MES DE MARIA
MEDITAÇÃO – 7º dia
Capítulo
7 - UNIDADE ORGÂNICA DA VIDA MARIANA
A vida
contemplativa se exerce ou contemplando a Deus somente, ou a divindade e
humanidade, enquanto estão unidas na pessoa de Cristo. Assim também a vida
mariana se exerce, contemplando Deus e Maria, unidos “misticamente” na pessoa
de Maria. Como esta contemplação influencia e forma a vida espiritual.
Existe uma vida de contemplação pura, tendo como
objeto apenas a essência simples de Deus ou algo inteiramente Divino, por exemplo,
a Santíssima Trindade ou os nomes, atributos e perfeições divinas. Existe outro
tipo de vida de contemplação, cujo objeto é Cristo, Deus e homem: Cristo que é
Deus, que assumiu a natureza humana, ou que é pessoa divina unida com a
humanidade. Além da vida de contemplação, que tem como objeto Deus e Cristo,
que é Deus e homem, existe ainda uma vida de contemplação de Deus em Maria e de
Maria em Deus; uma vida contemplativa que tem ambos como objetos inseparáveis e
se orienta amorosamente para os dois, que estão unidos de um modo especial.
Esta contemplação, que tem como objeto Deus em Maria e Maria em Deus, difere da
contemplação, que tem como objeto Cristo em sua divindade e humanidade tão
unidas de modo íntimo e pessoal. Mas a união de Deus e Maria forma em certo
sentido uma união íntima pela graça e é uma união muita mais elevada do que
qualquer união de Deus com a criatura, por mais nobre que seja. Maria está
unida com Deus na sua qualidade de Mãe e como tal Ela pode, em certo sentido,
ser contemplada como unida com o seu Deus-Filho, de quem Ela é Mãe; Ela não
pode ser vista amada e honrada separada do Divino Filho. Assim Maria é
contemplada por algumas almas piedosas, quer dizer, como unida em Deus e com
Deus sem intermediário. Estas almas parecem ter sempre diante dos olhos esta
Mãe Amável unida com Deus e demonstrar-lhe os sinais do seu amor e carinho.
Desfalecendo-se em si mesmas, ficam amorosamente, com uma unção especial,
absorvidas n’Ela e simultaneamente em Deus. Então, elas parecem, pode-se dizer
acolhidas e assumidas no seu coração puríssimo, carinhoso e ardentemente
amoroso, ou no seu seio. Por causa da ternura do amor puríssimo por Ela e ao
mesmo tempo por Deus elas desfalecem como fora de si. Uma vez tendo entrado num
estado de pura contemplação, despojamento e paz, orientado para a Essência
simples de Deus e absorvido interiormente na contemplação, amor e gozo desta
Essência simplíssima, o espírito, às vezes, se sente atraído ao mesmo tempo
para contemplar a nossa Mãe Amável, para amá-la e dar-Lhe sinais de amor e
deleitar-se com Ela suavemente. Numa palavra: entreter-se carinhosamente com
Ela, que está intimamente unida com Deus. Assim, a alma, que ama com o mesmo
amor e gozo a Deus, ama simultaneamente a nossa amável Mãe, como se Ela fosse
uma só com Deus. Assim Deus e Maria parecem um único objeto de amor e deleite
para a alma, que contempla os dois como um só. Tal é, mais ou menos, o modo
pelo qual a alma piedosa contempla a humanidade de Cristo unida com a
Divindade; assim ela tem como um só objeto de contemplação as duas naturezas
unidas numa pessoa só. Do mesmo modo a alma contempla e ama, então, Jesus e
Maria como Mãe e Filho estreitamente ligados. Assim acontece com pessoas
diferentes, mas que são entre si inseparáveis e que não podem ser conhecidas
nem amadas uma sem a outra.
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