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quinta-feira, 15 de março de 2012

M E D I T A Ç Õ E S    Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XXIV
Solta-nos Barrabás

     Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este! Solta-nos Barrabás!... Desejando Pilatos soltar a Jesus, insistiu ainda. Eles, porém, mais gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! (Lucas 23.18,20)

     Ouvindo Pilatos o clamor do povo, ficou perplexo. Ele gritou ao povo: Que farei, então, com Jesus? Que mal fez ele? Nada achei contra ele para condená-lo à morte! A todas essas perguntas o povo respondia com um grosseiro e violento: Crucifica-o! Crucifica-o! A consciência de Pilatos ficou ainda mais tumultuada. Ele mandou açoitar a Jesus. Os guardas o levaram para dentro do palácio, despojando-lhe as vestes o açoitaram. O açoite romano era terrível. Tiras de couro com agulhas de chumbo nas pontas, a fim de rasgar a carne até aos ossos. Tecendo-lhe uma coroa de espinhos, colocaram-na em sua cabeça e lhe deram nas mãos um caniço. Então escarneciam dele, ajoelhando-se diante dele, saudando-o, dizendo: Salve, rei dos judeus, e davam-lhe bofetadas.
     Os soldados, apesar de terem presenciado o julgamento, e visto a inocência de Jesus, e ouvidas as palavras que ele era Rei e Filho de Deus, pois em suas zombarias o trataram assim, não temeram em derramar sobre ele o escárnio. Oh! Homem, de onde tu caíste? De predileto filho de Deus, para seres o mais vil das criaturas. Para salvar essa criaturas caídas, míseros pecadores, o Filho de Deus teve que sair do seu trono celestial, vir à terra, tornar-se nosso irmão na carne e expor-se à zombaria de sua criatura. Pelo salmista, Jesus diz: Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo (Salmos 22.6). Assim maltratado, Pilatos o apresentou mais uma vez, tentando mover o povo à compaixão, para que concordassem em soltá-lo. Mas o povo vendo Jesus tão maltratado gritou com mais força: Crucifica-o! Crucifica-o! Alguém na multidão gritou: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus (João 19.7). Pilatos, ouvindo tal declaração, ainda mais atemorizado ficou (João 19.8). Ele ficou atemorizado até a alma. Deus cravou fundo na consciência de Pilatos esta verdade de que Jesus era o Filho de Deus. Pilatos, tentou tirar esse espinho. Ele interrogou Jesus novamente. Jesus guardou silencia. Enfurecido, Pilatos lhe diz: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?  Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem (João 19.10-11). A partir deste momento, Jesus guardou silêncio. A angústia de Pilatos aumentou, mas ele não deu ouvidos a Deus nem à voz de sua consciência. Na hora sexta (9 horas da manhã), Pilatos foi para o pavimento do Palácio. Pediu água. Lavou suas mãos diante do povo e lhes disse: Sou inocente do sangue deste justo (Mateus 27.24). Com isto proferiu sua própria sentença. Então disse ao povo: Eis aqui o vosso rei.  Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César!  Então, Pilatos o entregou para ser crucificado (João 19.14-16).
      Quantos procedem hoje da mesma forma. Eu sei. Eu queria fazer. Mas os outros me pressionaram, me empurraram, etc. E não chegam ao verdadeiro arrependimento e a fé em Cristo. Que Deus nos guarde de tal e nos mantenha em verdadeiro arrependimento e fé na graça de Cristo. 

Pôncio Pilatos

     Quem era Pôncio Pilatos? Ele era filho do rei germânico Zirus de Mainz, que teve um caso com a filha de um moleiro, que residia na encosta da floresta. Deste encontro nasceu Pilatos.
     O rapaz cresceu. Ele cobiçou o trono e assassinou o filho do rei, o verdadeiro herdeiro do trono. Quando os romanos conquistaram a Germânia, o falso herdeiro do trono foi levado como refém para Roma. Ali ele cometeu mais alguns assassinatos e conseguiu certo prestígio. Ele foi, então, enviado para Pontius, onde cumpriu com mão de ferro as ordens de Roma, eliminando as tribos rebeldes. Com isso granjeou confiança do César, recebendo o cognome: Pontius. Foi então mandado como governador para a Judéia, que até aqui tinha sido governado por Valérius Gratus. Informações sobre ele temos de Josephus e Eusébio.
    Na Judéia cometeu diversos erros. Os Césares romanos colocavam a efígie de seus bustos debaixo das insígnias romanas, no estandarte. Isto para os judeus era um sacrilégio. Valérius havia respeitado os costumes religiosos dos judeus. Pilatos mandou colocar, à noite, o estandarte romano com a efígie de Cesar no Templo. Os judeus protestaram. Centenas de judeus foram até Cesaréia, pedir que Pilatos retirasse esta efígie de Jerusalém, em respeito à fé de seus pais. Eles se deitaram por cinco dias e cinco noites diante do palácio. Pilatos mandou cercá-los por seus soldados e ameaçou matá-los. Eles não recuaram. Impressionado com tal coragem, mandou retirar a efígie de César.
    Após a morte de Jesus, ele teve outra rusga com os samaritanos, também por causa de costumes religiosos. Pilatos não os acatou. Eles pediram: Não inicie uma guerra, não use de violência, respeite a tradição de nossos pais. Pilatos não lhes deu ouvidos e mandou seus soldados espalhar a multidão a cacetadas. Houve mortes e muitos feridos. Os samaritanos mandaram uma carta ao procurador da Síria, o qual informou a César a respeito. César mandou Pilatos vir a Roma para se justificar dos problemas, tanto da morte de Jesus como do levante e das atrocidades cometidas contra os samaritanos. Pilatos foi. Como a viagem a Roma era demorada, nesse tempo o César Tibério veio a falecer e Calígula, que já não era simpático a Pilatos, assumiu o trono. Pilatos caiu em desgraça diante de César e foi condenado. Sendo lançado numa prisão, onde se suicidou. Triste fim de Pilatos. 

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