A OBEDIÊNCIA
Pe. Emílio Carlos Mancini
Todo o esforço do Diabo se
concentra em infectar o coração do homem com o vírus da desobediência a Deus.
O homem, tentado pelo
Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da
sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o
primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a
Deus e uma falta de confiança em sua bondade.
Conforme os escritos de
Santa Faustina Kowalska, “o demônio pode ocultar-se até sob o manto da
humildade, mas não pode vestir o manto da obediência, e aí se manifesta todo o
seu trabalho”!
Um presidente daquela que
é considerada a maior potência do planeta, durante audiência privada com o Papa
João Paulo II, no Vaticano, estava mais preocupado em olhar os afrescos das
paredes do que em ouvir as palavras que o Papa lhe dirigia. São pessoas assim
que, por não quererem ouvir a voz de Deus, depois o acusam pelos males que se
abatem sobre as nações: “Guardai-vos, pois, de recusar ouvir Aquele que fala.
Porque, se não escaparam do castigo aqueles que dele se desviaram, quando lhes
falava na terra, muito menos escaparemos nós, se o repelirmos, quando nos fala
desde o céu» (Hb 12,25).
O pecado original trouxe
como conseqüência uma terrível rebelião que, como um vírus devastador, se
instalou no coração do homem: A harmonia na qual estavam, estabelecida graças à
justiça original, está destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma
sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida a
tensões; suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação. A harmonia
com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e
hostil. Por causa do homem, a criação está submetida à servidão da corrupção.
No árduo itinerário para a
santidade, nossa maior dificuldade é, sem dúvida, dar ouvidos a Deus.
Comer carne quando a
Igreja pede abstinência, por exemplo, pode não significar nada para muitas
pessoas. Mas para um cristão, um ato de desobediência fere a soberania de Deus.
Um ateu pode perguntar: “O que vai mudar se eu comer ou deixar de comer carne
por um dia? Para que um sacrifício assim Para a economia mundial, talvez pouca
coisa. A diferença, porém, está entre submeter-se ou não a Deus. Se não nos
submetemos a Deus, nas pequenas coisas, como nos submeteremos nas grandes?”.
Saul era um rei
desobediente e teve que colher o resultado de sua rebeldia:
Vamos ver I Samuel 15,22s
O espírito de
desobediência, desgraçadamente, reina soberano no coração de muitos cristãos. Ele
atua no coração de quem se nega pagar o dízimo, e se estende àqueles que
rejeitam obedecer aos dez mandamentos da lei de Deus. A dificuldade em aceitar
o que a Igreja ordena em questões morais, inclusive dentro da própria
hierarquia — como a moral sexual, por exemplo -, tem raízes neste diabólico
espírito de desobediência. “Se me é conveniente, obedeço; do contrário faço do
jeito que mais me agrada”, pensam os que o Diabo infectou com o vírus da
desobediência.
Um dos pedidos mais
dramáticos das Sagradas Escrituras tem sido ignorado pela maioria dos cristãos:
“Não contristeis o Espírito Santo Ele é Deus ( Ef 4,30). O Espírito Santo é uma pessoa. Como
pessoa ele fala, comunica-se conosco.
Como podemos deixar o
Espírito Santo triste? Certamente, fechando nossos ouvidos à sua voz.
Dar ouvidos ao Espírito
Santo
Forjado pela ferramenta da
obediência, o apóstolo Paulo atingiu um alto grau ele maturidade espiritual,
própria dos santos. Um fato de sua vida nos demonstra isso): “Atravessando em
seguida a Frígia e a província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo
de anunciar a palavra de Deus na (província da) Asia. Ao chegarem aos confins
da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o
permitiu” (At 16,6-7).
A docilidade ao Espírito
Santo se manifesta por meio de uma obediência concreta àquilo que nos sugere. O
Espírito pode nos proibir a empreender uma viagem, visitar uma pessoa, ler um
livro, iniciar uma obra de evangelização, assistir a um filme ou até mesmo
calar quando somos tentados a falar. Outras vezes, nos pede o contrário: pede
que empreendamos uma viagem, visitemos uma pessoa, iniciemos uma obra,
escrevamos um livro, assistimos a um programa católico, ou falemos de Jesus aos
que estão ao nosso derredor.
A desobediência a Deus
traz conseqüências amargas para nossas vidas.
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