Prof. Dr. Antônio Mesquita Galvão
O zelo pelo Senhor dos exércitos me consome pois os israelitas abandonaram a aliança... (1Rs 19,10)
Elias é considerado pertencente ao grupo dos “profetas primitivos”, pois exerceu seu ministério antes dos chamados “profetas clássicos” (Isaías, Amós, Jeremias, etc.) Os “primitivos”, ao contrário dos “clássicos”, não eram escritores, apenas proferiam verbalmente seus oráculos e denúncias, eram itinerantes e – não-raro – exerciam a mendicância.
Segundo as Escrituras, Elias (ellyyá, Javé é Deus) é tesbita, natural de Tesbi, em Galaad e profetizou na Samaria e na Fenícia (séc. IX a.C.) contra o autoritarismo e a idolatria do rei Acab e sua mulher Jezabel. Toda a exortação dos profetas é sociopolítica, com inspiração religiosa. Os oráculos e as advertências visam mudar comportamentos sociais, políticos e econômicos, iluminados pela Torá e pelo cumprimento dos preceitos religiosos, estatuídos a partir do Sinai.
A profecia, em sua forma ainda incipiente, apareceu a partir de Samuel que foi o último juiz e o primeiro profeta. No início, o povo confundia vidente (roêh) com profeta (nabi). Aos poucos, vai se dando conta do surgimento dessa emergente classe de homens santos, que em nome de Deus denunciam os descaminhos da vida social, política, religiosa e econômica de Israel.
A palavra profeta vem do grego profétes e aparece na versão dos LXX, como um sinônimo de nabî, uma palavra de origem desconhecida, que revela alguém que fala alto, exaltado, fora de si. As Escrituras revelam a existência de dois profetas no Reino do Norte, Elias e Eliseu. Deste modo, dentro do processo religioso, o nabi era chamado para proferir oráculos e ser porta-voz da divindade, dando testemunho da mišpat (bondade) de Deus. Sua missão era a de ser o intérprete dos desejos de Deus.
A profecia em Israel fica compreendida dentro de um período de mais ou menos quatrocentos anos, desde Elias (não-escritor), no século IX a.C. até Malaquias (o último dos escritores), no século V. No chamado Israel Antigo, período que vai desde a conquista de Canaã (séc. XIII ac,) até o fim da monarquia (séc. IX a.C.), a sociedade se caracterizava pela violência, ganância e desrespeito com os direitos das pessoas.
Dessa distorção, surge o râs (indigente), o dãl (desnutrido), o ebyon (faminto, mendigo) e o anî, ou anaw, que sintetiza toda a opressão, na figura do pobre, do fraco. Nesse quadro, o oprimido é a vítima de um sistema, social, político, econômico e religioso, totalmente injusto, que lhe tira, além das parcas posses, a liberdade (muitos eram escravizados) e a dignidade humana.
Elias, como foi dito, profetizou no Reino do Norte na primeira metade do século IX (entre 900 e 850 a.C.), investiu contra todo o tipo de idolatria. Sua popularidade foi tão grande, mercê sua atuação austera e objetiva, que assumiu um aspecto legendário. Sua vida é marcada por uma série de milagres (cf. 1Rs 17-19; 21, 17-28; 2Rs 1-2). É o quarto personagem mais citado no Antigo Testamento, depois de Moisés, Abraão e Davi.
A atividade profética de Elias é tão marcante, quanto a gestos taumatúrgicos e de coragem, que o povo encontra sinais dele na atuação de Amós, João Batista e até de Jesus. No judaísmo moderno ele é considerado um precursor do Messias (cf. Ml 3, 23). Apesar de não ser escritor, o chamado “ciclo de Elias” pode ser observado nos textos compreendidos entre 1Rs 17 e 2Rs 1.
Seu arrebatamento – em corpo e alma – aos céus (cf. 2Rs 2, 1-18), em uma carruagem de fogo, prefigura a ressurreição e gera toda uma expectativa a respeito de seu retorno (cf. Ml 3, 22ss).
Aqui vamos trabalhar com duas ciências afins: a filosofia e a teologia. Filosofia é fruto da saudade. É o desejo de, em toda a parte, estarmos em casa. Quando perquirimos nossas origens, nada mais estamos fazendo do que realizando um retorno ao passado. Todo o pensamento filosófico e teológico nada mais é que uma tentativa de matar a saudade. Na filosofia nos mostramos com saudade de nossas origens. A teologia revela a falta que sentimos da casa do Pai, a verdadeira pátria de nosso espírito é Deus.
Fanático
Quando o fogo desceu do céu, no monte Horeb e consumiu o holocausto, suplantando os ministros de Baal, isto foi para Elias um momento muito intenso do que ele imaginava ser uma experiência de Deus. Sua reação posterior, dentro do seu estado de êxtase, fora de si, foi mandar matar todos os 450 sacerdotes de Baal. Deus teria desejado isto? Ou foi apenas a agressividade de Elias projetada em Deus? Às vezes, descarregamos sobre os que não pensam como nós, o furor de nosso fanatismo.
Há pessoas que não mantêm amizade com quem é de outra religião; não admitem falar outro assunto que não seja sobre sua crença, seus líderes ou dogmas. Não se trata – esse fanatismo – de fé em Deus ou adoração a Jesus Cristo, mas um exagero em relação às coisas da religião, como novenas, missas na tevê, repetições de orações, palestras do padre fulano, cursos do professor cicrano, etc. Só lêem livros de religião e revistas afins. Os fanáticos modernos, e muitos estão ao redor de nós, não têm outro assunto que não seja religião. E religião católica. Deus aprecia os que desenvolvem uma fé de convicção, mas rejeita os fanáticos.
O teólogo alemão A. Grûn afirma que não há apenas pessoas dependentes de drogas, mas há também aqueles que são viciados em religião. Quando uma pessoa fala com muita segurança sobre Deus, esta pessoa, sem perceber está como que usando Deus para se colocar acima dos outros. Muitos não percebem que sua gabolice é o oposto da verdadeira experiência de Deus (In: Se quiser experimentar Deus. Ed. Vozes, 2000). Nessa ostentação da fé, os mais “espiritualizados” chamam a Deus de “Senhor”, e não cansam de dar “Glória ao Senhor”, mas toda essa “piedade” está inserida em uma busca de reconhecimento humano.
Depressivo
Depois, parece ocorrer o inverso. Do estado de exacerbada euforia o profeta cai em depressão. Quando alguém não pode voltar sua agressão contra os inimigos, ele a volta contra si mesmo. Quem confunde a vontade de Deus com o próprio entusiasmo, logo passa a experimentar uma sensação negativa de enjôo. Não conseguindo mais repetir a euforia que ele imaginava oriunda de Deus, Elias se sente entregue a si mesmo e não espera outra coisa senão o desespero:
Por fim, Elias sentou-se debaixo de uma árvore e desejou a morte, dizendo: “Chega, Javé! Tira a minha vida, porque eu não sou melhor que meus pais”. Deitou-se debaixo da árvore e dormiu. Então um anjo o tocou e lhe disse: “Levante-se e coma”. Elias abriu os olhos e viu bem perto da cabeça um pão assado sobre pedras quentes, e uma jarra de água. Comeu, bebeu e deitou-se outra vez. Mas o anjo de Javé o tocou de novo, e lhe disse: “Levante-se e coma, pois o caminho é superior às suas forças”. Elias se levantou, comeu, bebeu e, sustentado pela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até o Horeb, a montanha de Deus (1Rs 19,4-8).
Elias ainda não tinha iniciado seu aprendizado, a experiência de Deus estava só iniciando, mas Deus já se fazia presente em sua vida. Na narrativa, o Senhor disponibiliza um pão quente e um jarro de água fresca para restaurar as forças do profeta e alimentá-lo para uma nova e exaustiva jornada.
Elias entrou na gruta da montanha, e aí passou a noite. Então Javé lhe dirigiu a palavra, perguntando: “Elias, o que é que você está fazendo aqui?” Elias respondeu: “O zelo por Javé dos exércitos me consome, porque os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus profetas. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também” (vv.9-10).
As palavras de Elias revelam que ele estava se tornando disponível à obra de Deus e ao encontro com o Criador.
Javé lhe disse: “Saia e fique no alto da montanha, diante de Javé, pois Javé vai passar” (v. 11).
Fazendo a experiência de Deus
O fato é que Deus tinha chamado Elias para que fosse o seu profeta. Só que ele tinha que fazer as coisas do jeito de Deus e não a maneira dele. Assim, o Senhor continuou a guiar Elias para que ocorresse uma verdadeira experiência, um encontro marcante, uma abertura espiritual consciente. Nós muitas vezes, igual a Elias, queremos fazer uma experiência de Deus em nossa vida, desejamos um encontro, mas encaminhamos as coisas para aconteçam à nossa maneira. Deus não se deixa aprisionar nessas contingências. O plano, a hora e o jeito são dele. De nossa parte só deve haver a fé e a boa-vontade. Como fazer para propiciar esse encontro?
• estar atento ao que Deus quer nos dizer;
• ter um coração disponível à graça de Deus;
• manifestar um espírito aberto às exigências;
• seguir a vontade de Deus, e não a sua;
• seguir a vontade de Deus, e não a sua;
• estar disposto a se comprometer e a testemunhar;
• acreditar que Deus vai realizar o encontro quando ele quiser;
• ter fé que desta experiência só virão coisas boas para nós.
A procura de Deus consiste em fazer uma experiência mais profunda dele. Experiência é como uma viagem. Aquele que viaja, que sai de si, que escapa à sua estreita prisão, que está pronto a envolver-se com novas paisagens e novos ares, poderá ter a experiência de coisas novas. A experiência exige uma ponderável abertura interior, para abrir-se para que o novo penetre dentro de nós. Como diz J. Scholl (In: Gott ist immer grösser, Stut.,1990) “Não existe experiência desinteressada. Só pode experimentar alguma coisa quem deseja experimentar”. Uma experiência de Deus exige uma entrega e um comprometimento. Quem quiser experimentar alguma coisa terá de arriscar...
Fazer a experiência de Deus não é conhecê-lo de forma acadêmica ou cultural, pela inteligência, conforme vem descrito nos catecismos ou manuais de teologia. Nem tampouco é ficar horas em oração ou recitação de mantras, ou coisa parecida. Experimentar Deus é manter uma relação mística, mais profunda, a partir de uma abertura do coração. Experimenta-se mais com o coração do que com a mente.
Em um antigo sermão de São Bernardo encontrei uma afirmativa desconcertante: “As pessoas só procuram a Deus porque ele as procurou primeiro. Em seu amor, Deus vai atrás do ser humano, visita-o à noite e implanta em seu inconsciente um impulso em direção a ele”. Deus nos amou primeiro: essa “antecipação” do amor divino precisa ser considerada. Sobre isto Jesus adverte:
Não foram vocês que me escolheram, mas eu que os escolhi para que produzam frutos, e frutos que permaneçam... (Jo 15, 16).
É lamentável observar como as pessoas experimentam pouco a Deus. Talvez seja porque a superficialidade não permita que elas experimentem a si próprias. Quão pequeno é seu contato consigo mesmas. Todo um arsenal de métodos espirituais de nada lhes serve, se elas não têm a coragem de olhar de frente a verdade de suas vidas, e muitas vezes de enfrentar seus vacilos e suas dúvidas.
Às vezes é preciso duvidar, sim, mas não de Deus, mas da nossa vida e das nossas possibilidades. A dúvida – ensina Grün (op. cit.) – faz parte do conjunto da fé. Ela nos conduz à experiências do Deus verdadeiro. O fato é que a Bíblia louva aqueles que procuram a Deus:
Essa é a geração dos que procuram Javé, dos que buscam
tua face, ó Deus de Jacó (Sl 24,6).
Que os pobres vejam e se alegrem.
Busquem a Deus, e vocês terão coragem! (Sl 69,33).
Busquem a Deus, e vocês terão coragem! (Sl 69,33).
Restaura-nos, Javé, Deus dos Exércitos!
Faze brilhar a tua face, e seremos salvos! (Sl 80,20).
Gloriem-se do seu nome santo,
alegre-se o coração dos que buscam Javé! (Sl 105, 3s).
Quando Elias, guiado por um anjo do céu, chega ao monte Horeb, Deus lhe mostra onde será o lugar que ele planejou para o encontro. Mas como a liturgia do encontro pertence a Deus, antes de se revelar ele prepara uma breve teofania, quem sabe para adaptar o espírito de Elias à grandiosidade do que vai acontecer.
A revelação do poder de Deus nunca é imediata; ela sempre ocorre de forma gradativa e progressiva. Assim, Deus proporcionou quatro eventos, antes de se encontrar de fato com o profeta: um furacão, um terremoto, uma manifestação de fogo e uma brisa suave. Em qual delas vocês acreditam que Deus se manifestou?
No furacão?
Então aconteceu um furacão que de tão violento rachava as montanhas e quebrava as rochas diante de Javé. No entanto, Javé não estava no furacão (v. 11b).
O furacão é um fenômeno mais ou menos comum na maioria das manifestações das culturas religiosas do Oriente Médio, e representa o entusiasmo. Deus pode, em determinados momentos, envolver o ser humano, lá no mais profundo do seu ser e levá-lo a furações de entusiasmo e euforia. No entanto, quando as pessoas confundem Deus com as emoções do cotidiano, logo irão sentir a decepção de quem constatou que aquilo não era uma manifestação de Deus. Logo irá sentir que Deus está bem distante daquele sentimento.
Se alguém identifica Deus com suas emoções, ele está usando Deus como uma droga – conforme vimos – para obter uma exaltação de ânimo, e isto nada tem com o encontro com Deus. As imagens do Deus de Elias não estão todas erradas. “...elas possuem alguma coisa de certo, mas são incompletas. Sempre que tentarmos fixar Deus em uma imagem, corre-se o risco de deturpar essa imagem em várias coisas; até em um demônio” (A. Grün. Op. cit.). Este é um equívoco que às vezes se vê por aí, em certos “movimentos de Igreja” ou em determinados “grupos de oração”.
No terremoto?
Depois do furacão, houve um terremoto. Javé, porém não estava no terremoto (v. 11c).
O “terremoto” é outra forma indevida de enxergar a Deus. Ele nunca se deixa encontrar no barulho, no movimento ou na agitação. Esta é a visão às vezes demasiadamente triunfalista; é quando “Javé dos exércitos” realiza proezas magníficas, como curas e milagres, como se fosse só essa sua atividade. Para muitos, basta crer (ou dizer que crê) e levantar a mão e Deus irá passar por cima de todas as leis naturais para atravessar corpos e situações, como um autêntico terremoto.
Essas pessoas não percebem que seu discurso sobre Deus, geralmente anacrônico ou interesseiro, provém apenas de sua busca de alguma vantagem, mas não de uma autêntica experiência de Deus. Por mais que eu fale sobre a divindade, muitas vezes até com sinceridade, Deus não se deixa prender numa torrente de palavras. Foi o que aconteceu com Elias: veio um terremoto de emoções, algo dantes capaz de balançar a terra e o coração, mas Javé, porém não estava no terremoto.
No fogo?
Depois do terremoto, apareceu fogo, e Javé não estava no fogo (v. 12a).
Depois do terremoto, veio o fogo. A incidência do fogo, desde a Antiguidade, simboliza e exprime muitas coisas. Seria maçante elencar aqui todos os simbolismos do fogo, em todos os tempos, perpassando todas as culturas e crenças do mundo. Enquanto a água brota da terra, o fogo cai do céu. Pelo menos é isto que se lê na maioria dos livros sagrados. O fogo que desce do céu queima tudo o que é terreno. Quando se trata do fogo da ira divina, ele consome as cidades impenitentes, como Sodoma e Gomorra. Mas pode ser também o fogo do amor de Deus que expurga nossas falhas, fraquezas e pecados.
O fogo que vem do céu e queima tudo o que se opõe ao projeto de Deus representa a ação de um Deus que queima em mim todas as iniqüidades, para me tornar puro, perfeito e disponível. Deus pode se mostrar no fogo, mas a Elias não foi assim que ele se revelou. Agora ele não poderá, como fez, usar o fogo do céu para atacar os sacerdotes de Baal. Elias deve ter ficado estupefato com o fogo, mas Javé também não estava no fogo. É no silêncio que ele terá que se defrontar com o verdadeiro Deus.
Na brisa?
Depois do fogo, ouviu-se uma brisa suave. Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou na entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que lhe dizia: “O que é que você está fazendo aqui, Elias?” E Elias respondeu: “O zelo de Javé dos exércitos me consome, porque os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus profetas a fio de espada. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também” (vv. 12b-14).
É justamente nesta brisa, suave e amena, na voz do silêncio que Elias se encontra com Deus. Mesmo sem deixar prender, é na brisa que Javé toca o profeta. Com medo da presença divina ele esconde o rosto no manto. Como Moisés, ele sabe que olhar Deus face-a-face pode acarretar-lhe a morte.
Moisés pediu a Javé: “Mostra-me a tua glória”. Javé respondeu: “Farei passar diante de você todo o meu esplendor, e pronunciarei diante de você o meu nome: Javé. Terei piedade de quem eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. E acrescentou: “Você não poderá ver o meu rosto, porque ninguém pode vê-lo e continuar com vida”. E Javé disse ainda: “Eis aqui um lugar junto a mim: fique em cima da rocha. Quando a minha glória passar, eu colocarei você na fenda da rocha e o cobrirei com a palma da mão, até que eu tenha passado. Depois tirarei a palma da mão e me verás pelas costas. Minha face, porém, você não poderá ver” (Ex 33,18-23).
Elias, como foi lido acima, esconde o rosto no manto. Ele não se atreve a fixar os olhos em Deus. Pelo contrário, fecha-os para poder enxergar melhor. Só assim ele pode desfrutar do toque e da carícia com que Deus o envolve com a brisa suave e amena. Não trocam palavras. Apenas o silêncio emoldura essa experiência sobrenatural. Deus permanece no silêncio e na sombra. Ele não é visível nem audível. A ressonância desses dois sentidos ocorre no coração.
A tradição da espiritualidade de todos os tempos apropriou a experiência de Elias como um paradigma. Para ela o verdadeiro lugar da experiência de Deus é o silêncio. Nele se suprime não apenas o ruído em nosso coração, mas tudo que possa distrair e nos conduzir a pensamentos que nada tenham a ver com a realidade de Deus. Silêncio não quer dizer que eu me livro de minhas preocupações, nem que deixo de refletir a grandiosidade de Deus.
Para Mestre Eckart († 1328) um frade dominicano, conhecido por suas obras teológicas e filosóficas, e também por suas visões místicas, o silêncio é o que o ser humano tem de mais elevado para oferecer a Deus. A história do profeta Elias, embora pouco extensa, é muito rica para reflexões. Futuramente vamos voltar a ele e tentar efetuar novas descobertas.
Para concluir
A missão de Elias aponta para o fim: ele vai ungir Eliseu, o continuador de sua obra; é o ponto alto da profecia daquele período. É tempo de valorizar os fiéis que não se corromperam, como aqueles, no cristianismo que não se contaminaram, mas venceram a grande tribulação (cf. Ap 7,14s). É um retrato dos fiéis de todos os tempos.
Javé disse a Elias: “Pegue o caminho de volta, em direção ao deserto de Damasco. Unja Hazael como rei de Aram, e Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel. Unja também Eliseu, filho de Safat, natural de Abel-Meúla, como profeta em seu lugar. Quem escapar da espada de Hazael, será morto por Jeú. E quem escapar da espada de Jeú, será morto por Eliseu. Mas eu vou poupar em Israel sete mil homens: são todos os joelhos que não se dobraram diante de Baal e todos os lábios que não o beijaram” (vv. 15 -18).
Este texto faz parte de uma pregação levada a efeito em um retiro de religiosos, na Região Metropolitana de Porto Alegre, em maio de 2010.
Antônio Mesquita Galvão - Biblista, Doutor em Teologia e pregador de retiros de espiritualidade. Escritor, autor de mais de cem obras, entre elas “Os profetas de Israel”, Ed. Recado, 2008.
Marco Antônio G. L. de Almeida
Quero dar os parabéns pela Profundidade do texto!
ResponderExcluirPe. Paulo André das Neves Matos
Diocese de Estância
Tomar do Geru, Se