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terça-feira, 24 de julho de 2012


A OBEDIÊNCIA
 Pe. Emílio Carlos Mancini 

     Todo o esforço do Diabo se concentra em infectar o coração do homem com o vírus da desobediência a Deus.
     O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus.  Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.
     Conforme os escritos de Santa Faustina Kowalska, “o demônio pode ocultar-se até sob o manto da humildade, mas não pode vestir o manto da obediência, e aí se manifesta todo o seu trabalho”!
    Um presidente daquela que é considerada a maior potência do planeta, durante audiência privada com o Papa João Paulo II, no Vaticano, estava mais preocupado em olhar os afrescos das paredes do que em ouvir as palavras que o Papa lhe dirigia. São pessoas assim que, por não quererem ouvir a voz de Deus, depois o acusam pelos males que se abatem sobre as nações: “Guardai-vos, pois, de recusar ouvir Aquele que fala. Porque, se não escaparam do castigo aqueles que dele se desviaram, quando lhes falava na terra, muito menos escaparemos nós, se o repelirmos, quando nos fala desde o céu» (Hb 12,25).
     O pecado original trouxe como conseqüência uma terrível rebelião que, como um vírus devastador, se instalou no coração do homem: A harmonia na qual estavam, estabelecida graças à justiça original, está destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida a tensões; suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação. A harmonia com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e hostil. Por causa do homem, a criação está submetida à servidão da corrupção.
     No árduo itinerário para a santidade, nossa maior dificuldade é, sem dúvida, dar ouvidos a Deus.
     Comer carne quando a Igreja pede abstinência, por exemplo, pode não significar nada para muitas pessoas. Mas para um cristão, um ato de desobediência fere a soberania de Deus. Um ateu pode perguntar: “O que vai mudar se eu comer ou deixar de comer carne por um dia? Para que um sacrifício assim Para a economia mundial, talvez pouca coisa. A diferença, porém, está entre submeter-se ou não a Deus. Se não nos submetemos a Deus, nas pequenas coisas, como nos submeteremos nas grandes?”.
     Saul era um rei desobediente e teve que colher o resultado de sua rebeldia:
     Vamos ver I Samuel 15,22s
    O espírito de desobediência, desgraçadamente, reina soberano no coração de muitos cristãos. Ele atua no coração de quem se nega pagar o dízimo, e se estende àqueles que rejeitam obedecer aos dez mandamentos da lei de Deus. A dificuldade em aceitar o que a Igreja ordena em questões morais, inclusive dentro da própria hierarquia — como a moral sexual, por exemplo -, tem raízes neste diabólico espírito de desobediência. “Se me é conveniente, obedeço; do contrário faço do jeito que mais me agrada”, pensam os que o Diabo infectou com o vírus da desobediência.
     Um dos pedidos mais dramáticos das Sagradas Escrituras tem sido ignorado pela maioria dos cristãos: “Não contristeis o Espírito Santo Ele é Deus ( Ef  4,30). O Espírito Santo é uma pessoa. Como pessoa ele fala, comunica-se conosco.
    Como podemos deixar o Espírito Santo triste? Certamente, fechando nossos ouvidos à sua voz.

Dar ouvidos ao Espírito Santo
     Forjado pela ferramenta da obediência, o apóstolo Paulo atingiu um alto grau ele maturidade espiritual, própria dos santos. Um fato de sua vida nos demonstra isso): “Atravessando em seguida a Frígia e a província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra de Deus na (província da) Asia. Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (At 16,6-7).
    A docilidade ao Espírito Santo se manifesta por meio de uma obediência concreta àquilo que nos sugere. O Espírito pode nos proibir a empreender uma viagem, visitar uma pessoa, ler um livro, iniciar uma obra de evangelização, assistir a um filme ou até mesmo calar quando somos tentados a falar. Outras vezes, nos pede o contrário: pede que empreendamos uma viagem, visitemos uma pessoa, iniciemos uma obra, escrevamos um livro, assistimos a um programa católico, ou falemos de Jesus aos que estão ao nosso derredor.
     A desobediência a Deus traz conseqüências amargas para nossas vidas.

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