MÊS DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS
Sétimo dia
Nobreza e excelência
do Coração de Jesus
É sobre este altar que devemos depositar
todos os nossos votos e oferecer nossos corações, para que o Senhor benignamente
os escute e acolha. Toda a honra que as criaturas até agora lhe têm tributado,
todos os seus louvores, sacrifícios, adorações e amor, são efeitos que dele
emanam; os quais em nada se podem comparar com a honra que Ele sozinho rende à
Soberana Grandeza, pois é só Ele quem a ama e reverencia à altura de seu mérito
divino.
O que de mais agradável podemos fazer a
Deus é oferecer-lhe o Coração de seu Filho; o meio mais eficaz de obter feliz
êxito de nossos pedidos, é dirigi-las a Ele pelo Coração de Jesus, dizendo-lhe
no mesmo espírito do Profeta Real: "Senhor,
baixai vossos olhos sobre mim em vossa misericórdia; porém, como nada achareis
que não mereça punição, levantai-os para o Rosto e Coração do vosso amado
Filho. Não me olheis, por assim dizer, senão através daquelas chagas que vos
pedem perdão, e para obtê-lo são onipotentes. Lembrai-vos do amor imenso de
vosso Coração a esta mísera criatura, e não condeneis a obra prima de vossa
misericórdia, o fruto de vossos trabalhos."
Santa Gertrudes soube um dia que todas as
religiosas de sua Comunidade, que estavam diante do Santíssimo Sacramento,
recebiam a graça divina. Estas, parecia que tiravam os sagrados influxos do
Coração de Jesus; aquelas, das mãos; aquelas outras, dos pés, traspassados
pelos cravos. Com a diferença, porém, de que quanto mais longe do Coração
hauriam, mais custo tinham em alcançar o êxito de seus desejos. Ao passo que
aquelas que hauriam diretamente no Coração de Jesus, mais pronta e facilmente
conseguiam o que almejavam.
Foi no Coração de Jesus que a Igreja
nasceu. Devem, portanto, os fiéis amá-lo como seu, e nunca sair dele.
Estando Jesus adormecido com o sono da
morte, a Igreja foi tirada de seu Coração; quis Ele que fosse este aberto, para
dar à sua Igreja motivo de glorificar-se de haver saído do lado de seu
Salvador. Bem-aventurada a alma que, prestes a entrar na eternidade, puder
dizer com um dos mais ardentes apóstolos da devoção ao Sagrado Coração: "Pensando no amor do Coração de Jesus
para comigo, muitas vezes refleti: o Coração de Jesus me é berço e morada
durante a vida, oxalá seja-me também sepultura na morte! Ele me fez penetrar o
sentido destas três palavras: berço, morada, sepultura".
"O
Coração de Jesus é o coração da Igreja, o qual vela enquanto esta dorme (Ct
5,2). Diz a Escritura Sagrada que os primeiros cristãos só tinham uma alma e um
coração: não se admira. Pois era o Coração de Jesus que neles vivia e que a
todos inspirava o amor das coisas celestes" (Nouet).
Não poderá esse venturoso tempo, esse
concerto geral para o bem, reaparecer entre aqueles que a mesma devoção vai
reunir no Coração de Jesus? Empreguemos ao menos nesta diligência todas as nossas
forças, dando-nos mesmo o exemplo de completa dedicação ao Coração de Jesus; esmeremo-nos
por obter pelas nossas orações e boas obras, unidas às do divino Coração, que o
resto dos verdadeiros cristãos formem também - como nos primeiros séculos da
Igreja - um só coração para amar o Coração de Jesus, uma só voz para louvá-lo e
bendizê-lo, uma só alma, cujos movimentos reunidos sejam consagrados ao amor e
à glória do Coração de Jesus.
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