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quarta-feira, 18 de julho de 2012


TRÍDUO DE SANTO ELIAS PROFETA E NOSSO PAI.

LITURGIA DAS HORAS - Comum dos Santos Homens

I VÉSPERAS:
Ant.1 –Surgiu Elias, Profeta como fogo e as suas palavras ardiam como um facho em chamas.

Ant.2 – Até quando mancareis com uma perna e outra? Se o Senhor é Deus, segui-o!

Ant.3 – O Senhor dará a recompensa aos profetas, seus servos.

Ant do Cântico Evangélico – Outrora Deus falou aos nossos pais pelos profetas, mas nestes dias, que são os últimos, ele nos falou pelo seu Filho, a quem fez herdeiro de todo o Universo.

ORAÇÃO: Deus eterno e todo-poderoso, que concedestes ao vosso profeta Elias, nosso Pai, viver na vossa presença e inflamar-se de zelo pela vossa glória, concedei-nos que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos no mundo testemunhas do vosso amor. PNSJC.

3º DIA – 19 de julho

ORAÇÃO PARA TODOS OS DIAS
Deus Todo-Poderoso e eterno, que concedeste a teu profeta Elias, nosso Pai, viver em tua presença e arder pelo zelo de tua glória, concede-nos buscar sempre teu rosto e ser no mundo testemunhas de teu amor. Amém.

O SILÊNCIO PROFÉTICO NA CAMINHADA DO PROFETA ELIAS
 Frei Carlos Mesters, 0.Carm.
Elias parecia forte e invencível no confronto com os profetas de Baal (1Rs 18,20-40). Mas diante da ameaça de morte da parte de Jezabel, ele aparece como era na realidade: fraco e vulnerável, "igual a nós" (Tg 5,17). Com medo de ser morto, foge do país, vai para o deserto (1Rs 19,1-3). Cego, sem enxergar, não percebe o anjo de Deus que lhe traz comida. Ele só quer comer, beber, dormir e ficar longe de tudo (1Rs 19,5). Está desanimado. Quer morrer: Não sou melhor que meus pais! Mas Deus não desiste. O anjo volta uma segunda vez (1Rs 19,7). Finalmente, Elias desperta e, alimentado por Deus, recupera sua força. No silêncio do deserto, ele caminha quarenta dias e quarenta noites até o Horeb (Sinai), a Montanha de Deus (1Rs 19,8). Elias busca reencontrar Deus no mesmo deserto onde, séculos antes, na época do êxodo, havia nascido o povo.   
Mas a busca parece não estar bem orientada. Alguma coisa não está dando certo. Elias diz ter muito zelo, mas, na realidade, está fugindo com medo de morrer (1Rs 19,10.14). Ele diz que ficou sozinho, mas havia sete mil que não tinham dobrado o joelho diante de Baal (1Rs 19,18). Elias tem a visão limitada. Ele pensa que é o único a defender a causa de Deus! (1Rs 19,14) Deus o manda sair da gruta e ficar na entrada, pois "Deus vai passar" (1Rs 19,11). Elias sai da gruta, mas a gruta não sai de Elias. Ele continua com a mesma visão limitada, achando ser ele o único que defende a Deus! (1Rs 19,14) Enquanto não mudar esta sua maneira limitada de perceber a presença de Deus, não poderá percebê-la na vida e nos fatos.
Deus vai passar! Primeiro, um furacão! Depois, um terremoto! Depois, um fogo! No passado, ao concluir a Aliança com o povo naquela mesma Montanha Horeb ou Sinai, na época do êxodo, Deus tinha se manifestado no furacão, no tremor da montanha e nos raios de fogo (Ex 19,16). Eram os sinais tradicionais da presença atuante de Deus no meio do povo. Eram estes os critérios que orientavam Elias na busca de Deus. Ele mesmo tinha experimen¬tado a presença de Deus no fogo quando, no Monte Carmelo, enfrentou os profetas de Baal (1Rs 18,36-38).
Elias estava fazendo uma coisa certa. Ele buscava Deus voltando às origens do povo, à experiência de Deus no êxodo. Mas os critérios da sua busca estavam desatualizados. Ele vivia no passado. Encerrou Deus dentro dos critérios! Queria obrigar Deus a ser como ele, Elias, o imaginava e desejava. Por isso aconteceu o inesperado, a surpresa total: Deus não estava mais no furacão, nem no terremoto, nem mesmo no fogo que tinha sido sinal da presença de Deus, pouco antes, no Monte Carmelo! Parece até um refrão que volta três vezes: Javé não estava no furacão! Javé não estava no terremoto! Javé não estava no fogo! Se Ele não está nestes sinais, então onde está Deus? Onde encontrá-lo?
                É a desintegração do mundo de Elias. A crise mais violenta e mais dolorosa que se possa imaginar! Cai tudo! Pois se Deus não está mais nestes sinais familiares e tradicionais de sempre, então Ele não está em canto nenhum! É o silêncio de todas as vozes! É a escuridão da noite! Ora, é neste momento, que se abre para Elias um novo horizonte. É no silêncio de todas as vozes que a voz de Deus se manifesta.
                Este silêncio total, a língua hebraica expressa-o dizendo: “voz de calmaria suave”, (qôl demamáh daqqáh). As traduções costumam dizer: “Murmúrio de uma brisa suave” A palavra hebraica, demamáh, usada para indicar a calmaria, vem da raiz DMH que significa parar, ficar imóvel, emudecer. A brisa suave indica algo, uma experiência, que, de repente, faz emudecer, faz a pessoa ficar calada, cria nela um vazio e, assim, a dispõe para escutar. Esvazia a pessoa, para que Deus possa entrar e ocupar o lugar. Ou melhor, Deus entrando provoca o vazio e o silêncio. Silêncio sonoro, solidão povoada! Vacare Deo dizem até hoje os carmelitas, isto é, esvaziar-se para Deus!
                Elias cobriu o rosto com o manto (1Rs 19,13). Sinal de que tinha experimentado a presença de Deus exatamente naquilo que parecia ser a ausência total de Deus! A escuridão se iluminou por dentro e a noite ficou mais clara que o dia. É a libertação de Elias. Reencon¬trando-se com Deus, ele se reencontra consigo mesmo e descobre que não é ele, Elias, que defende a Deus, mas sim que é Deus quem defende a Elias. Libertado por Deus, ele é livre para libertar os outros! 
A experiência de Deus reconstroi a pessoa e lhe revela a sua missão (1Rs 19,15-18). Refeito pelo encontro com Deus, Elias redescobre sua missão (1Rs 19,15-18) e se preocupa em dar-lhe continuidade, indicando Eliseu como sucessor (Rs 19,19-21). Antes, ele queria morrer. Já não via mais sentido no que fazia. Agora, a nova experiência de Deus mudou tudo. Ele volta para o lugar onde queriam matá-lo. Já não tem medo. Em vez de querer morrer, quer que sobreviva a sua missão. Sinal de que novamente crê no que faz e deve fazer.

LADAINHA III
Senhor tende piedade de nós,
Jesus Cristo tende piedade de nós,
Senhor tende piedade de nós,
Deus Pai do céu tende piedade de nós
Deus Filho Redentor do mundo tende piedade de nós
Deus Espírito Santo tende piedade de nós
Santíssima Trindade que sois um só Deus tende piedade de nós
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós
Santa Maria, Mãe dos Carmelitas,
Santa Maria, Rainha dos profetas,
Santa Maria, honra e esplendor do Monte Carmelo,
São José, Patrono do Carmelo,
S. Elias, cujo nome é: "é meu Deus Javé",, rogai por nós
S. Elias, campeão do Deus,
S. Elias, profeta do fogo,
S. Elias, profeta, que estais sempre na presença do Deus de Israel,
S. Elias, Profeta e Taumaturgo,
S. Elias, socorro da verdade,
S. Elias, profeta que pára o orvalho e a chuva,
S. Elias, cuja palavra queima como tocha,
S. Elias, cujas palavras são como fornalha ardente,
S. Elias, que adora a Deus em espírito e em verdade,
S. Elias, que mantém integra a Aliança,
S. Elias, escondido no Carit,
S.  Elias alimentado por corvos, enviados pelo Senhor,
S. Elias, fortalecido pelo anjo do Senhor,
S. Elias, alimentado com a força do pão do céu,
S. Elias, que permanecestes por quarenta dias e noites ao Monte Horeb,
S. Elias, que ouvistes a voz de Deus no sopro de um vento leve,
S. Elias, que executais as ordens do Altíssimo,
S. Elias, portador de vida para a viúva de Sarepta,
S. Elias, que multiplicastes o óleo e a farinha da viúva,
S. Elias, instrumento da Divina Providência,
S. Elias, que converteis o coração dos pais aos filhos,
S. Elias, restaurador das tribos de Jacó,
S. Elias, que ressuscitastes o filho da viúva,
S. Elias, cujo grito é ouvido pelo Todo-Poderoso,
S. Elias, reconhecido um homem de Deus,
S. Elias, que ungistes reis para Israel,
S. Elias, que designastes profetas como vossos sucessores,
S. Elias, que promovestes o julgamento no Monte Carmelo,
S. Elias, que defendestes com coragem o verdadeiro Deus,
S. Elias, flagelo dos falsos profetas,
S. Elias, protetor do povo de Israel,
S. Elias, que promovestes a conversão dos corações,
S. Elias, que proclamastes a santidade do nosso Deus,
S. Elias, que obtivestes a chuva para o povo,
S. Elias, que na nuvem, vislumbrastes a Mãe do Messias,
S. Elias, que destruístes os falsos profetas,
S. Elias, perseguido por causa da Justiça,
S. Elias, zeloso pela causa do Senhor,
S. Elias, que ungistes  Eliseu como vosso sucessor,
S. Elias, que jogastes vosso manto sobre Eliseu,
S. Elias, que denunciastes a injustiça dos poderosos,
S. Elias, defensor dos pequenos e dos pobres,
S. Elias, elevado ao Céu num carro de fogo,
S. Elias, cujo espírito é legado a Eliseu,
S. Elias, Pai e inspirador da Ordem do Carmo,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,  perdoai-nos Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,  ouvi-nos Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós
V. Rogai por nós, santo Pai Elias.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, que concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória, fazei que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso amor.  Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.

ORAÇÃO FINAL
Santo Profeta Elias, pai admirável do Carmelo, olha clemente para este vosso filho que, sob a vossa inspiração, busca seguir o caminho que conduz à santidade. Cobri-me com o zelo do Senhor, infundi no meu coração o amor ao bem,  aumentai em mim a fé a esperança e a caridade, para que eu possa descobrir na vida dos homens o verdadeiro Deus que passa, e convosco possa subir ao cume do monte Carmelo, monte do Senhor que vive e reina para sempre. Amém.

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