desgraça nessa terra
e uma ira contra esse povo. Serão mortos pela espada e levados presos para
todas as nações. Jerusalém será pisada pelos pagãos, até que o tempo dos pagãos
se completa". Ao ouvirem Jesus anunciar a perseguição (6° sinal) e a
destruição de Jerusalém (7° sinal), os leitores das comunidades perseguidas do
tempo de Lucas concluíam: “Este é o nosso hoje! Estamos no 6° e no 7° sinal!”
* Lucas 21,25-26: O oitavo sinal: mudanças
no sol e na lua. Quando será o fim?
No fim, após ter ouvido falar de todos estes
sinais que já tinham acontecido, ficava esta pergunta: “O projeto de Deus
avançou muito e as etapas previstas por Jesus já se realizaram. Estamos agora
na sexta e na sétima etapa. Quantas etapas ou sinais será que ainda faltam até
que chegue o fim? Será que falta muito?” A resposta vem agora no 8° sinal:
"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E na terra, as nações cairão
no desespero, apavoradas com o barulho do mar e das ondas. Os homens desmaiarão
de medo e ansiedade, pelo que vai acontecer ao universo, porque os poderes do
espaço ficarão abalados”. O 8° sinal é diferente dos outros sinais. Os sinais
no céu e na terra são uma amostra de que está chegando, ao mesmo tempo, o fim
do velho mundo, da antiga criação, e o início da chegada do novo céu e da nova
terra. Quando a casca do ovo começa a rachar é sinal de que o novo está
aparecendo. É a chegada do Mundo Novo que está provocando a desintegração do
mundo antigo. Conclusão: falta muito pouco! O Reino de Deus já está chegando.
Dá para aguentar!
* Lucas 21,27-28: A chegada do Reino de
Deus e a aparição do Filho do Homem.
“Então eles verão o Filho do Homem vindo
sobre uma nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a
acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está
próxima.” Neste anúncio, Jesus descreve a chegada do Reino com imagens tiradas
da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças
causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus. Os reinos deste mundo,
todos eles, tinham figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn
7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, como acontece com o reino
neo-liberal até hoje! O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho de
Homem, isto é, com aspecto humano de gente (Dn 7,13). É um reino humano.
Construir este reino que humaniza, é a tarefa do povo das comunidades. É a nova
história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do
mundo. O título Filho do Homem é o nome que Jesus gostava de usar. Só nos
quatro evangelhos o nome aparece mais de 80 (oitenta) vezes! Toda dor que
suportamos desde agora, toda luta em favor da vida, toda perseguição por causa
da justiça, tudo é dor de parto, semente do Reino que vai chegar no 8° sinal.
Para um confronto pessoal
1)
Perseguição das comunidades, destruição de Jerusalém. Desespero. Diante dos
acontecimentos que hoje fazem o povo sofrer eu me desespero? Qual a fonte da
minha esperança?
2) Filho
do Homem é o título que Jesus gostava de usar. Ele queria humanizar a vida.
Quanto mais humano, tanto mais divino, dizia o Papa Leão Magno. No meu
relacionamento com os outros sou humano? Humanizo?
NOVENA
DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM NOSSA SENHORA
Queridos irmãos
Durante muitos anos (séc XIII – séc XV) a
solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi a festa patronal de
nossa Ordem. Portanto, preparemo-nos
para esta solenidade com muito amor e devoção, pedindo a Jesus a graça de
podermos ser, no mundo, sinais da santidade de Maria, Honra e Esplendor do
Carmelo, da qual a capa do nosso hábito é símbolo.
1º dia:
ORAÇÃO
INICIAL: Santíssima Virgem, eu creio e confesso a vossa santa e Imaculada
Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição
Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso Filho a
humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de
corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa
morte, e a graça ... que peço com toda a confiança. Amém.
Maria Santíssima, a Arca da Aliança
"Quem é essa que surge como a aurora‚bela como a lua‚brilhante
como o sol‚temível como um exército em ordem de batalha?” (Cant. 6‚ 8-10)
"E novamente, como
Isaías havia expressamente previsto que Ele nasceria de uma virgem, ele
declarou o seguinte: 'Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e seu
nome será chamado "Deus-connosco"'.. A frase 'Eis que uma virgem
conceberá' significa certamente que a virgem iria conceber ser ter
relacionamento. Se ela tivesse relacionamento com qualquer um que fosse, ela
não poderia ser virgem. Mas o poder de Deus, vindo sobre a Virgem, a encobriu,
e a induziu a conceber, embora ainda permanecesse Virgem" (S. Justino
Mártir, "Primeira Apologia", 148-155 dC).
"A Virgem Maria
mostrou-se obediente ao dizer: "Eis aqui a tua serva, Senhor; faça-se em
mim conforme a tua palavra". Entretanto, Eva foi desobediente; mesmo
enquanto era virgem, ela não obedeceu. Como ela - que ainda era virgem embora
tivesse Adão por marido... - foi desobediente, tornou-se a causa da sua própria
morte e também de todo género humano; então, também Maria, noiva de um homem
mas, apesar disso, ainda virgem, sendo obediente, se tornou a causa de salvação
dela própria e de todo o género humano... Assim, o problema da desobediência de
Eva foi eliminado pela obediência de Maria. O que a virgem Eva causou em sua
incredulidade, a Virgem Maria eliminou através da sua fé" (S. Ireneu,
"Contra as Heresias", 180-199 dC).
"A Virgem Maria, tendo
sido obediente à palavra de Deus, recebeu de um anjo a alegre notícia de que
iria dar à luz ao próprio Deus" (S. Ireneu de Lião, "Contra as
Heresias V,19,1", 189 aD).
"Apesar de permanecer
virgem enquanto carregava um filho em seu ventre, a serva e obra da sabedoria
divina tornou-se a Mãe de Deus" (Efraim o Sírio, "Canções de Louvor
1,20", 351 aD).
"O Verbo gerado do Pai
do céu, inexpressavelmente, inexplicavelmente, incompreensivelmente e de
maneira eterna, nasceu há tempos atrás da Virgem Maria, a Mãe de Deus" (S.
Atanásio, "A Encarnação do Verbo de Deus 8", 365 dC).
"Se alguém disser que a
Santa Maria não é a Mãe de Deus, ele está em divergência com Deus. Se alguém
declarar que Cristo passou pela Virgem como se passasse por um canal, e que não
se desenvolveu divina e humanamente nela - divina porque não houve a
participação de um homem, e humanamente segundo a lei da gestação - tal pessoa
é também herege" (S. Gregório de Nanzianzo, "Carta ao Sacerdote
Cledônio", 382 dC).
"Ajuda-nos a
compreender os termos "primogénito" e "unigénito" quando o
Evangelista diz que Maria permaneceu Virgem "até que deu à luz ao seu
filho primogénito" [Mt 1,25]. Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima
de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de
qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela
permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada" (Dídimo o Cego,
"A Trindade 3,4", 386 dC.).
"Entre todas as
mulheres, Maria é a única a ser, ao mesmo tempo, Virgem e Mãe, não somente
segundo o espírito, mas também pelo corpo. Ela é mãe conforme o espírito, não
d'Aquele que é nossa Cabeça, isto é, do Salvador do qual ela nasceu,
espiritualmente. Pois todos os que nele creram - e nesse número ela mesma se
encontra - são chamado, com razão, "filhos do Esposo" [Mt 9,15]. Mas,
certamente, ela é a mãe de seus membros, segundo o espírito, pois cooperou com
seu amor para que nascessem os fiéis na Igreja - os membros daquela divina
Cabeça - da qual ela mesma é, corporalmente, a verdadeira mãe" (S.
Agostinho, "A Virgindade Consagrada 6,6", 401 dC).
"Entretanto, quando
eles perguntaram: 'Maria é a mãe de um homem ou a Mãe de Deus?', nós
redundemos: 'De ambos'. O primeiro pela natureza do que ocorreu e o segundo
pela relação. Mãe de um homem porque era ser humano que estava e que saiu do
ventre de Maria; e Mãe de Deus porque o homem que nasceu era o próprio
Deus" (Teodoro de Mopsuéstia, "A Encarnação 15", 405 dC).
"Agora, herético, dirás
(qualquer um de vocês que negar que Deus nasceu da Virgem) que Maria, a Mãe de
nosso Senhor Jesus Cristo, não pode ser chamada de Mãe de Deus, mas somente de
Mãe de Cristo e não de Deus, porque nenhuma mulher - afirmarás - pode dar à luz
a alguém mais velho do que ela própria. A respeito deste estúpido argumento
[...] deixe-nos provar por testemunhos divinos de que tanto Cristo é Deus como
Maria é a Mãe de Deus" (João Cassiano, "Sobre a Encarnação de Cristo
contra Nestório 2,2", 429 dC).
"O próprio Verbo, vindo
por sua vontade à Bem-Aventurada Virgem, assumiu para si o seu próprio templo
da substância da Virgem e saindo dela, fez-se completamente homem de modo que
todos pudessem vê-lo externamente, mas sendo verdadeiramente Deus internamente.
Portanto, Ele preservou sua Mãe virgem mesmo depois dela ter dado à luz"
(S. Cirilo de Alexandria, "Contra aqueles que não desejam professar que a
Santa Virgem é a Mãe de Deus 4", 430 dC).
"Assim como os
marinheiros são guiados ao porto por uma estrela, também os Cristãos são
guiados ao céu por Maria" (S. Tomás de Aquino)
AVE MARIA (3x)
Ó Maria concebida sem pecado,
Rogai por nós que recorremos a vós
ORAÇÃO FINAL
- Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem Maria preparastes a Vosso
Filho digna habitação, nós Vos rogamos que, como a preservastes de toda a
mancha pela previsão da morte de seu mesmo Filho, nos concedais por sua
intercessão que também puros cheguemos até Vós. Pelo mesmo Cristo, Senhor
Nosso. Amém.
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