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terça-feira, 31 de julho de 2012

HINO AO ESPÍRITO SANTO

Santa Teresa Benedita da Cruz
                 I - Quem és tu, Doce luz que me preenche e ilumina a obscuridade do meu coração? Conduzes-me como a mão de uma mãe E se me soltasses, não saberia nem dar mais um passo. És o espaço que envolve todo meu ser e o encerra em si. Se Fosse abandonado por ti cairia no abismo do nada, de onde tu o elevas ao Ser. Tu, mais próximo de mim que eu mesmo e mais íntimo que minha intimidade, E, sem dúvida, permaneces inalcançável e incompreensível, E que faz brotar todo nome: Espírito Santo — Amor eterno!

                 II - Não és Tu O doce maná que do coração do Filho flui para o meu, alimento dos anjos e dos bem aventurados? Aquele que da morte à vida se elevou, Também a mim despertou a uma nova vida Do sono da morte. E nova vida me doa Dia após dia. E um dia me cumulará de plenitude. Vida de minha Vida. Sim, Tu mesmo, Espírito Santo, – Vida Eterna!

                 III - Tu és o raio que cai do Trono do Juiz eterno e irrompe na noite da alma, que nunca se conheceu a si mesma? Misericordioso e impassível penetras nas profundezas escondidas. Se ela se assusta ao ver-se a si mesma, Concedes lugar ao santo temor, princípio de toda sabedoria que vem do alto, e no alto com firmeza nos unes à tua obra, que nos faz novos, Espírito Santo — Raio penetrante!
 
                IV - Tu és a plenitude do Espírito e da força com a qual o Cordeiro rompe o selo do segredo eterno de Deus? Impulsionados por ti os mensageiros do Juiz cavalgam pelo mundo e com espada afiada separam o reino da luz do reino da noite. Então surgirá um novo céu E uma nova terra, e tudo retorna ao seu justo lugar graças a teu alento: Espírito Santo — Força triunfante!

                V - Tu és o mestre construtor da catedral eterna que se eleva da terra aos céus? Por ti vivificadas as colunas se elevam Para o alto e permanecem imóveis e firmes. Marcadas com o nome eterno de Deus se elevam para a luz sustentando a cúpula, que cobre, qual coroa, a santa catedral, tua obra transformadora do mundo, Espírito Santo — Mão criadora!

                VI - Tu és quem criou o claro espelho, Próximo ao trono do Altíssimo, como um mar de cristal aonde a divindade se contempla amando? Tu te inclinas sobre a obra mais bela da criação, e resplandecente te ilumina com teu mesmo esplendor. E a pura beleza de todos os seres, Unida à amorosa figura da Virgem, tua esposa sem mancha: Espírito Santo — Criador do Universo!

                VII - Tu és o doce canto do amor e do santo recato, que eternamente ressoa diante do trono da Trindade, e desposa consigo os sons puros de todos os seres? A harmonia que une os membros com a Cabeça, onde cada um encontra feliz o sentido secreto de seu ser, e jubilante irradia, livremente desprendido em teu fluir: Espírito Santo — Júbilo eterno!

domingo, 29 de julho de 2012


Tríduo em Preparação à Rededicação da Igreja do Carmo de Olinda - Pernambuco

Tema:
Com Maria, Mãe e guia em Olinda o Carmelo reescreve sua história.

Lema: De volta ao primeiro amor para construir o futuro na fidelidade e na esperança.

Programação

Dia 01/08 - Quarta-Feira
19h30 - Tríduo preparatório da Solene Rededicação
Tema: Virgem do Carmo, imagem da beleza para a qual fomos criados.
Nela, como em imagem perfeita, já contemplamos o que desejamos e esperamos ser na Igreja. (Lit. Carmelita)
Convidados: Comunidades de Camocim de São Félix e Vila Nazaré.
Pregador: Frei Ricardo Numes, O.Carm.
Presidente: Frei José Roberval, O.Carm.

Dia 02/08 - Quinta-Feira
19h30 - Tríduo preparatório sa Solene Rededicação
Tema: Virgem do Carmo, Modelo da Fé que se faz caminho.
"Bem aventurado aquele que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu". (Lc.1,45)
Convidados: Comunidades do Espinheiro e Piedade.
Presidente: Monsenhor José Albérico - Vigário Geral da Arquidiocese de Olinda e Recife - PE.

Dia 03/08 - Sexta-Feira
19h30 -
Tríduo preparatório sa Solene Rededicação
Tema: Virgem do Carmo, Mãe e esperança de todos os Carmelitas.
"Ela brilha como sinal de esperança segura e de consolação para nós que peregrinamos para o monte da glória". (Lit. Carmelita)
Convidados: Comunidades da Basílica do Carmo, Cajueiro Seco.
Pregador: Frei Francisco de Sales Alencar Batista, O.Carm.
Presidente: Frei Joaquim Luz, O.Carm.

Dia 04/08 - Sábado
8h -
Oração inicial
8h30 - Abertura proferida pelo Frei José Roberval de Mndes, O.Carm.
Províncial da Província Carmelitana Pernambucana.
9h - 1ª Conferência - Aspectos históricos do passado.
Frei Tito Figueirôa de Meideiros, O.Carm.
10h30 - Intervalo - Exposição de fotos
11h - 2ª Conferência - O Carmelo na América: Presente, Passado e Futuro.
Frei Fernando Milan, o. Carm - Prior geral da Ordem do Carmo
12h30 - Intervalo para o almoço
14h30 - 3ª Conferência - A restauração e o futuro do Carmo de Olinda.
Marieta Borges, OTC.
15h30 - Intervalo
16h - Segunda parte da 3ª Conferência - O futuro do Campo de Olinda.
Frei Francisco de Sales Alencar Batista, O.Carm.
17h - Oração das Vésperas e Encerramento do Congresso da Rededicação

Dia 05/08 - Domingo
8h - Solenidade da Rededicação
presidida pelo Exmo. e Revmo. Dom Antônio Fernando Saburido, OSB. - Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Olinda e Recife e concelebrada pelos Bispos Carmelitas:
Dom Frei João José Costa, O.Carm. - Bispo de Iguatu - CE
Dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm. - Arcebispo de Maceió - AL
Dom Frei Paulo Cardoso Sobrinho, O.Carm. - Bispo Emérito de Petrolina -PE
Dom José Cardoso Sobrinho, O,Carm. - Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Olinda e Recife - PE.
Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm. - Bispo da Prelazia de Itaituba - PA
Dom Vital Wilderink, O.Carm. - Bispo Eremita - Lídice – RJ

sábado, 28 de julho de 2012


RETIRO ANUAL DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO
25 E 26 DE AGOSTO DE 2012
CASA MÃE DAS IRMÃS DE STA TERESINHA
BAIRRO SANTO ANTONIO
TEMA: A MISSÃO DO LEIGO CARMELITA NO MUNDO DE HOJE


Lema:”A nossa missão como Carmelitas é gerar Deus nas almas dos nossos irmãos”

SÁBADO:
8h – Chegada e acomodação.
8h e 30 min – Laudes.
9h – 1ª Meditação –  O cristão leigo no século XXI
10h – Lanche
10h e 30 min - Silêncio – Lectio Divina (individual)
11h – Ofício de Nossa Senhora do Carmo.
11h e 30 min – Hora Média
12h – Almoço.
14h – 2ª Meditação.- A vocação específica do carmelita secular.
15h – Lanch
15h e 30 mi - Via Sacra
16h – 3ª Meditação  - Revestir-se da armadura de Deus para atuar como cristão leigo carmelita.
17h – Missa com Vésperas.
18h – Jantar.
19h – Adoração Eucarística e Rosário.
20h – Completas.
20h e 30 min – Silêncio da Regra.

DOMINGO
6h – Despertar.
7h – Laudes.
7h e 30 min – Café.
8h – 4ª Meditação - A oração, a fraternidade e a missão, o tripé da vida laical carmelita.
9h – Silêncio -  Lectio Divina (individual)
10h – 5ª Meditação – Maria e Elias, modelos para o leigo carmelita.
11h – Missa de encerramento do retiro
12h – Fim do retiro (almoço em casa).

Confirmar sua presença até o dia 18 de agosto.
O Retiro é para toda a OTC (professos, noviços, postulantes e aspirantes).
A quantidade de participantes: 50 pessoas.
O valor do retiro é de R$ 100,00.
Levar sua roupa de cama e de banho. 
Levar sua Bíblia e sua Liturgia das Horas.


LEIA, ABAIXO, A LECTIO DIVINA DA XVII SEMANA DO TEMPO COMUM

Lectio Divina para o XVII Domingo do Tempo Comum
Pe. David Teixeira

«Duzentos denários não chegam…»

Muitos aproximavam-se de Jesus para o escutar, para escutar a sua mensagem, para viver a vida nova que apresenta. Porque em Cristo Jesus tudo se faz eucaristia, partilha, ação de Deus. Porque em Cristo a novidade torna-se celebração de amor. Porque em Cristo, cinco pães e dois peixes tornam-se alimento para toda a humanidade. Numa dinâmica do Reino que se torna arte na partilha, alimento que vence a fome, verdade nova.

Evangelho segundo S. João (6, 1-15)
Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?». Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?». Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-lo para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.

SEGUNDA-FEIRA

Palavra - Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes.
Apesar dos seus esforços em manifestar a sua condição de Filho de Deus, Jesus, naquele tempo, era seguido por distintos motivos. Desta vez, o evangelista João tem o cuidado de começar por dizer-nos que ele era seguido por causa dos milagres que realizava em favor dos que se encontravam doentes.

Meditação
Será que sou desses que seguem diariamente a Jesus ou acomodo-me às minhas familiares práticas de cristã/o? Onde é que o busco? E onde é que o encontro? Mais importante ainda, porque é que o quero buscar e encontrar? É apenas para poder beneficiar dos seus milagres, para sair curado/a ou é por seguimento incondicional e sem segundas intenções?

Oração
Em vez de buscar-te nos milagres que, às vezes, até passam despercebidos, ajuda-me, Senhor, a perceber que o maior milagre que beneficio é ser teu/tua filho/a e ser por ti amado/a. Faz-me agradecido/a e, com a tua força e discernimento, ajuda-me a saber corresponder no seguindo fiel e diário do teu Filho, Jesus.

Ação
Repetir, para mim mesmo/a, ao longo do dia: “Tu és o/a meu/minha filho/a muito amado/a”.

TERÇA-FEIRA

Palavra - Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?». Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer.
Por motivos não ainda consistentes, a multidão é capaz de seguir Jesus em vez de se preocupar com a festa da Páscoa que se avizinha. É, portanto, o seguimento dos que começam a acreditar! Perante esta multidão, percebendo das suas necessidades e embora sabendo o que deveria fazer, Jesus questiona os seus discípulos sobre como proceder para arranjar pão que saciasse a sua fome.

Meditação
Naquele tempo, uma multidão que começou a acreditar em Jesus, até ao ponto de não se preocupar com coisas importantes, ‘ganhou’ um Deus que se preocupou até com as suas necessidades mais básicas. De que estou eu à espera para deixar que Deus cuide de mim? O que é que me preocupa e continua a afastar-me dos cuidados de Jesus?

Oração (Santa Teresa de Ávila)
Nada te perturbe, nada te espante,
 Tudo passa, Deus não muda,
 A paciência tudo alcança;
 Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus basta.

Ação
Ao longo do dia, à medida que for deparando com as dificuldades, faço o esforço de confiá-las ao Senhor e, com Ele do meu lado e sob os seus cuidados, de coração sossegado, procuro enfrentá-las diligentemente.

QUARTA-FEIRA

Palavra - Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes”. Mas que é isso para tanta gente?».
Embora sejam duas as reações dos discípulos que o evangelista João nos apresenta, ambas expressam a escassez e insignificância dos meios ao seu alcance: realmente duzentos denários e cinco pães e dois peixes são bastante pouco para tanta gente! No entanto, expressam, sobretudo, a sua falta de fé em Jesus...

Meditação
São muitas as ocasiões em que Jesus solicita a minha ajuda. Será que me apercebo das suas solicitações ou será que me passam ao lado? Será que respondo como Filipe e André - escudando-me na pobreza dos meus meios - ou será que conto com os meus meios, a minha disponibilidade, generosidade, partilha, entrega e, para além disto, confio tudo a Jesus?  
 
Oração (autor desconhecido)
Só Tu podes dar a fé, mas eu posso dar o teu testemunho.
Só Tu podes dar a esperança, mas eu posso dar confiança aos outros.
Só Tu podes dar o amor, mas eu posso ensinar o outro a amar.
Só Tu podes dar a paz, mas eu posso semear a união.
Só Tu podes dar a força, mas eu posso dar a coragem.
Só Tu és o caminho, mas eu posso indicá-lo aos outros.
Só Tu és a luz, mas eu posso fazê-la brilhar nos olhos dos outros.
Só Tu és a vida, mas eu posso oferecer aos outros a vontade de viver.
Só Tu podes fazer o que parece impossível, mas eu posso sempre fazer o possível.
Só Tu és suficiente em Ti mesmo, mas… preferes contar comigo!

Ação
Da oração que acabei de rezar, escolho uma ação que quero praticar durante o dia de hoje: dar testemunho, dar confiança, ensinar a amar, semear união, dar coragem, aconselhar um caminho, fazer brilhar a luz ou oferecer vontade de viver. 

QUINTA-FEIRA

Palavra - Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram.
Apesar da falta de fé dos seus, Jesus aceita os cinco pães e dois peixes. Com eles realiza os mesmos gestos que fará com o pão e o vinho, na última ceia, em tempo de Páscoa. Toma os pães e os peixes; abençoa-os, dando graças; e finalmente distribui-os. No entretanto destes simples gestos é quando se dá o milagre capaz de dar de comer à multidão.

Meditação
Estes gestos de Jesus são aqueles realizados em cada Eucaristia. É aí onde Jesus continua a fazer o milagre capaz de saciar multidões. É ai que Jesus toma aquilo que sou capaz de lho oferecer, seja muito ou pouco, e juntamente com o seu corpo e o seu sangue, dá graças (eucaristia), parte e entrega para saciar as nossas fomes.

Oração
 (Faço uma visita ao Santíssimo, mas se tal não for possível, aproveito este momento e imagino-me diante do Santíssimo. Aí, em silêncio, contemplo-o e deixo que ele me contemple. No fim, agradeço este momento especial de oração).

Ação
Para hoje: Tentar viver eucaristicamente o dia de hoje, ou seja, reconhecendo o que sou e os dons que possuo, agradecendo a Deus e partilhando tudo isso com os outros para saciar as suas fomes.
Para todo o ano: seguindo o exemplo de São João Maria Vianney, que nos é proposto neste ano sacerdotal, procurar valorizar a eucaristia como a obra maior de Deus e como o lugar onde Jesus me convida a ir ter com ele e a viver dele e para ele.

SEXTA-FEIRA

Palavra - “Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo».
Perante o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a multidão não vê nisso senão mais um milagre de Jesus e a confirmação da sua condição de profeta. Faça o que Jesus fizer, parece que os que o rodeiam continuam incapazes de o reconhecer como Filho de Deus…

Meditação
Não será Jesus também um desconhecido para mim? Como essa multidão, também eu me aferro às minhas imagens familiares e orgulhosas de Jesus e, por mais sinais, não estou disposto/a a converter-me àquele Jesus que ele quer dar-me a conhecer. E sou incapaz dessa conversão porque isso significaria uma revolução na minha vida...    

Oração
Peço-te perdão, Senhor, pelo meu orgulho, preguiça e resistência à conversão de mente e coração. Peço perdão por não corresponder às tuas iniciativas em dares-me a conhecer como gostarias que eu te conhecesse. Com a luz do teu Espírito, abre os olhos do meu coração e dos meus ouvidos e desmonta as minhas ilusões.

Ação
Viver, ao longo deste dia, de coração disponível e com olhos perspicazes, ouvidos atentos, pés diligentes, palavras de esperança e mãos serviçais.

SÁBADO

Palavra - Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-lo para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.
Incompreendido pela multidão, que o buscam para o fazerem rei, Jesus foge deles e dos seus projetos e retira-se sozinho, de novo, para o monte, que era, por excelência, o lugar da manifestação de Deus, para aí se encontrar com Ele e com a sua vontade.

Meditação
Jesus, o Filho de Deus, não procurava os títulos e as vaidades deste mundo, mas apenas a realização da vontade de Deus. Quantas vezes não me deixo sucumbir às honras deste mundo e expectativas dos outros e esqueço de que sou filho de Deus e que isso me basta? Quantas vezes não procuro senão a realização da minha vontade em vez da vontade de Deus?    

Oração
Ajuda-me, Senhor, a saber retirar-me e a encontrar-me contigo. Mais do que continuar debruçado sobre mim mesmo, voltado para o meu umbigo, deleitando-me nos meus sucessos, exibindo as minhas grandes qualidades, ajuda-me a retirar-me para o último lugar e a cruz. Aí saberei que não estou entregue a mim mesmo, mas contigo que és o meu maior e único bem.

Ação
Em tudo o que fizer, nas pequenas e grandes coisas, fazê-lo com Jesus, por ele e nele, procurando assim fazer a vontade de Deus mais do que levar avante os meus caprichos e a minha ânsia de êxitos e honras.

sexta-feira, 27 de julho de 2012


“TODOS NÓS SOMOS CHAMADOS A SER SANTOS”.
Bento XVI
     Sede Santos!
     O que significa ser santo?
     Quem é chamado a ser santo?
     As pessoas geralmente pensam que a santidade é uma meta reservada a uns poucos escolhidos. São Paulo, no entanto, fala do grande projeto de Deus e diz: "Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor" (Ef 1,4). E fala de todos nós. No centro do desígnio divino está Cristo, em quem Deus mostra seu Rosto: o Mistério escondido nos séculos se revelou na plenitude do Verbo feito carne. E Paulo diz depois: "Pois Deus quis fazer habitar nele toda a plenitude" (Cl 1,19). Em Cristo, o Deus vivo se tornou próximo, visível, audível, tangível, de maneira que todos pudessem receber a plenitude de graça e de verdade (cf. Jo 1,14-16). Portanto, toda a existência cristã conhece uma única lei suprema, que São Paulo expressa em uma fórmula que aparece em todos os seus escritos: em Cristo Jesus. A santidade, a plenitude da vida cristã, não consiste em realizar empresas extraordinárias, mas na união com Cristo, na vivência dos seus mistérios, fazendo nossas as suas atitudes, pensamentos, comportamentos.
     A medida da santidade é dada pela altura da santidade que Cristo alcança em nós, daquilo que, com o poder do Espírito Santo, modelamos da nossa vida segundo a sua. É configurar-nos segundo Jesus, como diz São Paulo: "Pois aos que ele conheceu desde sempre, também os predestinou a se configurarem com a imagem de seu Filho" (Rm 8,29).
     E Santo Agostinho exclama: "Viva será minha vida repleta de ti" (Confissões, 10,28). O Concílio Vaticano II, na constituição sobre a Igreja, fala com clareza do chamado universal à santidade, afirmando que ninguém está excluído: "Nos vários gêneros e ocupações da vida, é sempre a mesma a santidade que é cultivada por aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus (...). Seguem a Cristo pobre, humilde, e levando a cruz, a fim de merecerem ser participantes da sua glória" (n. 41).
     Resta a pergunta: Como podemos trilhar o caminho da santidade, responder a este chamado? Posso fazer isso com as minhas forças? A resposta é clara: uma vida santa não é primariamente o resultado dos nossos esforços, das nossas ações, porque é Deus, três vezes Santo (cf. Is 6, 3), que nos torna santos, e a ação do Espírito Santo, que nos anima a partir do nosso inteiro, é a própria vida de Cristo Ressuscitado, que se comunicou a nós e que nos transforma.
Para dizê-lo novamente, segundo o Concílio Vaticano II: "Os seguidores de Cristo, chamados por Deus e justificados no Senhor Jesus, não por merecimento próprio, mas pela vontade e graça de Deus, são feitos, pelo Batismo da fé, verdadeiramente filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos. É necessário, portanto, que, com o auxílio divino, conservem e aperfeiçoem, vivendo-a, esta santidade que receberam" (ibid., 40).
     A santidade, portanto, tem sua raiz principal da graça batismal, no ser introduzidos no mistério pascal de Cristo, com o qual Ele nos dá seu Espírito, sua vida de Ressuscitado. São Paulo destaca a transformação que a graça batismal realiza no homem e chega a cunhar uma expressão nova, construída com a preposição "com": ‘mortos com', ‘sepultados com', ‘ressuscitados com', ‘vivificados com' Cristo; nosso destino está indissoluvelmente ligado ao seu. "Pelo batismo fomos sepultados com ele em sua morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova" (Rm 6,4).
     Mas Deus sempre respeita a nossa liberdade e pede que aceitemos este dom e vivamos as exigências que ele comporta; pede que nos deixemos transformar pela ação do Espírito Santo, conformando a nossa vontade com a vontade de Deus.
     Como pode acontecer que a nossa maneira de pensar e as nossas ações se convertam no pensar e agir com Cristo e de Cristo? Qual é a alma da santidade? Novamente, o Concílio Vaticano II nos diz que a santidade não é outra coisa senão a caridade vivida plenamente. "E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele" (1 Jo 4,16).
     Agora, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5,5); por isso, o primeiro dom e o mais necessário é a caridade, com a qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor a Ele. Para que a caridade, como uma boa semente, cresça na alma e nos frutifique, todo fiel deve ouvir a Palavra de Deus voluntariamente e, com a ajuda da sua graça, realizar as obras de sua vontade, participar frequentemente dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da liturgia sagrada, aproximar-se constantemente da oração, da abnegação, do serviço ativo aos irmãos e do exercício de todas as virtudes.
     A caridade, de fato, é o vínculo da perfeição e cumprimento da lei (cf. Cl 3.14; Rm 13, 10); dirige todos os meios de santificação, dá forma a ela e a conduz ao seu fim.
     Talvez também essa linguagem do Concílio Vaticano II seja um pouco solene para nós, talvez devêssemos dizer as coisas de uma maneira ainda mais simples. O que é o mais essencial? Essencial é não deixar jamais um domingo sem um encontro com Cristo Ressuscitado na Eucaristia; isso não é um fardo, mas a luz para toda a semana. Não começar nem terminar jamais um dia sem pelo menos um breve contato com Deus. E, no caminho da nossa vida, seguir os "sinais do caminho" que Deus nos comunicou no Decálogo lido com Cristo, que é simplesmente a definição da caridade em determinadas situações. Penso que esta é a verdadeira simplicidade e grandeza da vida de santidade: o encontro com o  Ressuscitado no domingo; o contato com Deus no começo e no final do dia; seguir, nas decisões, os "sinais do caminho" que Deus nos comunicou, que são apenas formas da caridade. Daí que a caridade para com Deus e para com o próximo sejam o sinal distintivo de um verdadeiro discípulo de Cristo. (‘Lumen gentium', 42). Esta é a verdadeira simplicidade, grandeza e profundidade da vida cristã, do ser santos.
Eis a razão pela qual Santo Agostinho, comentando o quarto capítulo da 1ª Carta de São João, pode afirmar algo surpreendente: "Dilige et fac quod vis", "ama e faze o que quiseres". E continua: "Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos" (7,8: PL 35).
     Quem se deixa conduzir pelo amor, quem vive a caridade plenamente é guiado por Deus, porque Deus é amor. Esta palavra significa algo grande: "Dilige et fac quod vis", "Ama e faze o que quiseres".
     Talvez pudéssemos perguntar: Podemos nós, com as nossas limitações, nossas fraquezas, chegar tão alto? A Igreja, durante o ano litúrgico, convida-nos a recordar uma fila de santos que viveram plenamente a caridade, que souberam amar e seguir a Cristo em suas vidas diárias. Eles nos dizem que percorrer esse caminho é possível para todos. Em todas as épocas da história da Igreja, em todas as latitudes da geografia no mundo, os santos pertencem a todas as idades e condições de vida, são rostos verdadeiros de todos os povos, línguas e nações. E eles são muito diferentes uns dos outros. Na verdade, devo dizer que, também segundo a minha fé pessoal, muitos santos, nem todos, são verdadeiras estrelas no firmamento da história. E eu gostaria de acrescentar que, para mim, não só os grandes santos que eu amo e conheço bem são "sinais no caminho", mas também os santos simples, ou seja, as pessoas boas que vejo na minha vida, que nunca serão canonizadas. São pessoas normais, por assim dizer, sem um heroísmo visível, mas, na sua bondade de cada dia, vejo a verdade da fé. Essa bondade, que amadureceram na fé da Igreja, é a apologia segura do cristianismo e o sinal de onde está a verdade.
     Na comunhão com os santos canonizados e não canonizados, que a Igreja vive em Cristo em todos os seus membros, podemos desfrutar da sua presença e da sua companhia, e cultivamos a firme esperança de poder imitar o seu caminho e compartilhar, um dia, a mesma vida beata, a vida eterna.

"És nosso Bom Pastor"
     Caros amigos, quão grande, bela e também simples é a vocação cristã vista a partir desta luz! Todos nós somos chamados à santidade: é a própria medida da vida cristã. Novamente, São Paulo expressa isso com grande intensidade, quando escreve: "No entanto, a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo. (...) A alguns ele concedeu serem apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas; a outros, pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até chegarmos, todos juntos, à unidade na fé e no conhecimento do Filho de Deus, ao estado de adultos, à estatura do Cristo em sua plenitude" (Ef 4,7.11-13).
     Eu gostaria de convidar todos vós a abrir-vos à ação do Espírito Santo, que transforma as nossas vidas, para ser, também nós, como peças do grande mosaico de santidade que Deus vai criando na história, de modo que o rosto de Cristo brilhe na plenitude do seu fulgor. Não tenhamos medo de dirigir o olhar para o alto, em direção às alturas de Deus; não tenhamos medo de que Deus nos peça muito, mas deixemo-nos guiar, em todas as atividades da vida diária, pela sua Palavra, ainda que nos sintamos pobres, inadequados, pecadores: será Ele quem nos transformará segundo o seu amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2012


27 de julho
70 anos do martírio do
BEATO TITO BRANDSMA, (1881-1942)  
presbítero e mártir da nossa Ordem.
Memória

Comum de um martir, exceto:
Oração: Senhor Deus, fonte e origem da vida, que fortalecestes o bem-aventurado Tito com a força do vosso Espírito, para que na crueldade da perseguição e do martírio proclamasse a liberdade da Igreja e a dignidade do homem, concedei-nos, por sua intercessão, que não nos envergonhemos do Evangelho, ao construirmos o vosso reino de justiça e de paz, mas saibamos descobrir em cada acontecimento da vida a vossa presença misericordiosa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 Vinha a enfermeira matá-lo, com uma injeção de ácido fênico, e Tito Brandsma estende-lhe como presente a única coisa que possuía, o terço, dizendo: - “Use-o para rezar”. – “Não me serve para nada; não sei rezar”. – responde a enfermeira. E o bem-aventurado Tito retorquiu: - “Experimente rezá-lo: reze pelos pecadores”.
Mais tarde, a enfermeira, uma vez convertida ao cristianismo, que conserva como preciosa relíquia o terço do sacerdote que ela própria matou, afirmava ao recordar o seu último olhar: - “Parecia-me que ele é que estava com pena de mim.”
Este homem de um sorriso e simpatia perenes, desde criança até ao fim dos seus dias, por entre os horrores do Campo de Concentração de Dachau, ainda desculpava os carrascos, repetindo muitas vezes: - “Também eles são filhos de Nosso Senhor”. Não que fosse pessoa sem energia interior ou homem sem convicções profundas.
Nascido em Bolsward, Holanda, a 23 de Fevereiro de 1881, pediu aos dezasseis anos que o aceitasse na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Ordenado em 1905, depois de haver feito os estudos na sua terra, parte para Roma onde se doutorou. De regresso à Holanda, trabalha nas áreas da liturgia, da evangelização, da caridade.
Escreve, sem descanso, em revistas e jornais, publica livros e faz conferências, sempre para anunciar Jesus Cristo de quem é representante.
É cofundador da Universidade Católica de Numega, num país maioritariamente protestante, onde será professor e reitor. Institui a União das Escolas Católicas e consegue que o Parlamento aprove a lei para subsidiar o ensino católico. No final da década de vinte, é certamente a pessoa mais popular na Holanda.
Quando o nazismo se espalha nos Países Baixos, não cessa de criticar tal mentalidade, apontando as razões pelas quais os católicos não podem apoiar tal ideologia.
Em 1935, porque ele anima os jornalistas independentes, sempre a procurarem o seu conselho e apoio, é escolhido para seu assistente religioso.
Em 1940, invadida a Holanda pelas tropas de Hitler, estas procuram dirigir o ensino e a comunicação social. O beato Tito opõe-se-lhes frontalmente, como impugna a perseguição aos judeus, sobretudo às suas crianças. Como outros jornalistas lhe seguem no encalço, começa a caça a estes homens com a respectiva prisão.
Os bispos holandeses criticam. O resultado foi a perseguição aos católicos mais em evidência. Tito Brandsma foi também preso, a 19 de Janeiro de 1942. Anda de cadeia em cadeia, sofrendo inúmeros tormentos: espancam-no, batem-lhe com uma tábua e com paus. E ele responde compondo meditações para a via-sacra. Auxilia os outros prisioneiros a quem pretende incutir ânimo e valentia, rezando com eles e celebrando, às escondidas, a divina Eucaristia.
A 16 de Maio de 1942, levam-no para Dachau. Aí ateus e fiéis de outras religiões acolhem-se sob o seu sorriso afável e meigo, ouvindo palavras de esperança e de conforto. Pensa-se que foi usado como cobaia para testar experiências químicas.
Até ao fim manteve o seu sorriso característico e o rosto cheio de bondade, por entre ódios e gritos de vingança. Quando o veneno mortal martirizou o seu corpo, era o dia 28 de Julho de 1942

Dos seus escritos:

"Olhar o mundo com Deus no fundo".

“Em tudo Deus atua para o bem daqueles que o amam”  

“Na minha condição de Irmão da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, desejo conduzir à terra do Carmelo todos os que, tal como eu, amam e prestam culto a Maria como sua querida Mãe, para que, da mão da Mãe e Esplendor do Carmelo, cheguem à mais íntima união com Deus, visto que esta união constituiu a finalidade da vida contemplativa no Carmelo: Introduzi-vos na terra do Carmelo para que comais os melhores dos seus frutos

“...Deus não nos chama a fazer coisas grandiosas, mas, sim, fazer grandiosamente as coisas comuns do dia a dia”

"A nossa missão como Carmelitas é 'gerar Deus' nas almas dos nossos irmãos"

“O neo-paganismo [do nazismo] pode repudiar o amor ; a História ensina-nos que, apesar de tudo, venceremos esse neo-paganismo através do amor. Nós não abandonaremos o amor. O amor far-nos-á reconquistar os corações desses pagãos. A natureza é mais forte do que a filosofia. Ainda que uma filosofia condene e rejeite o amor e o apelide de fraqueza, o testemunho vivo do amor renovará sempre o seu poder para conquistar e cativar os corações dos homens”.

"...É o AMOR que nos traz de volta a Vitória e sanará nossos corações e o coração de todos que ainda não crêem no AMOR. A naturalidade das coisas é superior à teoria... Deixai que tal teoria condene e menospreze o AMOR, chamando-o de fraqueza; porém, a prática da vida e o desenrolar dos acontecimentos fará novamente do AMOR uma força de Vitória. É este mesmo AMOR que manterá unidos os corações de todos os homens."

“Para Deus o coração de Maria permaneceu sempre aberto. Nela devemos aprender a expulsar do nosso coração tudo o que não pertence ao Senhor, e que para Ele o nosso coração esteja sempre aberto para se encher da graça divina. Então Jesus descerá no nosso peito, crescerá e renascerá em nós e encher-nos-á de graças. Devemos viver uma vida divina não buscando outra glória e outra salvação que não a união com Deus”.

«SERÁ QUE TAMBÉM VÓS FICASTES SEDUZIDOS?» - Vivemos num mundo em que o próprio amor está condenado: chamam-lhe fraqueza, algo a superar. Há quem diga: «O amor não tem importância, o que temos de desenvolver é a força; que todos se tornem tão fortes quanto possível; e que o fraco pereça!» Dizem ainda que a religião cristão, com os seus sermões sobre o amor, é uma coisa do passado. [...] Passa-se deste modo: eles dirigem-se a nós com essas doutrinas e até encontram pessoas que as adotam com muito gosto. O amor é desconhecido: «O Amor não é amado» dizia São Francisco de Assis; e, séculos mais tarde em Florença, Santa Maria Madalena de Pazzi fazia soar os sinos do seu carmelo para que o mundo soubesse como o Amor é belo! Também eu gostaria de fazer soar os sinos para dizer ao mundo como é belo amar!”

“Ó Jesus, quando te contemplo,
Eu redescubro, a sós contigo,
Que te amo e que teu coração
Me ama como a um dileto amigo.
Ainda que a descoberta exija
Coragem, faz-me bem a dor:
Por ela me assemelho a ti
Que ela é o caminho redentor.
Na minha dor me rejubilo:
Já não a julgo sofrimento,
Mas sim predestinada escolha
Que me une a ti neste momento.
Deixa-me, pois, nessa quietude,
Malgrado o frio que me alcança.
Presença humana não permitas,
Que a solidão já não me cansa,
Pois de mim sinto-te tão próximo
Como jamais antes senti.
Doce Jesus, fica comigo,

Que tudo é bom junto de ti”.

Oração feita diante da imagem de Cristo na prisão(Esta oração foi escrita por Frei Tito, na passagem do dia 12 para 13 de fevereiro de 1942, na prisão de Scheveningen)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

 26 de julho
São Joaquim e Sant'Ana
pais de Nossa Senhora e avós de Jesus
Protetores de nossa Ordem.
(Tudo como na Liturgia das Horas)

Ó beatíssimos pais da Mãe de Deus, S. Joaquim e Sant´Ana, eu vos saúdo e bendigo com devoção e amor. Alegro-me de todo o coração pela vossa glória e por aquela sublime prerrogativa pela qual Deus vos escolheu para serdes os pais da Mãe de Deus, Maria Santíssima. Rogai por mim a Jesus e a Maria para que eu os agrade em tudo. Tende piedade de mim como os pais têm de seus filhos. Sede meus consoladores na vida e na morte. Assisti-me na minha última agonia, para que dignamente receba os santos sacramentos da Igreja e, partindo deste mundo com o coração contrito, possa chegar ao céu.

Abandonar tudo - São João da Cruz

A alma pergunta ao Esposo: «Aonde Te escondeste?» [...] Respondamos a essa pergunta indicando o lugar mais certo onde está escondido, o lugar onde a encontrará mais seguramente, e com tanta perfeição e gosto que se pode ter nesta vida. A partir daí, não começará a vaguear em vão atrás das pegadas de seus consortes (cf. Ct 3,2).

Para tal é necessário advertir que o Verbo, o Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, está escondido, essencial e presencialmente, no ser mais íntimo da alma. Portanto, para O encontrar há-de abandonar tudo, quer no afecto, quer na vontade, e recolher-se ao máximo dentro de si mesma, vivendo como se as coisas não existissem. Santo Agostinho, falando nos Solilóquios com Deus, dizia: Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim vos procurava. Portanto, Deus está escondido na alma. É ali que o bom contemplativo O há-de procurar com amor, dizendo: Aonde Te escondeste?

Portanto, ó alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas saber onde está o teu Amado para te encontrares e unires a Ele, já te foi dito que tu mesma és o aposento onde Ele mora, o refúgio e o esconderijo onde Se oculta. Oxalá seja motivo de grande consolação e alegria para ti reconhecer que todo o teu bem se encontra tão perto de ti, melhor dizendo, tão dentro de ti, que já não podes existir sem Ele. Sabei, diz o Esposo, que o reino de Deus está dentro de vós (Lc 17,21). E o apóstolo São Paulo, Seu servo, diz: Vós sois o templo de Deus (2Co 6,16).

terça-feira, 24 de julho de 2012


A OBEDIÊNCIA
 Pe. Emílio Carlos Mancini 

     Todo o esforço do Diabo se concentra em infectar o coração do homem com o vírus da desobediência a Deus.
     O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando da sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus.  Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.
     Conforme os escritos de Santa Faustina Kowalska, “o demônio pode ocultar-se até sob o manto da humildade, mas não pode vestir o manto da obediência, e aí se manifesta todo o seu trabalho”!
    Um presidente daquela que é considerada a maior potência do planeta, durante audiência privada com o Papa João Paulo II, no Vaticano, estava mais preocupado em olhar os afrescos das paredes do que em ouvir as palavras que o Papa lhe dirigia. São pessoas assim que, por não quererem ouvir a voz de Deus, depois o acusam pelos males que se abatem sobre as nações: “Guardai-vos, pois, de recusar ouvir Aquele que fala. Porque, se não escaparam do castigo aqueles que dele se desviaram, quando lhes falava na terra, muito menos escaparemos nós, se o repelirmos, quando nos fala desde o céu» (Hb 12,25).
     O pecado original trouxe como conseqüência uma terrível rebelião que, como um vírus devastador, se instalou no coração do homem: A harmonia na qual estavam, estabelecida graças à justiça original, está destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo é rompido; a união entre o homem e a mulher é submetida a tensões; suas relações serão marcadas pela cupidez e pela dominação. A harmonia com a criação está rompida: a criação visível tornou-se para o homem estranha e hostil. Por causa do homem, a criação está submetida à servidão da corrupção.
     No árduo itinerário para a santidade, nossa maior dificuldade é, sem dúvida, dar ouvidos a Deus.
     Comer carne quando a Igreja pede abstinência, por exemplo, pode não significar nada para muitas pessoas. Mas para um cristão, um ato de desobediência fere a soberania de Deus. Um ateu pode perguntar: “O que vai mudar se eu comer ou deixar de comer carne por um dia? Para que um sacrifício assim Para a economia mundial, talvez pouca coisa. A diferença, porém, está entre submeter-se ou não a Deus. Se não nos submetemos a Deus, nas pequenas coisas, como nos submeteremos nas grandes?”.
     Saul era um rei desobediente e teve que colher o resultado de sua rebeldia:
     Vamos ver I Samuel 15,22s
    O espírito de desobediência, desgraçadamente, reina soberano no coração de muitos cristãos. Ele atua no coração de quem se nega pagar o dízimo, e se estende àqueles que rejeitam obedecer aos dez mandamentos da lei de Deus. A dificuldade em aceitar o que a Igreja ordena em questões morais, inclusive dentro da própria hierarquia — como a moral sexual, por exemplo -, tem raízes neste diabólico espírito de desobediência. “Se me é conveniente, obedeço; do contrário faço do jeito que mais me agrada”, pensam os que o Diabo infectou com o vírus da desobediência.
     Um dos pedidos mais dramáticos das Sagradas Escrituras tem sido ignorado pela maioria dos cristãos: “Não contristeis o Espírito Santo Ele é Deus ( Ef  4,30). O Espírito Santo é uma pessoa. Como pessoa ele fala, comunica-se conosco.
    Como podemos deixar o Espírito Santo triste? Certamente, fechando nossos ouvidos à sua voz.

Dar ouvidos ao Espírito Santo
     Forjado pela ferramenta da obediência, o apóstolo Paulo atingiu um alto grau ele maturidade espiritual, própria dos santos. Um fato de sua vida nos demonstra isso): “Atravessando em seguida a Frígia e a província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra de Deus na (província da) Asia. Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (At 16,6-7).
    A docilidade ao Espírito Santo se manifesta por meio de uma obediência concreta àquilo que nos sugere. O Espírito pode nos proibir a empreender uma viagem, visitar uma pessoa, ler um livro, iniciar uma obra de evangelização, assistir a um filme ou até mesmo calar quando somos tentados a falar. Outras vezes, nos pede o contrário: pede que empreendamos uma viagem, visitemos uma pessoa, iniciemos uma obra, escrevamos um livro, assistimos a um programa católico, ou falemos de Jesus aos que estão ao nosso derredor.
     A desobediência a Deus traz conseqüências amargas para nossas vidas.

segunda-feira, 23 de julho de 2012


BEATO JOÃO SORETH (1394-147)
Presbítero da nossa Ordem
Fundador da Ordem Terceira do Carmo
24 de julho

Festa (para a OTC)
Comum dos pastores, exceto:
Oração: Senhor, que escolhestes o bem-aventurado João Soreth para renovar a vida religiosa e promover a fundação das carmelitas, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de uma fidelidade cada vez maior no seguimento de Cristo e da sua Mãe. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

1.   Instituiu a Ordem Terceira (hoje Ordem Secular) como já tinham os franciscanos e dominicanos. Em 7 de Outubro 1452 obteve do papa Nicolau V a Bula "Cum Nulla", pela qual se criava canonicamente a Segunda e Terceira Ordem de Carmelo.
Nasceu em Caen, cidade da Normandia, França, no ano de 1394. Desde criança floresceu na devoção a Nossa Senhora do Carmo, vindo a entrar na sua Ordem. Estudou na Universidade de Paris, depois de feita a Profissão na Ordem do Carmo. Ordenado sacerdote foi professor na sua Universidade. Eleito Prior Geral da Ordem, exerceu o cargo até à morte por mandato do Papa. É considerado o fundador das Irmãs Carmelitas e da Ordem Terceira do Carmo. A estas comunidades, já existentes, mas sem Regra, deu-lhes forma canônica. Levou pessoalmente a proposta ao Papa pedindo que a aprovasse, e, ao mesmo tempo, obteve a aprovação dos estatutos e leis e o reconhecimento da Ordem Terceira do Carmo, composta por homens e mulheres que no mundo vivem a sua vida normal, embora ligados espiritualmente à Ordem.
     2.  Contínua luta para que se guardasse a Regra e Constituições.
Empreendeu a renovação da vida das comunidades carmelitas as quais visitava frequentemente, animando a todos na santidade. De tal modo se fez querido que lhe chamavam «o Desejado», já que sempre que visitava algum convento nele infundia paz, serenidade, santidade e alegria. Era humilde em extremo e, mesmo sendo Prior Geral, nunca quis outras honras que as do hábito mais velho e mais gasto e a túnica mais áspera. Era manso e delicado, mas também firme e sem medo. Quis o Papa honrá-lo com a mitra de bispo e com a púrpura cardinalícia, mas Frei João Soreth resistiu, declarando que entrara no Carmelo e no Carmelo  queria morrer.
Entrou em disputa com a sua Universidade, a de Paris. Sustentavam os seus mestres que os frades mendicantes não podiam confessar, pelo que sem outra alternativa o nosso Santo se viu obrigado a recorrer ao Papa solicitando a sua intervenção. Foi-lhe concedida razão através da promulgação duma lei que autorizava a que os religiosos pertencentes a Ordens Mendicantes pudessem confessar. E na mesma lei o Papa consagrou um elogio a Frei João que começava assim: «O Padre Soreth, vigilantíssimo pastor das ovelhas a ele encomendadas, homem verdadeiro segundo o coração de Deus, dispenseiro fiel não somente da sua esclarecida Ordem e coluna da mesma, mas de todos os religiosos mendicantes, fundamento inamovível...».
Estando em certa ocasião, dois exércitos no campo de batalha, dispostos para o combate, interpôs-se Frei João Soreth, dizendo: «Se derramando o meu sangue estais dispostos a abandonar a luta, estou disposto a morrer pelo amor da paz». Os dois exércitos retiraram-se sem combate, mas ambos derrotados, abandonando o campo de batalha e instaurando a paz. O seu amor a Jesus eucaristia era tão grande que as suas imagens o representam com a Regra da Ordem numa mão, e na outra uma píxide com o Santíssimo Sacramento.
      3. Introduziu no maior número de conventos que foi possível a “observância” em seu significado específico com relação à pobreza e recolhimento interior. Lutou para que se rezasse dignamente o Oficio Divino e impôs severas medidas contra a ociosidade dos frades.
Fundou muitos conventos, tanto de religiosos como de religiosas, instaurando serenidade e paz em todas as comunidades. Quando estava de visita a certo convento que se dizia convertido às reformas do Santo e apaziguado pela sua entranhável bondade deram-lhe, na refeição, veneno a tomar. Sentindo-se gravemente doente e declarando-se a qualidade da enfermidade, afirmou diante dos irmãos e de Deus, que perdoava a quem o tinha envenenado voluntária ou involuntariamente. Apressou-se a viajar para o convento de Angers, onde morreu, repetindo serenamente aquela bela frase de S. Bernardo: «Ó bom Jesus, sede meu, Jesus». Era o dia 25 de Julho de 1471.

“Seja uma sua cela exterior e outra sua cela interior ... a porta da clausura exterior é sinal da clausura interior para que os sentidos sejam sempre orientados interiormente para Deus”.

1395 – Nasceu em Caen (França);
1417 – Ordenação (em Caen);
1437 – Teologia (Universidade de Paris);
1438 – Doutorado (Universidade de Paris);
1440 – Provincial da França;
1451 – Eleito Prior Geral da Ordem (Capítulo de Avinhon), cargo que desem-penhou até sua morte.
1452 – Doutorado Honoris Causa (Universidade e Pádua);
1471 - Morte em Angers em 25 de Julho de 1471.
1866 - Beatificação pelo papa Pío IX en 1866.
  
Sua espiritualidade:
            Podemos ver em seu precioso livro "Expositio paraenetica in Regulam Carmelitarum" sua maravilhosa e rica espiritualidade.
            Em cada página ele nos convida a elevar-se acima das preocupações com coisas mundanas e aparência exterior para criar e desfrutar o ambiente contemplativo.
Insiste em afirmar que o objetivo do religioso e da perfeição do coração é alcançar a oração ininterrupta. E para isso considera sempre que a solidão, o silêncio, a vida em comum e a mortificação dos sentidos são meios eficazes para a vida interior.
Tinha grande amor pelo Santíssimo Sacramento, e, em certa ocasião, mesmo correndo perigo de vida, salvou um cálice com hóstias consagradas, de serem queimadas pelas chamas.

Sua Mensagem:

·         Que amemos e trabalhemos com zelo pelo nosso Carmelo;
·         que sejamos observantes assim como prometemos;
·         que nossas monjas e religiosas sejam muitas e santas;
·         que os carmelitas seculares vivam seu próprio carisma.

Dos seus escritos:

 “Aprende de CRISTO, irmão, como se ama a DEUS. Aprende a amá-lo com doçura e intensidade de coração, com sabedoria, com toda a alma, com fortaleza e com todas as energias...
...Não se deixar seduzir por lisonjas significa amar com todo o coração; não ser arrastado a enganos por insinuações é amar com toda a alma; não se deixar abater pelas ofensas é amar com todas as energias. Por isso, está escrito na Regra: 'Amai vosso próximo como a vós mesmos'. Quem ama a DEUS, ama também o seu próximo. 'Quem não ama o irmão que vê, como poderá amar a DEUS que não vê?” (Bto João Soreth OCarm)