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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

I Domingo da Quaresma


1ª Leitura (Gn 2,7-9;3,1-7): O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, insuflou em suas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, a oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. Fez nascer na terra toda a espécie de árvores, de frutos agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. Ora, a serpente era o mais astucioso de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: «É verdade que Deus vos disse: ‘Não podeis comer o fruto de nenhuma árvore do jardim’?»  A mulher respondeu: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus avisou-nos: ‘Não podeis comer dele nem tocar-lhe, senão morrereis’» A serpente replicou à mulher: «De maneira nenhuma! Não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como deuses, ficando a conhecer o bem e o mal». A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer e agradável à vista, e precioso para esclarecer a inteligência. Colheu fruto da árvore e comeu; depois deu-o ao marido, que comeu juntamente com ela. Abriram-se então os seus olhos e compreenderam que estavam despidos. Por isso, entrelaçaram folhas de figueira e cingiram os rins com elas.

Salmo Responsorial: 50
R. Pecamos, Senhor: tende compaixão de nós.

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.

Porque eu reconheço os meus pecados e tenho sempre diante de mim as minhas culpas. Pequei contra Vós, só contra Vós, e fiz o mal diante dos vossos olhos.

Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso. Abri, Senhor, os meus lábios e a minha boca cantará o vosso louvor.

2ª Leitura (Rm 5,12-19): Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram. De facto, até à Lei, existia o pecado no mundo. Mas o pecado não é levado em conta, se não houver lei. Entretanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo para aqueles que não tinham pecado por uma transgressão à semelhança de Adão, que é figura d’Aquele que havia de vir. Mas o dom gratuito não é como a falta. Se pelo pecado de um só todos pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens. E esse dom não é como o pecado de um só: o julgamento que resultou desse único pecado levou à condenação, ao passo que o dom gratuito, que veio depois de muitas faltas, leva à justificação. Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo. Porque, assim como pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a justificação que dá a vida. De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.

Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Evangelho (Mt 4,1-11): Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!» Ele respondeu: «Está escrito: ‘Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’» Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’» Jesus lhe respondeu: «Também está escrito: ‘Não porás à prova o Senhor teu Deus’!» O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: «Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar». Jesus lhe disse: «Vai embora, Satanás, pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto’» Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.

«Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo»

Mn. Antoni BALLESTER i Díaz (Camarasa, Lleida, Espanha)

São José
Hoje celebramos o primeiro domingo de Quaresma e, este tempo litúrgico “forte” é um caminho espiritual que nos leva a participar do grande mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Diz o Papa João Paulo II: que «em cada ano a Quaresma nos propõe um tempo para intensificar a nossa oração e a penitência, e abrir o nosso coração à acolhida dócil da vontade divina. A Quaresma convida-nos a percorrer um itinerário espiritual que nos prepara para reviver o grande mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, primeiro por médio da escuta constante da Palavra de Deus e a pratica mais intensa da mortificação, graças à qual podemos ajudar com maior generosidade ao próximo necessitado».

A Quaresma e o Evangelho de hoje nos ensinam que a vida é um caminho que nos deve levar ao céu. Mas, para poder merecê-lo, devemos ser provados pelas tentações. «Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo» (Mt 4,1). Jesus quis ensinar-nos, ao permitir ser tentado, como devemos lutar e vencer as nossas tentações: com a confiança em Deus e a oração, com a graça divina e a fortaleza.

As tentações podem se descrever como os “inimigos da alma”. Em concreto, resumem-se e concretam-se em três aspectos: À primeira vista, “o mundo”: «manda que estas pedras se transformem em pães» (Mt 4,3). Supõe viver só para possuir bens.

À segunda vista, “o demônio”: «se caíres de joelhos para me adorar (...)» (Mt 4,9). Manifesta-se na ambição de poder.

E, finalmente, “a carne”: «joga-te daqui abaixo» (Mt 4,6) o que significa pôr a confiança no Corpo. Tudo isso o expressa Santo Tomas de Aquino dizendo que «a causa das tentações são as causas das concupiscências: o deleite da carne, o afã da glória, e a ambição de poder.

"Não só de pão vive o ser humano".

Postado por ✝ icatolica.com

O 1º Domingo da Quaresma nos apresenta todos os anos o mistério do jejum de Jesus no deserto, seguido das tentações (cf. Mt 4, 1-11). É a primeira vez que o demônio intervém na vida de Jesus, e faz isto abertamente. Põe à prova Nosso Senhor; talvez queira averiguar se chegou a hora do Messias.

A narrativa das tentações que Jesus sofreu mostra que Jesus “foi experimentado em tudo” (Hb 4, 15), comprovando também a veracidade da Encarnação do Verbo de Deus.

Diz Santo Agostinho que, na sua passagem por este mundo nossa vida não pode escapar à prova da tentação, dado que nosso progresso se realiza pela prova. De fato, ninguém se conhece a si mesmo sem ser experimentado, e não pode ser coroado sem ter vencido, e não pode vencer, se não tiver combatido e não pode lutar se não encontrou o inimigo e as tentações.

Por isso, a existência do ser humano nesta terra é uma batalha contínua contra o mal. É esta luta contra o pecado, a exemplo de Cristo, que devemos intensificar nesta Quaresma; luta que constitui uma tarefa para a vida toda.

O demônio promete sempre mais do que pode dar. A felicidade está muito longe das suas mãos. Toda a tentação é sempre um engano miserável! Mas, para nos experimentar, o demônio conta com as nossas ambições. E a pior delas é desejar a todo o custo a glória pessoal; a ânsia de nos procurarmos sistematicamente a nós mesmos nas coisas que fazemos e projetamos. Muitas vezes, o pior dos ídolos é o nosso próprio eu. Temos que vigiar, em luta constante, porque dentro de nós permanece a tendência de desejar a glória humana, apesar de termos dito ao Senhor que não queremos outra glória que não a dEle. Jesus também se dirige a nós quando diz: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás”. E é isto o que nós desejamos e pedimos: servir a Deus alicerçados na vocação a que Ele nos chamou.

O Senhor está sempre ao nosso lado, em cada tentação, e nos diz afetuosamente: “Confiai: Eu venci o mundo” (Jo16, 33). E com o salmista podemos dizer: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?”  (Sl 26, 1).

“Procuremos fugir das ocasiões de pecado, por pequenas que sejam, pois aquele que ama o perigo nele perecerá” (Eclo 3, 27). Como Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”; é necessário repetir muitas vezes e com confiança essa oração!

Na Quaresma somos todos chamados ao deserto, para um confronto conosco mesmos, com Deus e com o próximo e os bens materiais. Somos chamados a despojar-nos de nós mesmos para nos revestir de Deus. Somos chamados a acolher a palavra do Profeta Joel: “… rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus…” ( Jl 2, 13 ).

Vale a pena fazer nossa, a oração da coleta do 1° Domingo da Quaresma: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa .”

Sábado depois de Cinzas


1ª Leitura (Is 58,9b-14): Assim fala o Senhor:” se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão. Teu povo reconstruirá as ruínas antigas; tu levantarás os fundamentos das gerações passadas: serás chamado reconstrutor de ruínas, restaurador de caminhos, nas terras a povoar. Se não puseres o pé fora de casa no sábado, nem tratares de negócios em meu dia santo, se considerares o sábado teu dia favorito, o dia glorioso, consagrado ao Senhor, se o honrares, pondo de lado atividades, negócios e conversações, então te deleitarás no Senhor; eu te farei transportar sobre as alturas da terra e desfrutar a herança de Jacó, teu pai. Falou a boca do Senhor.

Salmo Responsorial: 85
R. Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.

Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz! Protegei-me, que sou vosso amigo, e salvai vosso servo, meu Deus, que espera e confia em vós!

Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.

Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois o perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!

Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida.

Evangelho (Lc 5,27-32): E, depois disto, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: «Segue-me». E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu. E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: «Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?» E Jesus, respondendo, disse-lhes: «Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento».

«Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores»

Rev. D. Joan Carles MONTSERRAT i Pulido (Cerdanyola del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje vemos como avança a Quaresma e a intensidade da conversão a que o Senhor nos chama. A figura do apóstolo e evangelista Mateus é muito representativa daqueles que podemos chegar a pensar que por causa do nosso historial, ou pelos pecados pessoais ou por situações complicadas, é difícil que o Senhor repare em nós para colaborarmos com Ele.

Pois bem, Jesus Cristo, para nos tirar de toda a dúvida põe-nos como primeiro evangelista um cobrador de impostos Levi, a quem diz sem rodeios: «Segue-me» (Lc 5,27). Fez, com ele exatamente o contrário daquilo que a mentalidade “prudente” poderia esperar. Hoje procuramos ser “politicamente corretos”, Levi —pelo contrário— vinha de um mundo que tinha repulsa pelos seus compatriotas, pois consideravam-no, apenas por ele ser publicano, colaboracionista dos romanos e possivelmente fraudulento com as “comissões”, o que afogava os pobres ao cobrar-lhes os impostos, enfim, um pecador público.

Aos que se consideravam perfeitos não se lhes passava pela cabeça que Jesus não apenas os chamaria a segui-lo, nem muito menos apenas a sentarem-se à mesma mesa.

Mas com esta atitude, ao escolhe-lo, Nosso Senhor Jesus Cristo diz-nos que é mais deste tipo de gente de quem gosta de se servir para estender o seu Reino; escolheu os malvados, os pecadores, e os que não se consideram justos: «Para confundir os fortes, escolheu os que são débeis aos olhos do mundo» (1Cor 1,27). São estes os que necessitam de médico, e sobretudo, são eles os que compreenderão que os outros o necessitam.

Devemos, pois, evitar pensar que Deus quer expedientes limpos e imaculados para O servir. Este expediente apenas o preparou para a Nossa Mãe. Mas para nós, sujeitos da salvação de Deus e protagonistas da Quaresma, Deus quer um coração contrito e humilhado. Precisamente, «Deus escolheu-te débil para te dar o seu próprio poder» (Sto. Agostinho). Este é o tipo de gente que, como diz o salmista, Deus não menospreza.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

*  O Evangelho de hoje traz o mesmo assunto no evangelho de Marcos (Mc 2,13-17). Só que desta vez é do Evangelho de Lucas e bem mais abreviado, concentrando a atenção sobre a cena principal que é o chamado e a conversão de Levi e a conversão que isto implica para nós que estamos entrando na quaresma.

*  Jesus chama um pecador para ser discípulo. Jesus chama Levi, um publicano, e este, imediatamente, larga tudo, segue Jesus e começa a fazer parte do grupo dos discípulos. Em seguida, Lucas diz que Levi preparou um grande banquete em sua casa. Em Marcos, parecia que o banquete era na casa de Jesus. O que importa é a insistência na comunhão de mesa de Jesus com os pecadores, coisa que era proibida.

*  Jesus veio não para os justos, mas para os pecadores.  O gesto de Jesus provocou a raiva das autoridades religiosas. Era proibido sentar-se à mesa com publicanos e pecadores, pois sentar à mesa com alguém era o mesmo que tratá-lo como irmão! Com o seu gesto Jesus estava acolhendo os excluídos como irmãos da mesma família de Deus. Em vez de falar diretamente com Jesus, os escribas dos fariseus falam com os discípulos: O quê! Ele come com pecadores e publicanos? Jesus responde: Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores! É a consciência da sua missão que ajuda Jesus a encontrar a resposta e a indicar o rumo para o anúncio da Boa Nova de Deus. Ele veio para reunir o povo disperso, para reintegrar os que tinham sido excluídos, para revelar que Deus não é um juiz severo que condena e expulsa, mas sim um Pai/Mãe que acolhe e abraça.

Para um confronto pessoal
1) Jesus acolhe e inclui as pessoas. Qual a minha atitude?
2) O gesto de Jesus revela a experiência que ele tem de Deus como Pai. Qual a imagem de Deus que se irradia para os outros através do meu comportamento?

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sexta-feira depois de Cinza


1ª Leitura (Is 58:1-9a): Assim fala o Senhor Deus: “Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os crimes do meu povo e os pecados da casa de Jacó. Buscam-me cada dia e desejam conhecer meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a lei de Deus. Exigem de mim julgamentos justos e querem estar na proximidade de Deus: “Por que não te regozijaste, quando jejuávamos, e o ignorastes, quando nos humilhávamos?” — É porque no dia do vosso jejum tratais de negócios e oprimis os vossos empregados. É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas. Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: “Eis-me aqui”.

Salmo Responsorial: 50
R. Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

Tende piedade ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará!

Evangelho (Mt 9,14-15): Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: «Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão».

«Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão»

Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer (Barcelona, Espanha)

Hoje, primeira sexta-feira da Quaresma, tendo feito jejum e a abstinência da quarta-feira de Cinza, procuramos oferecer o jejum e o Santo Rosário pela paz, que é tão urgente no nosso mundo. Nós estamos dispostos a ter cuidado com este exercício quaresmal que a Igreja, Mãe e Mestra, nos pede que observemos e, ao recordar o que o mesmo Senhor disse: «Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar» (Mt 9,15). Temos o desejo de vivê-lo não só como o cumprimento de um critério ao que estamos obrigados, e —sobretudo— procurando chegar a encontrar o espírito que nos conduz a viver esta prática quaresmal e que nos ajudará em nosso progresso espiritual.

Em busca deste sentido profundo, podemos perguntar: qual é o verdadeiro jejum? Já o profeta Isaías, na primeira leitura de hoje, comenta qual é o jejum que Deus aprecia: «Comparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos convida-os a tua casa; quando vires ao desnudo, cobre-lo; não fujas deles, que são teus irmãos. Então tua luz sairá como a manhã, e tua saúde mais rápido nascerá, e tua justiça irá à frente de tua cara, e te acompanhará o Senhor» (Is 58,7-8). Deus gosta e espera de nós tudo aquilo que nos leva ao amor autêntico com nossos irmãos.

Cada ano, o Santo Padre João Paulo II nos escrevia uma mensagem de Quaresma. Em uma dessas mensagens, sob o lema «Faz mais feliz dar que receber» (At 20,35), suas palavras nos ajudaram a descobrir esta mesma dimensão caritativa do jejum, que nos dispõe —desde o profundo do nosso coração— a prepararmos para a Páscoa com um esforço para identificarmos, cada vez mais, com o amor de Cristo que o levou até a dar a vida na Cruz. Definitivamente, «o que todo cristão deve fazer em qualquer tempo, agora deve fazê-lo com mais atenção e com mais devoção» (São Leão Magno, Papa).

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

*  O evangelho de hoje é uma versão abreviada do evangelho que já meditamos em janeiro (segunda-feira da 2ª Semana Comum), quando nos foi proposto o mesmo assunto do jejum (Mc 2,18-22), mas com uma pequena diferença. A liturgia de hoje omitiu os acréscimos sobre o remendo novo em pano velho e sobre vinho novo em odre velhos (Mt 9,16-17), e concentrou a sua atenção no jejum.

*  Jesus não insiste na prática do jejum.  O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus praticou-o durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que Jesus não insiste no jejum.

*  Enquanto o noivo, está com eles não precisam jejuar. Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Os discípulos são os amigos do noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Chegará o dia em que o noivo vai ser tirado. Aí, se eles quiserem, poderão jejuar. Nesta frase Jesus alude à sua morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades religiosas vão querer matá-lo.

*  O jejum e a abstinência de carne são práticas universais e bem atuais. Os muçulmanos têm o jejum do mês do Ramadan, durante o qual não comem nem bebem, desde o nascer até o pôr do sol. Cada vez mais, há pessoas que, por motivos diversos, se impõem a si mesmas alguma forma de jejum. O jejum é um meio importante para se chegar a um domínio de si mesmo, a um autocontrole, como existe em quase todas as religiões e como é apreciado pelos esportistas.

*  A Bíblia faz muita referência ao jejum. Era uma forma de se fazer penitência e provocar a conversão. Através da prática do jejum, os cristãos imitavam Jesus que jejuou quarenta dias. O jejum visa alcançar a liberdade da mente, o controle de si, uma visão crítica da realidade. É um instrumento para manter livre a mente e para não se deixar levar por qualquer vento. Através do jejum, a clareza da mente aumenta. É também uma forma de cuidar melhor da saúde. O jejum pode ser uma forma de identificação com os pobres que fazem jejum forçado o ano inteiro e raramente comem carne.

*  Mesmo que hoje não se pratique mais o jejum e a abstinência, o objetivo que estava na base desta prática continua inalterada como força que deve animar a nossa vida: participar na paixão, morte e ressurreição de Jesus. Doar a vida para poder possui-la em Deus. Tomar consciência de que o compromisso com o Evangelho é uma viagem sem retorno, que exige perder a vida para poder possui-la e reencontrar tudo na total liberdade.

Para um confronto pessoal
1) Qual a forma de jejum você faz? E se não faz, qual a forma que você poderia fazer?
2) Como o jejum pode ajudar-me a preparar-me melhor para a festa de Páscoa?

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Via Sacra com os Santos Carmelitas


1ª ESTAÇÃO: Jesus é condenado à morte

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Começamos as estações da Via Crucis. Quando a alma não presta atenção à lisonja, ainda presta menos atenção às críticas. A crítica fortalece a alma, que adquire um amor especial e terno, crescendo em direção aos seus perseguidores. (Santa Teresa de Ávila)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, minha alma está diante de você. Você me conhece profundamente, você sabe tudo sobre mim, você lê nas profundezas da minha intimidade. Você pega cada lágrima e responde aos meus sorrisos. Na minha vida não há espaço ou tempo que Você não visite com seu amor e sua amizade. Eu te agradeço por tudo isso, meu Deus. Meu caminho nesta vida já está marcado, é verdade: quero estar com você em cada passo, na alegria e na fadiga, na paz e na incompreensão, na companhia e na solidão. Sua presença, oh Jesus, fortalece minha alma, mesmo em fraqueza.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

2ª ESTAÇÃO: Jesus carrega a cruz às costas

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Jesus esbanja suas cruzes como o sinal mais seguro de sua ternura, porque ele quer fazer você semelhante a Ele. Por que ter medo de não ser capaz de carregar a cruz sem falhar? (Santa Teresa do Menino Jesus).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, muitas vezes na minha vida tenho experimentado sua ternura. Especialmente em tempos de dor, quando eu encontrei nenhuma palavra para expressar, quando eu achava impossível rezar, quando apenas estava presente a noite … Você estava ao meu lado, em silêncio, talvez com um toque quase imperceptível. Muitas vezes eu vi você assim, Jesus, e pude olhá-lo nos olhos. Quando depois de voltar luz quando as lágrimas haviam secado, senti um pouco como você, um filho pequeno e seu irmão.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

3ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela primeira vez

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

A “scientia crucis” só pode ser adquirida depois de sentir a cruz radicalmente. A totalidade dos erros humanos pode ser eliminada pela expiação da cruz. (Santa Teresa Benedita da Cruz – Edith Stein)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, sei que não te conheço como deveria ou como gostaria. Eu sei que tenho um longo caminho para seguir você, seguindo seus passos na sombra da cruz.
A única coisa que posso me gabar são minhas fraquezas e meus erros. Humanamente falando, oh Jesus, eu sou exatamente pequeno, mas tendo você em meu coração e em minha vida, eu me sinto rico e feliz. Eu não quero me esconder de você; Eu abro minhas mãos, abro meu coração para que você possa entrar na minha pobreza com a verdadeira riqueza, que é a sua cruz. Sim, meu Salvador: este é o sinal do amor.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

4ª ESTAÇÃO: Jesus encontra a Sua Mãe Maria

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

O Evangelho não coloca nenhuma palavra na boca de sua mãe que está ao pé da cruz. Nem você, meu Jesus, pronuncia uma única palavra. Seu silêncio é a palavra mais eloquente. (Bto. Tito Brandsma).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, eu também quero permanecer em silêncio neste momento, para capturar a troca de amor infinito que une você e sua mãe. Eu levanto meus olhos, oh Jesus, e eu vejo você, eu continuo olhando para o seu rosto, os olhos do seu Filho, que refletem a figura da sua mãe. Você não fala, mas oferece Presença: você se doa e dá à sua mãe. Eu a recebo como minha Senhora, como minha mais doce mãe.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

5ª ESTAÇÃO:  Simão de Cirene ajuda Jesus

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Cada um tem a cruz que ele tem que carregar, embora cada cruz seja diferente dos outros. Se alguém deseja conquistar a liberdade de espírito e não se sentir continuamente incomodado, deve começar não tendo medo da cruz. Então você verá como o Senhor o ajuda a carregá-lo. (São João da Cruz).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, estou com medo. Eu gostaria de fugir antes de qualquer dor e julgamento. Acima de tudo, isso me assusta e bloqueia minha solidão. Toda vez que a sombra da cruz aparece na minha vida, é difícil continuar esperando. Eu me sinto cansado, oh Jesus.

No entanto, quero tentar mais uma vez, quero me aproximar do seu coração. Eu estendo minha mão e levo a sua; Eu te ofereço a pouca força que tenho, o nada que sou. Só com você também posso carregar a cruz.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

6ª ESTAÇÃO: Verónica limpa a face de Jesus

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Jesus não está sozinho no caminho da cruz. Hoje, como então, há também não apenas os adversários, mas também as pessoas que os ajudam. Representando aqueles que o amam e querem ajudá-lo é Veronica. (Santa Teresa Benedita da Cruz – Edith Stein).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, tenho um desejo em meu coração: ser seu amigo, andar com você, compartilhar a vida com você. Eu sei que você está sofrendo enquanto caminha pelo caminho da dor. Eu vejo muitas pessoas por perto. Eu também estou lá, estou procurando por você, eu me aproximo de tudo que posso. Quero te amar; Eu não me importo com mais nada. Ao lado de Verônica, eu olho para o seu rosto, pois você é minha luz.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

7º ESTAÇÃO: Jesus cai pela segunda vez

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Quando você anda na noite escura e no vazio da pobreza espiritual, você pensa que lhe falta tudo e todos – até mesmo Deus -. No entanto, você não tem falta de nada. (São João da Cruz).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Você está sentindo minha falta, Senhor! Como você pode me dizer que você está perto de mim, que você compartilha tudo comigo? Eu sinto a solidão, a dor, a angústia. Você também caiu sob o peso do sofrimento infinito. Como posso te encontrar de novo, pastor meu? Eu perdi ovelhas, preciso de você. Levante-se, reapareça, oh bom pastor! Então vou segui-lo por todos os dias da minha vida.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

8ª ESTAÇÃO: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Oh, Jesus, deixa-me chorar por mim mesmo, porque sou apenas uma árvore seca, que só serve para ser lançada no fogo. Mas você dá nova vida à árvore seca enxertando-a na árvore da cruz. (Bto. Tito Brandsma)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Você, Senhor, é o meu fogo. Como uma árvore pobre e sem vida, eu só quero me jogar em seus braços. Recite-me, eu te imploro. Não importa que isso signifique que eu tenha que abraçar a cruz da sua dor. Só com você eu posso ser feliz novamente. Nossas lágrimas se juntarão em uma canção de alegria.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

9ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela terceira vez

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Mesmo que você caia cem vezes, levante-se toda vez com mais agilidade, demonstrando assim seu amor por Ele. (Santa Teresa do Menino Jesus).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, tenho vergonha de mim mesmo; Eu caio e caio de novo, eu me perco, eu vou embora, eu me tranco. Quando estou assim, no chão e sem forças, entendo que a única coisa a ser feita, o único passo a dar, é voltar a mim mesmo, como o filho pródigo da parábola, e ali, nas profundezas da minha alma. , redescubra seu amor por mim. Eu serei capaz de me ressuscitar, empurrado apenas por uma infinita confiança em sua ternura como Amigo, oh meu Salvador.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

10ª ESTAÇÃO: Jesus é despojado de Suas vestes

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

A alma despida de si e vestida com Jesus Cristo não tem nada a temer do mundo exterior. Portanto, renuncio a mim mesmo todos os dias para que Cristo cresça em mim. (Sta. Isabel da Trindade).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, muitas vezes me senti privado daquilo que considero valioso, indispensável para viver. Muitas experiências no mundo me ajudaram a entender que, no final, nada permanece, mas apenas sua presença, seu amor fiel. Então pensei em abandonar muitas coisas inúteis, incluindo muitas empresas que não me levaram até você. Pouco a pouco eu tirei e vesti o vestido mais lindo que você é, ó Jesus.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

11ª ESTAÇÃO: Jesus é pregado na cruz

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Decidi permanecer em espírito ao pé da cruz para receber ali o orvalho divino, o sangue que caiu no chão, sem que ninguém se apressasse em pegá-lo. Então eu entendi que eu tinha que focar nas almas. (Santa Teresa do Menino Jesus).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, eu vim pela tua graça até aqui, ao pé da tua cruz. Vejo você pregado na madeira, pregado sobretudo à dor, ao amor, à vontade de nos salvar. Cada gota de seu sangue que cai é uma promessa de nova vida para cada um de nós, seus filhos, espalhados pelo mundo, ao longo da pobre história do homem. Como irmão e seu amigo, oh Jesus, eu quero aprender todos os dias para recolher as preciosas gotas de sua palavra para nós, no seu amor infinito por nós, e eu entregar depois de algumas encontrar o meu caminho, sem salvá-lo para mim.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

12ª ESTAÇÃO: Jesus morre na cruz

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

A morte não pode ser amarga para a alma que ama, pois nela encontra toda a doçura e prazer do amor. A alma desfruta da morte como se estivesse pensando em seu namoro ou casamento, e por isso anseia pelo dia e hora de sua morte. (São João da Cruz).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, sua morte é uma ótima escola para mim; nela posso aprender a amar, a viver verdadeiramente; Eu posso encontrar sentido na minha vida. Antes de você, Crucificado, eu descubro que o amor e a dor são um e o mesmo, e é por isso que a morte foi anulada e nunca será capaz de triunfar. Ao seu lado, a morte, toda pequena morte, torna-se uma doce experiência de vida, porque agora sei que, na dor, posso encontrar o amor. Obrigado Senhor Jesus.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

13ª ESTAÇÃO: Jesus é descido da cruz

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Seguindo seus caminhos você não será capaz de chegar onde quiser, nem mesmo através da mais alta contemplação, mas somente através de uma grande humildade e uma total disponibilidade do coração. (Santa Teresa do Menino Jesus).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, eu sei que não tenho nada grande, aparente e importante para lhe oferecer. Eu não tenho nada, só meu coração. Após esta longa jornada seguindo seus passos no julgamento e a dor da cruz, eu só desejo dar a você meu coração, meu amor, minha vida. Eu me abandono ao seu abraço sabendo que você me aceita como sou.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

14ª ESTAÇÃO: Jesus é sepultado

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

A alma deve ser esvaziada de tudo que não é Deus, a fim de poder ir a Deus … Por amor a Cristo, ele deve desejar entrar em completa nudez e pobreza em relação a tudo. (São João da Cruz).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na escuridão da sepultura. Quando cheguei ao topo, esperava ver uma luz mais clara, para receber os raios benéficos do sol. No entanto, ainda não é hora. Decido ficar quieto contigo, descer também à escuridão da solidão do túmulo, da escuridão. Não tenho medo, porque acredito que seu amor é mais forte; Eu sei que você ressuscitará e também me fará viver.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.